sábado, 25 de junho de 2011

O futuro da produção de gás e o shale gas


Shale gas é o nome usual do gás encontrado em folhelhos, que são rochas geradoras de hidrocarbonetos - pirobetuminosas. Na última década sua importância tem crescido de forma avassaladora nas discussões sobre a matriz energética norte-americana. Sua utilização tem alterado projetos de LNG, até então previstos para os EUA como alternativas para o fornecimento de gás, passando a ser considerada a fonte não convencional mais promissora para o futuro próximo. O interesse por sua utilização tem crescido, não somente nos Estados Unidos, mas também no Canadá, Europa, Ásia e Austrália. Analistas independentes – com os quais concordo – estimam que o shale gas será responsável antes, do fim desta década, por mais de metade do consumo norte americano de gás.

Uma característica interessante dos reservatórios de shale gas é a sua distribuição muito mais homogênea ao longo do planeta, do que seus congêneres de petróleo ou gás natural convencional. Sua produção em escala planetária seguramente modificará o equilíbrio de poder geopolítico dos grandes produtores de petróleo do Oriente Médio, mas muito mais dramaticamente a influência da Rússia como maior produtor da Europa.

Atualmente as dificuldades para produzir através de rochas com tão baixa permeabilidade têm sido o maior desafio. Os folhelhos são excelentes rochas geradoras. Todavia, para se criar um ambiente propício a um reservatório de gás convencional é necessária a existência de rochas com maior porosidade na vizinhança,  para onde o gás migraria ao longo de milênios tendo sua trajetória barrada por rochas selantes que aprisionariam o gás, criando um reservatório possível de ser explorado. Devido a esta baixa permeabilidade da rocha onde o gás se concontra, a produção de shale gas em escala comercial requer que estas formações sejam fraturadas de modo a criar zonas de permeabilidade que permitam o deslocamento do gás em direção a um poço. Na verdade, shale gas tem sido produzido, de forma desimportante em termos de volume, a partir de rochas com fraturas naturais.

Os recentes desenvolvimentos na área de fraturas de reservatórios de petróleo, permitiram extrapolar, com sucesso, algumas técnicas de fraturação hidráulica (fracking) para este tipo de rocha, conseguindo que se formassem largas áreas de fraturas artificiais. A propósito, as fraturas nas rochas de shale gas são muito mais estáveis do que aquelas produzidas nos reservatórios sedimentares para produção de petróleo. Outra técnica advinda da produção de petróleo, para a produção de shale gas, é a construção de poços horizontais com longa extensão (mais de 3000m) de zona de contato com as rochas, de forma a facilitar o fluxo em direção ao poço.

De certa forma, produzir gás a partir dos shales é como que pular algumas etapas geológicas para antecipar a produção do gás.

Infelizmente, nem tudo são flores...as técnicas atuais de fracking, ainda utilizam fortemente a acidificação como ferramenta primária, sendo muito importante ter certeza que seu emprego não ameaça aqüíferos da região, que poderiam carrear produtos tóxicos para lagos e rios.

Curiosamente, se confirma a antiga máxima de que quanto mais energia é demanda, mais tecnologia é criada – muitas delas advindas das formas de produção da energia aparentemente em substituição – para manter a capacidade de abastecer um planeta faminto por energia.

Os primeiros exploradores europeus e suas maravilhosas viagens...

Os primeiros exploradores europeus - portugueses e espanhóis - viajavam durante anos em suas caravelas, por mares desconhecidos e vastos oceanos, pela ambição de comercializar, colonizar, escravizar, converter e expulsar os mouros. Os navegadores nem sempre voltavam a ver sua pátria, mas os que regressaram conseguiram o feito de redesenhar o mapa do mundo e mudar o rumo da humanidade.

domingo, 19 de junho de 2011

Portugal como reexportador de commodities e produtos manufaturados

Uma característica marcante da Expansão portuguesa foi a condição portuguesa de reexportador de commodities e produtos manufaturados nos dois sentidos -  Europa-Oriente  -  procurando garantir rendas, sem criação de valor ou acumulação de capital financeiro.

A eletrificação dos automóveis...

Não tenho dúvidas de que, mesmo ainda usando o motor a combustão interna, quanto mais sistemas elétricos incorporarmos aos futuros carros - inclusive nos sistemas de controle dos motores – atingiremos maiores níveis de eficiência energética.


