O blog Energia e Grandes Navegações discute temas relacionados a questões energéticas - especialmente petróleo - bem como assuntos ligados à história das grandes navegações.
domingo, 24 de abril de 2011
O início da era dos Descobrimentos, com a conquista de Ceuta
A Era dos Descobrimentos, ou talvez mais apropriadamente a Era da Exploração, começou em 1415, quando uma força militar portuguesa, liderada pelo príncipe dom Henrique de Avis, filho do rei dom João I, atravessou o estrito de Gibraltar e tomou a cidade marroquina de Ceuta. A vitória marcou uma mudança memorável na consciência europeia, na qual a introspecção e a indiferença que caracterizam grande parte da Europa medieval - não obstante as Cruzadas - chegaram ao fim. De repente, havia um mundo desconhecido a descobrir, inúmeros tesouros a adquirir e terras fabulosas a reivindicar e conquistar, e foi Portugal, que estava na margem do mundo conhecido e até então tinha pouca importância no cenário europeu, que abriu o caminho para este novo mundo
O alerta dos acidentes com a plataforma de petróleo no Golfo do México e a falha na usina nuclear no Japão : Nunca podemos assumir que acidentes não ocorrerão com as tecnologias modernas, pelo contrário, temos que admitir que eles acontecerão!
Neste mês completou se um ano do acidente com a plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México (22 de abril), bem como se passou um mês do acidente nuclear na usina de Fukushima, no Japão (11 de abril)
O conhecimento tecnológico em áreas de vanguarda - como ainda podemos considerar a exploração de petróleo em águas profundas, bem como a produção de energia nuclear – não se expande como um balão homogêneo, seu padrão de crescimento é muito mais parecido com árvores que se desenvolvem mais nas direções onde encontram mais luz, ou fontes de sustentação.
Os acidentes com processos tecnologicamente avançados nos ensinam que algumas regras são determinantes para garantir a capacidade de lidar com as falhas.
A primeira delas é que as empresas precisam, de fato, aceitar que por mais que suas operações possam parecer seguras e correr dentro da normalidade na maior parte dos dias, os desastres podem ocorrer. Há um ano, as vozes da indústria do petróleo soariam alinhadas na defesa da virtual invulnerabilidade de BOPs, bem como há pouco tempo, nenhum dirigente de usina nuclear aceitaria com entusiasmo um debate sobre a remota possibilidade de uma fusão parcial do conteúdo de um reator nuclear em um país desenvolvido.
Uma segunda regra permanente é sempre desenvolver um conjunto de técnicas amplas para reparar e remediar danos, antes que elas sejam, de fato, necessárias. Novamente remontando aos dois recentes acidentes : As operadoras de petróleo do golfo do México estão patrocinando um projeto, orçado em US$ 1 bilhão, para tamponar e recuperar o óleo eventualmente aflorado de um poço descontrolado. Tal projeto poderia ter sido tranquilamente desenvolvido nos 2 anos que antecederam o acidente de Macondo. No caso da usina japonesa, ficou evidente a possibilidade de terem sido desenvolvidos robôs para atingir locais inacessíveis aos trabalhadores, em um cenário de superaquecimento no compartimento do combustível.
A regra três é sempre desconfiar de sistemas complexos com acompanhamento de sua performance através de parâmetros mais complexos ainda, capazes de paralisar a capacidade de julgamento do ser humano, que é sempre a última barreira capaz de impedir uma sequência de eventos desastrosos.
Fazer com que as empresas sigam estas regras, sem inviabilizar os serviços prestados é a função dos órgãos reguladores. Uma solução para o sempre presente problema da super-regulamentação inviabilizar o negócio, é a adoção da chamada regulação através da adoção de “cenários de segurança”. Nesta abordagem, ao invés de se exigir que as companhias atendam somente a um pesado conjunto de padrões de segurança, adotam-se “casos” para os quais as tarefas são seguras em qualquer cenário plausível e coloca-se o caso sob severos testes. Vale lembrar que esta forma de condução depende de um relacionamento de longo prazo e de mútua confinaça entre empresas e reguladores, bem como conhecimentos especializados por parte dos órgãos de controle.
