A caravela representou a confluência de diversas técnicas, uma síntese de práticas navais acumuladas em séculos de convivência com os diversos povos que passaram pela Penísula Ibérica. A seu favor contava a habilidade para navegar em zigue-zagues sucessivos, com manobras rápidas que dispensava o uso de remos, estando apta tanto para o percurso em alto mar quanto em águas rasas, além de requerer um número de tripulantes inferior ao de qualquer outro tipo de embarcação. Em contrapartida, não era a melhor opção para viagens de longo curso, como a Carreira da Índia, além de apresentar pouca capacidade para o transporte de cargas e fraca artilharia, em um período em que esses fatores eram decisivos. Todavia, mostraram-se muito apropriadas para viagens curtas e médias, como a rota do Brasil .
Muito utilizada nas viagens de exploração da costa brasileira, a caravela redonda surgiu no final dos quatrocentos, caracterizada pelos três mastros latinos, capacidade entre sessenta e oitenta tonéis e dezessete metros de comprimento. Entretanto, após estabelecida a regularidade das viagens para o Brasil, o lugar de destaque nas expedições, ao longo do século XVI, foi ocupado pela caravela de armada. Apresentando entre três e dos Mastros latinos, além de outro, de aparelho redondo, a armada portava cerca de cento e oitenta tonéis e a quilha tinha dezenove metros de comprimento.
O blog Energia e Grandes Navegações discute temas relacionados a questões energéticas - especialmente petróleo - bem como assuntos ligados à história das grandes navegações.
domingo, 23 de maio de 2010
As primeiras - das diversas - consequências regulatórias decorrentes do acidente com a plataforma Horizon no Golfo do México
Dentre as diversas consequências regulatórias do recente acidente no Golfo do México, já tivemos a suspensão de emissão de novas licenças de perfunração offshore nos EUA e nesta semana, o governo Obama anunciou a divisão da outrora poderosíssima MMS ( Minerals Management Serrvice) em 3 diferentes órgãos com funções específicas, por considerar que no formato até então vigente, o MMS tinha objetivos conflitantes. Foram criadas as áreas de Licenciamento offshore (Bureau of Ocean Energy Management) ; Segurança de operações de perfuração ( Bureau of Safety and Environmental Enforcement ) e a Agência para cobrança pelas concessões (Office of Natural Resources Revenue). Vale lembrar que a estrutura regulatória brasileria, após a quebra do monopólio da Petrobras, já possuía uma organização razoavelmente parecida com a atualmente proposta pelos EUA, na medida que os projetos offhore brasileiros nunca foram regulados (ANP ) e tiveram seu licenciamento ambiental (IBAMA) feitos pelo mesmo órgão.
sábado, 15 de maio de 2010
Até a Gazprom já declara preocupação com a crescente perspectiva de produção de gás de xisto....
Recentemente o Ministro russo dos Recursos Naturais, Yuri Trutnev, declarou a preocupação da Gazprom com as perspectivas de mudanças no mercado de gás, com a entrada em operação, em boa parte do mundo, da produção de gás de xisto.
O caminho inverso, o Brasil descobrindo o mar português...
A Petrobras, assinou no final de abril um acordo com o Portugal para a exploração de petróleo em águas profundas na Bacia do Alentejo, em Portugal. A Petrobras terá uma participação de 50%, atuando como operadora, nos Blocos de Gamba, Lavagante e Santola, em profundidade de 200 até 3.000 metros.
Estes novos projetos somam-se a outros quatro blocos offshore já operados pela Petrobras em Portugal, em parceria com a Galp e Partex , localizados na Bacia de Peniche.
Estes novos projetos somam-se a outros quatro blocos offshore já operados pela Petrobras em Portugal, em parceria com a Galp e Partex , localizados na Bacia de Peniche.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Sugestão de leitura
Recentemente foram publicados alguns livros que considero muito bons, tratando das grandes navegações e de temas relacionados a energia:
QUENTE, PLANO E LOTADO by Thomas L. Friedman
1492: The Year the World Began by Felipe Fernandez-armesto
Power Hungry: The Myths of "Green" Energy and the Real Fuels of the Future by Robert Bryce
QUENTE, PLANO E LOTADO by Thomas L. Friedman
1492: The Year the World Began by Felipe Fernandez-armesto
Power Hungry: The Myths of "Green" Energy and the Real Fuels of the Future by Robert Bryce
O afundamento da plataforma Deepwater Horizon com vazamento de óleo no Golfo do México e seus reflexos na indústria offshore
A explosão e naufrágio da plataforma, trabalhando para a BP nas águas americanas do Golfo do México, já seria uma desgraça de enormes proporções, mas o que podia acontecer de pior aconteceu. Além do incêndio, mortes e naufrágio, há um poço descontrolado produzindo cerca de 5000 barris de óleo cru e gás para o fundo do mar. Os esforços da indústria do óleo e gás de todo o mundo estão alinhados na busca de uma solução. A OTC (Offshore Technology Conference) deste ano, ocorrida em Houston na última semana, teve um tom meio fúnebre, mas demonstrava com clareza que a indústria estava unida e $olidária à BP.
As causas da falha na capacidade do BOP ( blow out preventer) em fechar todos os acessos do poço ainda permanecem sob investigação, mas já se percebe uma grande tendência em todo o mundo para a criação de restrições às atividades offshore. No Brasil, já tivemos até ministra dando declarações infelizes sobre o assunto... Todavia, toda a indústria do petróleo no mar já se prepara para chumbo grosso pela frente... Agora será que fica mais claro porque os estados produtores precisam de tratamento diferenciado no recebimento dos royalties?
As causas da falha na capacidade do BOP ( blow out preventer) em fechar todos os acessos do poço ainda permanecem sob investigação, mas já se percebe uma grande tendência em todo o mundo para a criação de restrições às atividades offshore. No Brasil, já tivemos até ministra dando declarações infelizes sobre o assunto... Todavia, toda a indústria do petróleo no mar já se prepara para chumbo grosso pela frente... Agora será que fica mais claro porque os estados produtores precisam de tratamento diferenciado no recebimento dos royalties?
A viagem de Cabral. O Brasil e uma grande tempestade no caminho...
Seis meses após o regresso de Vasco da Gama a Lisboa, Pedro Álvares Cabral largou da capital portuguesa no comando de uma frota de 13 navios, com 1200 homens e mantimentos suficientes para 18 meses. A tripulação era composta por marinheiros, soldados, artesões e criminosos em liberdade condicional, além de barbeiros-cirurgiões, médicos, nove sacerdotes e um mestre em cosmografia. A caminho da Índia, Cabral fez uma paragem na costa do Brasil e o reclamou para Portugal. Já na segunda etapa da viagem , rumo a Calicute, foi atingido por uma violenta tempestade, ao largo do cabo da Boa Esperença, perdeu quase metade da frota, tanto em navios como em homens, incluindo o grande comandante Bartolomeu Dias.
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