Todavia, a “eletrificação” dos automóveis certamente - além do aumento da eficiência - também criará produtos que hoje nos são pouco familiares, como por exemplo, suspensões inteligentes - para substituir os atuais conjuntos molas-amortecedores, que são basicamente absorvedores passivos de choques - com o uso da combinação de suspensões ativas acionadas eletricamente, combinadas com sensores que “enxergariam” à frente. Desta forma, a suspensão se prepararia para o momento exato em que o pneu fosse passar por um buraco na pista, levantando e abaixando a roda no milésimo de segundo exato evitando solavancos.

domingo, 12 de junho de 2011

Fabricação modularizada de embarcações - mais uma das soluções logísticas da época dos Descobrimentos

Durante a Expansão marítima, os portugueses implantaram a tecnologia de pré-fabricação de navios. As embarcações eram montadas na forma de kits padronizados, na Ribeira das Naus, em Lisboa, que podiam ser posteriormente montados em apenas 2 semanas, em estaleiros menores, mesmo do outro lado do oceano. A mesma técnica de kits era aplicada a instalações prediais de terra, como por exemplo, ao complexo de fortes (fortificação, armazéns e capela), como aconteceu com o de São Jorge da Mina , no golfo da Guiné.  Outra inovação foi a introdução do conceito de revisão geral  das embarcações, que levava a desmantelar uma nau ao fim de 3 ou 4 viagens e substituir todos os componentes em mau estado. Ou seja,  o desenvolvimento de soluções de logística originais foi fundamental para o sucesso das viagens.

Os planos da Alemanha de banir a energia nuclear e seus impactos na Europa

No final de maio, o governo alemão anunciou que os 7 reatores que haviam sido fechados logo após a divulgação do acidente na usina de Fukushima, no Japão, nunca mais serão religados. Na verdade a notícia ainda é mais dramática: Todo o parque nuclear alemão será desativado até 2022. O plano alemão é ter, a partir de 2022, toda a energia - que era gerada pelas usinas nucleares - sendo criada a partir de fontes renováveis. Considerando que hoje, cerca de um terço da energia elétrica consumida na Alemanha é gerado em usinas nucleares e que a eletricidade gerada nestas usinas custa cerca de 1/3 do preço daquela gerada em usinas eólicas e cerca da vinte vezes menos do que a eletricidade gerada a partir da energia solar, temos uma equação que beira a impossibilidade: Somente uma década para substituir 1/3 de toda a matriz de geração de energia elétrica em um país como a Alemanha.

Este quadro cria a necessidade de pensar na relação da Alemanha com alguns países vizinhos que seriam parceiros chaves neste processo.

Primeiramente, a França, que no pós-guerra tem empreendido esforços para manter a Alemanha sob pressão, de forma a criar um cenário no qual a França seja tão importante para a Alemanha - do ponto de vista de investimentos e suprimento de itens críticos – que impeça qualquer possibilidade alemã de enxergá-la como inimiga. A França tem uma inegável vantagem - neste momento de plebiscitos (Itália e Japão) para verificar o interesse das populações em manter a operação de usinas nucleares – pois sua população não demonstra – diferente da alemã – resistência ao uso de energia nuclear. Neste contexto, a França aproveitará para instalar tantas usinas quanto possível, para garantir sua capacidade de protagonista no fornecimento de energia elétrica para Alemanha.

O segundo país que surge como player importante a partir da decisão alemã é a Polônia. O país fica geoestrategicamente espremido entre a Alemanha e a Rússia e não pode competir em nenhum aspecto com ambos. Embora o carvão seja hoje em dia um combustível politicamente incorreto, que vem sendo banido da Europa nos últimos 20 anos, a Polônia o usa em escala maciça, sendo responsável por cerca de 90% da eletricidade do país. Como uma usina a carvão é muito mais barata e rápida de construir do que uma nuclear, ironicamente é a Polônia com este combustível fora de moda - o carvão é que tem as maiores condições de viabilizar os planos ecologicamente corretos da Alemanha.

O próximo país ligado a esta questão é a Rússia, que há décadas tenta estabelecer relações estratégicas de longo prazo com a Alemanha. Uma união entre as duas potências teria a capacidade de desestabilizar todo o jogo de forças na Europa. Do ponto de vista econômico, os russos vêem a Alemanha como seu mais importante parceiro comercial e sua maior fonte de investimentos externos. A capacidade da Rússia de influenciar a matriz energética alemã se chama “Nord Stream pipeline” – um gasoduto ligando diretamente a Rússia à Alemanha (by-passando boa parte dos vizinhos) – que deve já entrar em operação este ano, sendo capaz de transportar 55 bilhões de m3 por ano – quantidade de gás suficiente para substituir metade da energia gerada pelas usinas nucleares alemãs – bastando à Alemanha instalar as usinas termo-elétricas a gás, pois o combustível já estará lá.