Realmente vale a pena pensar sempre sobre o impensável!
O conhecimento tecnológico em áreas de vanguarda - como ainda podemos considerar a exploração de petróleo em águas profundas, bem como a produção de energia nuclear – não se expande como um balão homogêneo, seu padrão de crescimento é muito mais parecido com árvores que se desenvolvem mais nas direções onde encontram mais luz, ou fontes de sustentação.
Os acidentes com processos tecnologicamente avançados nos ensinam que algumas regras são determinantes para garantir a capacidade de lidar com as falhas.
A primeira delas é que as empresas precisam, de fato, aceitar que por mais que suas operações possam parecer seguras e correr dentro da normalidade na maior parte dos dias, os desastres podem ocorrer. Há um ano, as vozes da indústria do petróleo soariam alinhadas na defesa da virtual invulnerabilidade de BOPs, bem como há pouco tempo, nenhum dirigente de usina nuclear aceitaria com entusiasmo um debate sobre a remota possibilidade de uma fusão parcial do conteúdo de um reator nuclear em um país desenvolvido.
Uma segunda regra permanente é sempre desenvolver um conjunto de técnicas amplas para reparar e remediar danos, antes que elas sejam, de fato, necessárias. Novamente remontando aos dois recentes acidentes : As operadoras de petróleo do golfo do México estão patrocinando um projeto, orçado em US$ 1 bilhão, para tamponar e recuperar o óleo eventualmente aflorado de um poço descontrolado. Tal projeto poderia ter sido tranquilamente desenvolvido nos 2 anos que antecederam o acidente de Macondo. No caso da usina japonesa, ficou evidente a possibilidade de terem sido desenvolvidos robôs para atingir locais inacessíveis aos trabalhadores, em um cenário de superaquecimento no compartimento do combustível.
A regra três é sempre desconfiar de sistemas complexos com acompanhamento de sua performance através de parâmetros mais complexos ainda, capazes de paralisar a capacidade de julgamento do ser humano, que é sempre a última barreira capaz de impedir uma sequência de eventos desastrosos.
Fazer com que as empresas sigam estas regras, sem inviabilizar os serviços prestados é a função dos órgãos reguladores. Uma solução para o sempre presente problema da super-regulamentação inviabilizar o negócio, é a adoção da chamada regulação através da adoção de “cenários de segurança”. Nesta abordagem, ao invés de se exigir que as companhias atendam somente a um pesado conjunto de padrões de segurança, adotam-se “casos” para os quais as tarefas são seguras em qualquer cenário plausível e coloca-se o caso sob severos testes. Vale lembrar que esta forma de condução depende de um relacionamento de longo prazo e de mútua confinaça entre empresas e reguladores, bem como conhecimentos especializados por parte dos órgãos de controle.
Realmente vale a pena pensar sempre sobre o impensável!
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Os impulsos fundamentais por trás da Era dos Descobrimentos
Os motivadores fundamentais por trás da Era dos Descobrimentos, sem dúvida surgiram de uma mistura de fatores religiosos, econômicos, estratégicos e políticos, é claro que nem sempre dosados nas mesmas proporções. Podemos considerar que os quatro motivos principais que inspiraram os dirigentes portugueses foram, em ordem cronológica, mas sobrepostos e em diversos graus:
- o fervor empenhado na cruzada contra os mulçumanos;
- o desejo de se apoderar do ouro da Guiné;
- a procura de Preste João;
- a busca de especiarias orientais.
- o fervor empenhado na cruzada contra os mulçumanos;
- o desejo de se apoderar do ouro da Guiné;
- a procura de Preste João;
- a busca de especiarias orientais.
Um novo horizonte para a aplicação de motores e turbinas a álcool, bem como de veículos híbridos no mercado norte-americano
No final do mês passado, o presidente Obama, orientou os Departamentos de Energia e de Agricultura, bem como a Marinha americana, a buscar atuar em conjunto com a iniciativa privada, na criação de biocombustíveis avançados, que seja capazes de alimentar as turbinas de caças militares e aviões comerciais. Prevê-se a construção nos próximos 2 anos, de uma nova geração de 4 bio-refinarias, com capacidade média de 20 milhões de galões anuais, cada.
