Uma questão recorrente, ao se estudar a expansão iniciada pelos portugueses e espanhóis no final dos anos 1400, refere-se ao motivo de tal iniciativa ter se iniciado na Europa e não, por exemplo, no Ocenao Ínidco, área próspera e com reconhecidada capacidade naval....Para se aventurar nesses mares hostis, os navegantes do oceano Índico precisariam de um forte incentivo. É nesse ponto que entra a economia. O Índico era uma área de tamanha atividade comercial e de tanta riqueza que não fazia sentido para seus povos buscar mercados ou fornecedores em outros lugares. Quando os mercadores do norte ou do centro da Ásia ou da Europa alcançavam o Índico, chegavam como pedintes, em geral desprezados por sua pobreza, e enfrentavam dificuldades para vender os produtos de suas terras de origem. De modo geral, só prosperavam tornando-se transportadores ou viajantes das empresas comerciais já existentes.
Paradoxalmente, a pobreza favorecia os europeus, obrigados pela escassez de oportunidades econômicas em seus países a procurá-las em outra parte. Na verdade, as explorações partiram da periferia de uma periferia - pois a Europa era a borda da Eurásia, e a borda da Europa, sua projeção no oceano, era a península Ibérica.
"Portugal não é um país pequeno" foi uma palavra de ordem no tempo de Salazar. Até mesmo o ditador, porém, dispunha-se a admitir que antes da expansão colonial Portugal era pequeno. O contraste entre a amplitude do imperialismo português e as modestas dimensões da metrópole é um dos mais enigmáticos contrastes da história universal. É provável que no começo do século XVI a população de Portugal fosse pouco superior à metade da inglesa, um quarto da castelhana, um décimo da francesa e muito menor até que a dos Países Baixos. Poucos eram os recursos capazes de compensar a exigüidade do território e da população. Pobreza e fome eram tribulações corriqueiras.
O blog Energia e Grandes Navegações discute temas relacionados a questões energéticas - especialmente petróleo - bem como assuntos ligados à história das grandes navegações.
domingo, 28 de novembro de 2010
As reservas brasileiras do Pré-sal e as recentes descobertas no Irâ
No mesmo mês em que a Petrobras - a fim de corrigir informações desencontratadas de seus sócios no Présal de Tupi - reitera as estimativas já divulgadas de 5 a 8 bilhões de barris de óleo equivalente recuperável em Tupi e Iracema (Bloco BM-S-11) e de 1,1 a 2 bilhões de barris de óleo equivalente recuperável em Guará (Bloco BM-S-9), foi publicada nota (esta semana) sobre uma nova descoberta no Irã sob um grande reservatório de gás (já conhecido) no Golfo Pérsico, ao Sul do país. De acordo com as autoridades locais, as reservas sob o campo de gás de Ferdowsi possuem um volume de óleo in-place de 34 bilhões de barris de óleo equivalente.
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