Ou seja, a decisão alemã embora praticamente inexeqüível no prazo proposto, mudará o equilíbrio de forças entre os países europeus.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Inovações técnicas críticas na Expansão Marítima : as caravelas

Uma das inovações técnicas decisivas, para o arranque da expansão portuguesa na sua fase de exploração do Atlântico e da costa oeste africana, foi a introdução da nova caravela. Pensa-se que a nova caravela seja uma descendente de velhos barcos de pesca usados pelos árabes ao sul de Portugal, no Algarve. Muitos autores concordam que esse tipo de embarcação surgiu por volta de 1420 e que o seu uso em larga escala tenha sido iniciado em 1441. As suas características de construção neste período inicial eram : menos do que 80 toneladas de peso (em média pelas 50), cerca de 20 a 25 metros de comprimento (com uma relação comprimento/largura da ordem de 3,5:1), construída com o costado liso e com um único castelo de popa, muito leve e fina em suas linhas, deslocava muito pouca água e tinha o fundo achatado. Este conjunto de características tornavam-na adequada para o contexto da exploração offshore, situação para a qual são necessárias embarcações que não encalhem nos recifes e bancos de areia dos litorais em exploração.

Decisão da OPEP de não alterar os níveis de produção - nem para mais, nem para menos - nos países membros

A OPEP não consegui consenso em suas recentes reuniões para definir os níveis de produção dos países membros.  Segundo seu secretário geral , Abdullah al-Badri, isso significa na prática que nenhuma alteração é prevista para os próximos 3 meses.

Gaudi, a Catedral da Sagrada Família e o gerenciamento de escopo nos projetos...

O que vocês vêem nestas 2 fotos ??




A Catedral da Sagrada Família, obra prima de Gaudi e orgulho da cidade de Barcelona, permite uma interpretação sobre a importância da gestão de escopo de projetos – mais especialmente sobre o gerenciamento das mudanças. A obra é considerada como a igreja mais original de toda a Europa, sendo repleta de símbolos inspirados na natureza. Em 1893, um ano após o início de sua construção, a tarefa de concluí-la foi entregue a Gaudi, que modificou tudo, improvisando à medida que progredia. Tornou-se a obra da sua vida. Quando o arquiteto morreu, somente uma das torres, a fachada da Natividade, estava pronta. Posteriormente, muitas outras foram concluídas segundo as últimas concepções de Gaudi. Depois da Guerra Civil Espanhola, o trabalho foi retomado e continua até hoje.

Mesmo com toda a genialidade de Gaudi, é curioso que, passado mais de um século, ainda se trate de uma obra inacabada.

Tome cuidado: Por mais tentadoras que algumas pequenas alterações em seus projetos possam parecer inofensivas; mesmo que incorporem soluções originais que não foram pensadas no início; e mesmo ainda que sejam capazes de proporcionar um  resultado final mais valioso. Sempre fique atento para não se deixar levar pela síndrome de Gaudi e abraçar uma obra que, mesmo que futuramente possa ser reconhecida por sua ousadia e percalços, seja também lembrada por ainda estar inacabada.

É bom lembrarmos que temos os exemplos de duas obras excepcionais, que são as mais visitadas em todo o mundo e que foram entregues no prazo e dentro do que foi previsto inicialmente :

A Monalisa, obra prima de  Da Vinci, que tanto como Gaudi - e também os nossos modernos gerentes de projetos – trabalhava por encomenda. O gênio renascentista pintou e entregou sua obra prima em um verão de 1489. O segundo exemplo é a Torre Eiffel que se tornou um ícone mundial da França e uma das estruturas mais reconhecidas no mundo, que tem o nome de seu projetista, o engenheiro Gustave Eiffel. A torre foi construída entre 1887 e 1889, como o arco de entrada da Exposição Universal de 1889. Sendo entregue no prazo e sem alterações no projeto.... Escopo bem definido é isso aí!



sábado, 4 de junho de 2011

As inovações que impulsionaram as navegações portuguesas

Mais de uma dezena de grandes inovações portuguesas nos séculos XV e XVI sustentaram a criação do primeiro império global. Caravelas e naus e poder de fogo naval; novos conceitos de geoestratégia e novas ferramentas de marear juntaram-se ao longo de quase século e meio para dar corpo a um sistema global.