Obama, ainda destacou que está orientando a administração federal a priorizar a compra de veículos com biocombustíveis, bem como veículos elétricos, ou híbridos, a partir de 2015
Obama, ainda destacou que está orientando a administração federal a priorizar a compra de veículos com biocombustíveis, bem como veículos elétricos, ou híbridos, a partir de 2015
terça-feira, 12 de abril de 2011
A capacidade de armazenar água durante as viagens
Um dos grandes problemas que a exploração do Atlântico impunha à inventividade dos técnicos era o suprimento de água. Os navios tinham de permanecer no mar durante períodos sem precedentes e, à medida que avançavam cada vez mais pelo litoral africano, muitas vezes se viam diante de costas áridas. A viagem de volta pelos Açores podia exigir três ou quatro semanas, sem possibilidade de repor as reservas de água. Embora não saibamos exatamente como resolviam esse problema, os barris para água decerto foram aperfeiçoados. Para aumentar a durabilidade dos suprimentos de água de bordo, o recurso habitual consistia em acrescentar vinagre, que agia como supressor de microrganismos nocivos.
As reservas da Petrobras
Recentemente, o Valor Online, informou que a Petrobras pode dobrar as reservas provadas de petróleo dentro de quatro ou cinco anos, com a declaração de comercialidade do pré-sal. Excetuando-se companhias 100% estatais, a empresa passará a ter a maior reserva do mundo.
Atualmente, a Petrobras possui 15 bilhões de barris de reservas. Além disso, segundo a reportagem, a Petrobras conta com um total de 10 bilhões a 16 bilhões de barris de óleo recuperáveis já identificados em Guará, Lula e Cernambi, na Bacia de Santos, além dos reservatórios no Espírito Santo e na Bacia de Campos. "Esses barris de óleo recuperável podem se transformar em reserva no momento em que nós declararmos a comercialidade desses campos e começarmos a implantar os sistemas de produção", disse o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli. O jornal ressalta que a companhia pode, então, passar de uma reserva de 15 bilhões para 25 bilhões ou 31 bilhões de barris de petróleo.
Atualmente, a Petrobras possui 15 bilhões de barris de reservas. Além disso, segundo a reportagem, a Petrobras conta com um total de 10 bilhões a 16 bilhões de barris de óleo recuperáveis já identificados em Guará, Lula e Cernambi, na Bacia de Santos, além dos reservatórios no Espírito Santo e na Bacia de Campos. "Esses barris de óleo recuperável podem se transformar em reserva no momento em que nós declararmos a comercialidade desses campos e começarmos a implantar os sistemas de produção", disse o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli. O jornal ressalta que a companhia pode, então, passar de uma reserva de 15 bilhões para 25 bilhões ou 31 bilhões de barris de petróleo.
As navegações chinesas
Os chineses também eram grandes navegadores e, por volta de 1400, possuíam rotas comerciais regulares com o sudeste asiático. Sob o comando do almirante Cheng Ho, alcançaram o Sri Lanka e a Austrália, cruzando o oceano Pacífico, muito antes dos portugueses e espanhóis. Tradicionalmente, a China julgava-se superior aos demais povos, a quem considerava bárbaros, além de desprezar a atividade comercial, tida como desonrosa. Assim, quando os portugueses começaram a abrir caminho para a Índia, cessaram as expedições iniciadas por Cheng Ho, e os chineses entraram num isolamento voluntário.
2011, o ano que ficará marcado para a história no campo da energia
As recentes revoluções que derrubaram as longevas ditaduras no mundo muçulmano, já seriam capazes de mexer com os bases do mercado de forma tal que fariam com que 2011 passasse para a história do mercado de energia mundial. O destino quis que se juntasse a este cenário um inusitado acidente nuclear de grandes proporções no coração do Japão. Tudo que se discutiu no passado recente sobre matriz energética pode ter virado poeira...
Assinar:
Postagens (Atom)