Não há dúvidas que veículos elétricos possuem vários pontos positivos e vantajosos: Baixo custo para abastecimento, não polui o ar no ponto de utilização do veículo e operação silenciosa. Todavia, a despeito de todas estas vantagens, carros completamente elétricos continuam a ter como desafio resolver as desvantagens que são conhecidas há quase um século: alcance ( distância) limitado; baixa velocidade de reabastecimento; poucos pontos para recarga; altos custos do veículo. Os mesmos problemas desde a época de Thomas Edison, basicamente resumidos a uma questão: BATERIA.
Por mais de um século, vários inventores buscaram criar uma bateria que fosse adequada como fonte primária de energia para os automóveis. De uma maneira geral eles não tiveram sucesso. Desde Thomas Edison, os engenheiros e inventores obtiveram sucessos retumbantes, como por exemplo, ao colocar o homem na Lua, construir usinas nucleares e criar a Internet. Todavia, mesmo com o enorme progresso da tecnologia, as baterias continuam a sofrer basicamente as mesmas restrições que atormentavam Thomas Edison. Evidente que as baterias melhoraram muito, mas ainda não o suficiente para concorrer com outros combustíveis empregados nos meios de transportes.
O problema fundamental é referente ao princípio da densidade de energia. Uma boa forma de comparar esta dimensão é através da comparação entre watt x hour/ kg ( a quantidade de energia armazenada em uma bateria de um kilo). Os fabricantes de baterias têm obtido progressos notáveis em termos de densidade de energia. As modernas baterias de íon de Lítio apresentam densidades energéticas mais de 4 vezes superiores à suas antecessoras, com elementos de chumbo-ácido. Mas continuam sem sequer chegar perto da densidade energética existente em um kilo de gasolina, que é capaz de conter cerca de 80 vezes mais energia que uma bateria de íon de Lítio.
A título de exemplo do peso de bateria necessária para um veículo elétrico, temos o caso do Tesla Roadster, o carro elétrico mais famoso, que pesa cerca de 1300 kg, dos quais 500 kg são de bateria.
Em termos de carros com propulsão elétrica, hoje temos como casos de comprovado sucesso, os carros híbridos, como o Toyota Prius e o Honda Insight. Tais veículos, certamente vieram para ficar e ocuparão crescente fatia do mercado automobilístico – bem diferente do que se espera dos veículos puramente elétricos.
Embora o tema carros elétricos pareça um assunto moderno e até certo ponto “novidade”, chega a ser engraçado constatarmos que há cerca de um século, o The New York Times noticiava em 1911, que os carros elétricos seriam a solução ideal, em função de se tratar de um veículo limpo e silencioso e muito mais econômico.
A chegada do Prius no final da década de 90, marcou indubitavelmente o início da eletrificação da frota automobilística. Não se trata da eletrificação integral ( carro 100% elétrico) que parece ser o anseio de boa parte dos engenheiros, mas se trata de um marco importante em um processo que ainda levará muitas décadas para se firmar como uma tecnologia de uso pleno.
Uma das alternativas considerada seriamente nesta área é o uso de carros híbridos associados a guard-rails ou trilhos eletrificados para viagens de longa distância, que permitiriam o uso de automóveis elétricos, sem a necessidade de paradas para reabastecimento, associados a viagens em altas velocidades e pequenas distâncias entre carros.
2 comentários:
Oi! Fui eu quem pedi pra Rafaela esse post sobre os carros elétricos, e de fato o senhor tocou no meu principal desafio do projeto: a transferência de potência da bateria para o motor de forma a garantir o máximo de autonomia. Desafio que não somente tange a capacidade da bateria e sua gradual perda de carga - o que não acontece com um tanque de gasolina - mas também as próprias diferenças mecânicas entre um motor elétrico e um de combustão.
Quanto aos carros híbridos, concordo plenamente que em breve eles ocuparão uma boa fatia das frotas nas grandes cidades, em especial na Alemanha, onde a chanceler está encaminhando fortemente a ideia para que até 2020 metade da frota do país seja elétrica. Estão trabalhando, com êxito, justamente em esquemas rápidos de recarga. Nesses dias anunciaram um posto de reabastecimento de alta tensão que, em 30 minutos, abastece 80% da carga total.
No caso brasileiro, há intenções de investimento para pesquisa nessa área, mas há também entraves do tipo etanol, que parece "ter medo" do projeto elétrico tirar seu espaço. Fico então a me perguntar: e um híbrido elétrico com biocombustível? É viável? Vale a pena?
Obrigado por atender ao meu pedido, gostei muito! Especialmente da parte histórica, que eu desconhecia, e da ideia no último parágrafo, que estou aqui imaginando implementações seguras...
Ahh, e feliz dia dos pais! haha
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