O blog Energia e Grandes Navegações discute temas relacionados a questões energéticas - especialmente petróleo - bem como assuntos ligados à história das grandes navegações.
domingo, 28 de março de 2010
A crise de energia elétrica na Venezuela parece somente piorar…
A seca introduzida na região pelo El Nino, o aumento na demanda, associados a anos de negligência na manutenção de um parque de geração de energia adequado e razoavelmente imune a temporadas de seca levaram à iminente situação de colapso do sistema venezuelano. O nível da água na represa da usina de Guri, responsável por cerca de 70 % da energia elétrica venezuelana, está se aproximando rapidamente do que se chama de nível de colapso, no qual cerca de 80% da energia da usina deverá ser interrompido sob risco de comprometer irremediavelmente o funcionamento das turbinas. Atingida esta situação aconteceria um efeito dominó avassalador sobre o país. Ofertas de ajuda colombianas e equatorianas até o momento foram recusadas, por trazerem requisitos políticos, que até o momento, Chávez prefere não ter que engolir ( alguns deles referentes ao combate às FARCs..). Para a semana que se inicia, aproveitando as comemorações da Semana Santa, foi decretado feriado nacional, em um esforço desesperado por economia, que certamente será cobrado no futudo na forma de graves prejuízos no desempenho econômico nacional. Mas aí, já é outra história...
Foram os portugueses navegadores pioneiros?
As viagens ultramarinas portuguesas da época dos descobrimentos não foram em si eventos pioneiros. Outros navegantes – dentre árabes, indianos, chineses, vikings e polinésios – chegaram a empreender longas viagens oceânicas antes dos portugueses e espanhóis dos séculos XV e XVI. Todavia estes feitos não tiveram caráter sistemático e repetitivo, restringindo-se basicamente a uma significância local, motivo pelo qual não chegaram a deixar marcas profundas na geopolítica da época. A inovação da era dos descobrimentos foi a combinação entre a exploração dos oceanos associada a um sistema de navegação, no qual a destreza na arte naval tornou-se a alavanca para a expansão da influência européia por todo o planeta. O novo conhecimento geográfico foi rapidamente incorporado a uma estratégia maior que permitiu a expansão comercial e a dominação territorial em vários continentes.
domingo, 21 de março de 2010
Mudanças à vista na matriz energética mundial com a chegada do gás de xisto
Este certamente será um tema recorrente do blog nas próximas edições... As recentes descobertas de grandes jazidas de gás de reservatórios de xisto - possíveis de serem colocadas comercialmente em produção em várias partes do mundo - prometem uma revolução no mercado do gás no futuro breve, bem como mudanças na matriz energética mundial...
A primeira descoberta portuguesa...
Oficialmente, a primeira ilha descoberta pelos portugueses foi Porto Santo, visitada em 1418 por Bartolomeu Perestrello, Cavalheiro da Casa do infante d. João. Perestrel era mais um dos navegadores na busca de uma forma de dobrar o Bojador, que assaltado por uma tempestade foi parar, no dia de Todos os Santos, em uma ilha desconhecida, que recebeu este nome como forma de gratidão dos marujos.
domingo, 14 de março de 2010
Apoiar o programa nuclear iraniano ou se juntar à defesa dos interesses argentinos nas Malvinas, qual o melhor caminho para a política externa brasileira se impor no cenário internacional?
Nos últimos anos o Brasil tem buscado um espaço de liderança no cenário mundial, claramente impulsionado pela política externa petista de enfrentamento com os interesses norte-americanos, muitas vezes se alinhando com causas que não representam os reais interesses estratégicos nacionais contemporâneos.
Em fevereiro deste ano, chegou à região offshore ao Norte das Malvinas a plataforma de perfuração Ocean Guardian, contratada pela empresa britânica Desire Petroleum, uma pequena empresa de petróleo. As operações ocorrerão a cerca de 60 milhas ao norte das ilhas e a cerca de 300 milhas do litoral argentino, com a perfuração de 10 poços para a Desire Petroleum e vários outros para outras empresas. Especula-se que haja nas Malvinas reservas da ordem de 60 bilhões de barris e que especificamente na área a ser explorada, tais reservas sejam de 3 bilhões de barris. Vale lembrar que Tupi, que é uma parte importante do Pré-Sal brasileiro, tem reservas aproximadas entre 5 e 8 bilhões de barris.
