Shale gas é o nome usual do gás encontrado em folhelhos, que são rochas geradoras de hidrocarbonetos - pirobetuminosas. Na última década sua importância tem crescido de forma avassaladora nas discussões sobre a matriz energética norte-americana. Sua utilização tem alterado projetos de LNG, até então previstos para os EUA como alternativas para o fornecimento de gás, passando a ser considerada a fonte não convencional mais promissora para o futuro próximo. O interesse por sua utilização tem crescido, não somente nos Estados Unidos, mas também no Canadá, Europa, Ásia e Austrália. Analistas independentes – com os quais concordo – estimam que o shale gas será responsável antes, do fim desta década, por mais de metade do consumo norte americano de gás.
Uma característica interessante dos reservatórios de shale gas é a sua distribuição muito mais homogênea ao longo do planeta, do que seus congêneres de petróleo ou gás natural convencional. Sua produção em escala planetária seguramente modificará o equilíbrio de poder geopolítico dos grandes produtores de petróleo do Oriente Médio, mas muito mais dramaticamente a influência da Rússia como maior produtor da Europa.
Os recentes desenvolvimentos na área de fraturas de reservatórios de petróleo, permitiram extrapolar, com sucesso, algumas técnicas de fraturação hidráulica (fracking) para este tipo de rocha, conseguindo que se formassem largas áreas de fraturas artificiais. A propósito, as fraturas nas rochas de shale gas são muito mais estáveis do que aquelas produzidas nos reservatórios sedimentares para produção de petróleo. Outra técnica advinda da produção de petróleo, para a produção de shale gas, é a construção de poços horizontais com longa extensão (mais de 3000m) de zona de contato com as rochas, de forma a facilitar o fluxo em direção ao poço.
De certa forma, produzir gás a partir dos shales é como que pular algumas etapas geológicas para antecipar a produção do gás.
Infelizmente, nem tudo são flores...as técnicas atuais de fracking, ainda utilizam fortemente a acidificação como ferramenta primária, sendo muito importante ter certeza que seu emprego não ameaça aqüíferos da região, que poderiam carrear produtos tóxicos para lagos e rios.
Curiosamente, se confirma a antiga máxima de que quanto mais energia é demanda, mais tecnologia é criada – muitas delas advindas das formas de produção da energia aparentemente em substituição – para manter a capacidade de abastecer um planeta faminto por energia.
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