domingo, 28 de novembro de 2010

Porquê a a expansão marítima global do século XV se iniciou no Oceano Atlântico e não, no Índico?

Uma questão recorrente, ao se estudar a expansão iniciada pelos portugueses e espanhóis no final dos anos 1400, refere-se ao motivo de tal iniciativa ter se iniciado na Europa e não, por exemplo, no Ocenao Ínidco, área próspera e com reconhecidada capacidade naval....Para se aventurar nesses mares hostis, os navegantes do oceano Índico precisariam de um forte incentivo. É nesse ponto que entra a economia. O Índico era uma área de tamanha atividade comercial e de tanta riqueza que não fazia sentido para seus povos buscar mercados ou fornecedores em outros lugares. Quando os mercadores do norte ou do centro da Ásia ou da Europa alcançavam o Índico, chegavam como pedintes, em geral desprezados por sua pobreza, e enfrentavam dificuldades para vender os produtos de suas terras de origem. De modo geral, só prosperavam tornando-se transportadores ou viajantes das empresas comerciais já existentes.

Paradoxalmente,  a pobreza favorecia os europeus, obrigados pela escassez de oportunidades econômicas em seus países a procurá-las em outra parte. Na verdade, as explorações partiram da periferia de uma periferia - pois a Europa era a borda da Eurásia, e a borda da Europa, sua projeção no oceano, era a península Ibérica.

"Portugal não é um país pequeno" foi uma palavra de ordem no tempo de Salazar. Até mesmo o ditador, porém, dispunha-se a admitir que antes da expansão colonial Portugal era pequeno. O contraste entre a amplitude do imperialismo português e as modestas dimensões da metrópole é um dos mais enigmáticos contrastes da história universal. É provável que no começo do século XVI a população de Portugal fosse pouco superior à metade da inglesa, um quarto da castelhana, um décimo da francesa e muito menor até que a dos Países Baixos. Poucos eram os recursos capazes de compensar a exigüidade do território e da população.  Pobreza e fome eram tribulações corriqueiras.

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