Neste momento, um apoio aos recorrentes pleitos argentinos no Comitê Especial de Descolonização da ONU, representa sim, uma causa de real importância para o Brasil, de forma a preservar seus interesses na soberania da exploração comercial dos recursos offshore na Zona Econômica Exclusiva, em função das recentes descobertas do Pré-Sal da Bacia de Santos.
Em fevereiro deste ano, chegou à região offshore ao Norte das Malvinas a plataforma de perfuração Ocean Guardian, contratada pela empresa britânica Desire Petroleum, uma pequena empresa de petróleo. As operações ocorrerão a cerca de 60 milhas ao norte das ilhas e a cerca de 300 milhas do litoral argentino, com a perfuração de 10 poços para a Desire Petroleum e vários outros para outras empresas. Especula-se que haja nas Malvinas reservas da ordem de 60 bilhões de barris e que especificamente na área a ser explorada, tais reservas sejam de 3 bilhões de barris. Vale lembrar que Tupi, que é uma parte importante do Pré-Sal brasileiro, tem reservas aproximadas entre 5 e 8 bilhões de barris.
Neste momento, um apoio aos recorrentes pleitos argentinos no Comitê Especial de Descolonização da ONU, representa sim, uma causa de real importância para o Brasil, de forma a preservar seus interesses na soberania da exploração comercial dos recursos offshore na Zona Econômica Exclusiva, em função das recentes descobertas do Pré-Sal da Bacia de Santos.
sábado, 13 de março de 2010
Referente ao post do dia 08/03, "Petrobras anuncia investimentos para 2010 "
A informação que foi divulgada, refletia um acontecimento que se passou durante visita às obras do Comperj, no Rio de Janeiro, quando a Ministra Dilma declarou que a Petrobras investiria R$ 85 bilhões em 2010. Várias agências econômicas, atentíssimas a este tipo de anúncio, partiram para avaliar e reorientar suas previsões com esta informação. Imediatamente a Petrobras se viu na necessidade de desmentir a Ministra -que é presidente do conselho de administração da empresa - informando que os investimentos serão da ordem de R$ 79,5 bilhões (US$44,4 bilhões).
terça-feira, 9 de março de 2010
Egito se junta à “OPEP” do gás, a GECF ( The Gas Exporting Countries Forum).
O parlamento egípcio ratificou a entrada do Egito na GEFC, o cartel dos países exportadores de gás, que passa a ser constituída pela Argélia, Bolívia, Guiné Equatorial, Irã, Líbia, Nigéria, Rússia, Trinidad e Tobago, Quatar e agora, o Egito.
segunda-feira, 8 de março de 2010
A superioridade náutica e bélica dos navios lusos.
O comércio e as conquistas, principalmente as da Ásia, foram garantidas pela superioridade náutica e bélica dos navios lusos. As pequenas, ágeis e relativamente estáveis "caravelas de descobrir", que transportaram seus inventores pela África ocidental, não foram apenas as primeiras embarcações capazes de avançar em ziguezague contra o vento. Foram também as primeiras a carregar artilharia pesada, facilitando os desembarques portugueses nos litorais africanos..
Petrobras anuncia investimentos para 2010
A Petrobras anunciou hoje seu plano de investimentos para 2010, totalizando US$ 47,5 bilhões.
domingo, 7 de março de 2010
As grandes navegações oceânicas e o entrelaçamento mundial atualmente chamado de "globalização"
No século XV as grandes navegações oceânicas iniciaram o processo histórico de entrelaçamento mundial atualmente chamado de "globalização". Hoje a globalização é um processo amadurecido, caracterizado pela existência de empresas multinacionais e tecnologias sofisticadas, como a eletrônica e a espacial, capazes de suplantar distâncias e encurtar o tempo. Mas o cerne desse processo - os contatos entre vários continentes - foi construído à época das grandes navegações e dos primeiros impérios coloniais modernos.
As ameaças aos investimentos no Pré-Sal e o apoio do Brasil à política nuclear iraniana
No momento em que mesmo países como Rússia e China - que travam muito mais negócios com o Irã, do que os cerca de US$1.3 bilhões anuais que o Brasil comercializa ( a maior parte referente a exportações brasileiras de carne e açúcar) - tratam com a devida distância e cautela diplomática os desdobramentos das ações iranianas de enriquecimento de Urânio, claramente com fins belicistas, o governo brasileiro faz esforços diuturnos para se manter do lado errado da calçada em procura de uma casca de banana para escorregar...
