segunda-feira, 26 de abril de 2010

A hidroelétrica de Belo Monte, a segurança energética e obras eleitoreiras

    Embora não seja a especialidade do blog, é inevitável que comentemos os últimos acontecimentos referentes ao leilão promovido pelo governo para determinar o “vencedor” para a construção da hidroelétrica de Belo Monte. Para um país que precisa continuar a crescer é de espantar que haja tantos opositores à continuidade da matriz de geração de energia elétrica no Brasil, a partir do potencial hídrico de seus rios. Há algum tempo, o movimento ambientalista internacional deixou de implicar com a construção de usinas nucleares - notadamente a partir da crescente evidência do efeito do CO2 no aquecimento do planeta ( vale lembrar que semana passada, na Finlândia, foi autorizada a construção de 2 novas usinas nucleares, sem que um piquete sequer fosse colocado na rua para protestar...). Sobraram desta forma, poucos alvos fáceis para os panfletos ecológicos. Os combustíveis fósseis são alvos grandes, mas com um enorme poder de reação e lobby. Já as hidroelétricas....
     Belo Monte é fundamental para a segurança energética do Norte brasileiro e deve ser mantido como um projeto que – dentro das práticas modernas de controle e manejo das áreas a serem inundadas e  respeito associado a um tratamento digno aos moradores das áreas atingidas (índios e não-índios) – nos poupará de “apagões” no futuro. Porém, concordar com a forma açodada como foi conduzido o leilão, com a criação de 2 consórcios pára - governamental, que viabilizassem a assinatura de contrato$ a tempo de servir de vitrine para a campanha de eleição da candidata do governo,  é bem diferente.
    Ter o governo como empreiteiro e licenciador é uma história que normalmente  degrada o meio ambiente, empobrece as soluções técnicas, enriquece empreiteiros e alimenta campanha$ eleitorai$. Uma história sem final feliz para o país.

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