Devido às poucas chances de convencimento, por parte do governo americano para uma mudança de rumo na política externa do PT (travestida de política externa brasileira...) - mesmo após a breve visita da Secretaria de Estado, Hillary Clinton ao Brasil - devemos estar preparados para, em um cenário (bem provável...) de agravamento da situação iraniana, sofrermos graves represálias norte-americanas quanto à acesso a financiamentos internacionais para a exploração do pré-sal, bem como em um caso extremo, restrições às empresas americanas de operarem no Brasil, com conseqüências devastadoras para o projeto brasileiro de desenvolvimento de seu potencial petrolífero.
Vale lembrar que – mesmo a contra gosto de Washington - o Brasil iniciou em 2003 operações no Irã, através da Petrobras, para desenvolver um bloco comprado no Mar Cáspio através de um acordo de cerca de US$ 34 milhões. Contudo em novembro do ano passado, a Petrobras anunciou estar encerrando suas operações no Irã, devido a ter chegado à conclusão de inviabilidade técnico-econômica do projeto. Embora a Petrobras insista que a decisão foi puramente econômica e que não houve ingerência política na decisão, podemos perceber que a o encerramento das operações no Irã coincidiu com o aperto das sanções americanas ao regime teocrático iraniano. Ou seja: ainda há esperança de pragmatismo e sanidade na condução dos negócios internacionais do setor energético brasileiro.
Outro ponto importante de atenção, são os recentes movimentos iranianos de associação com bancos de investimentos de países do terceiro mundo alinhados com aquele regime. Quando da visita de Ahmadinejad ao Brasil em maio de 2009, oficiais do governo iraniano tentaram emplacar uma associação entre o Banco Internacional de Desarrollo CA - uma subsidiária do Export Development Bank of Iran (EDBI)- e bancos brasileiros, através de um memorando entendimentos que representava aparentemente medidas para facilitar os negócios entre os dois países. Como tal tipo de acordo pode significar um amplo espectro de atividades, inclusive o estabelecimento de bancos iranianos no Brasil – para escapar das sanções ora em curso (que não passariam despercebidos pela governo americano) - com as conseqüentes sanções internacionais ao governo brasileiro.
Devido às poucas chances de convencimento, por parte do governo americano para uma mudança de rumo na política externa do PT (travestida de política externa brasileira...) - mesmo após a breve visita da Secretaria de Estado, Hillary Clinton ao Brasil - devemos estar preparados para, em um cenário (bem provável...) de agravamento da situação iraniana, sofrermos graves represálias norte-americanas quanto à acesso a financiamentos internacionais para a exploração do pré-sal, bem como em um caso extremo, restrições às empresas americanas de operarem no Brasil, com conseqüências devastadoras para o projeto brasileiro de desenvolvimento de seu potencial petrolífero.
Vale lembrar que – mesmo a contra gosto de Washington - o Brasil iniciou em 2003 operações no Irã, através da Petrobras, para desenvolver um bloco comprado no Mar Cáspio através de um acordo de cerca de US$ 34 milhões. Contudo em novembro do ano passado, a Petrobras anunciou estar encerrando suas operações no Irã, devido a ter chegado à conclusão de inviabilidade técnico-econômica do projeto. Embora a Petrobras insista que a decisão foi puramente econômica e que não houve ingerência política na decisão, podemos perceber que a o encerramento das operações no Irã coincidiu com o aperto das sanções americanas ao regime teocrático iraniano. Ou seja: ainda há esperança de pragmatismo e sanidade na condução dos negócios internacionais do setor energético brasileiro.
Outro ponto importante de atenção, são os recentes movimentos iranianos de associação com bancos de investimentos de países do terceiro mundo alinhados com aquele regime. Quando da visita de Ahmadinejad ao Brasil em maio de 2009, oficiais do governo iraniano tentaram emplacar uma associação entre o Banco Internacional de Desarrollo CA - uma subsidiária do Export Development Bank of Iran (EDBI)- e bancos brasileiros, através de um memorando entendimentos que representava aparentemente medidas para facilitar os negócios entre os dois países. Como tal tipo de acordo pode significar um amplo espectro de atividades, inclusive o estabelecimento de bancos iranianos no Brasil – para escapar das sanções ora em curso (que não passariam despercebidos pela governo americano) - com as conseqüentes sanções internacionais ao governo brasileiro.
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