As cidades que deram as costas para seus rios e baías - seus principais recursos naturais


O que temos em comum entre Barcelona, Rio de Janeiro e Macaé? À primeira vista, se somente tivéssemos listado as duas primeiras cidades, seria fácil: A primeira foi sede das Olimpíadas de 1992 e o Rio de Janeiro será o anfitrião das competições de 2016. Todavia, as três cidades – somente para efeitos de exemplo – têm em comum, o fato de terem dado as costas para seus principais recursos naturais durante parte de suas histórias.


Barcelona soube aproveitar, no início da Era dos Descobrimentos, o potencial marítimo para ali fazer florescer suas instalações de construção naval, onde se localizavam os estaleiros de Drassanes, fundados em meados do século XII e onde foram construídos os galeões que fizeram de Barcelona uma potência marítima.



 Todavia, ao longo de boa parte de sua história recente – anterior aos Jogos Olímpicos, de 1992 – preferiu virar-se em direção ao continente, como que tentando escapar da atração inevitável do mar. Felizmente, no início dos anos 90, suas praias foram revitalizadas e o porto , hoje um dos principais centros logísticos do Mediterrâneo, aumentou sua capacidade extraordinariamente. Hoje das colinas de Montjuic, o olhar é muito mais seduzido pelo cais de navios de passageiros, para as construções à beira mar e mesmo para o porto comercial do que é atraído para as obras arquitetônicas terra à dentro. Caso típico de vocação restabelecida.




A história do Brasil está indissociavelmente ligada a vários fatos na Baía de Guanabara, símbolo maior da cidade do Rio de Janeiro. Aqui tivemos, por exemplo, a chegada de Dom João VI, em 1808, para na visão de muitos estudiosos, de fato, iniciar a história do Brasil, como país. Mesmo nos seus melhores momentos, o porto do Rio de Janeiro, nunca foi uma referência positiva para a cidade. As cidades da Baixada Fluminense situadas nas margens da baía, nunca puderam “enxergar” na baía - que se debruçava sobre suas portas, nenhuma das vantagens de tê-la como recurso, exceto talvez para o despejo de esgoto. Integração com os rios da região, nem pensar. As cidades nunca resolveram utilizar a baía como fonte de soluções conjuntas. Em um ato mais concreto, isolou-se a cidade do Rio de Janeiro da baía, primeiramente com os armazéns do cais do porto e mais recentemente, com o elevado da Perimetral. A cidade volta-se para o oceano, na Zona Sul, mas cresce rastejando em direção contrária à da baía.


Do ponto de vista logístico falta associação entre o potencial de transferência de cargas por balsas, a partir, por exemplo, de Duque de Caxias, São Gonçalo para o porto. Pela perspectiva urbanística, falta permitir que a cidade, desde o seu Centro até o Caju, tenha a Baía de Guanabara integrada à sua paisagem.




E então porque falar de Macaé, quando se fazem comparações com Barcelona e o Rio de Janeiro? Porque a cidade, a menos de 180 km do Rio de Janeiro, é – e ainda será por um bom tempo – o maior pólo de apoio à produção de petróleo offshore no Brasil. Sua história começa como uma cidade pesqueira, que pela visão estratégica de José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho - bispo de Olinda, nascido em Campos dos Goytacazes -  trazida a público na obra "Ensaio Econômico sobre o Comércio de Portugal e suas Colônias", em 1794, e encampada pelo Visconde de Araruama, em 1836, constrói a maior obra de engenharia do século XIX no Brasil, o canal Macaé-Campos.


Empreitada singular, cavada por escravos, entre 1844 e 1861, aproveitando as lagoas da região, para permitir o escoamento da produção de açúcar do Norte Fluminense, através do Porto de Imbetiba, no coração de Macaé. O exemplo perfeito de região que sabia aproveitar sua geografia – unindo, baía, rios e lagos – para criar sua identidade. Com a criação da “Estrada de Ferro Macaé e Campos”, em 1874 o canal, bem como o porto, perdeu sua função principal de escoar a produção de açúcar da região, incicando a partir daquela época seu lento e gradual abandono.
Com o advento do petróleo na região, no início dos anos 70, já no século, XX, o porto passa a ser utilizado para apoio às operações na Bacia de Campos A partir daquele momento a história de virar as costas para a geografia, no caso o rio Macaé, se repete. Nem sombra de se integrar o rio Macaé e seus canais à solução de transporte para as plataformas. Mais uma cidade olhando para o oceano e crescendo de forma a se afastar de seu rio, de sua baía, cheios de oportunidades para seu progresso.

O exemplo de Barcelona, que começa sua história olhando para sua baía; a perde de vista e novamente a encontra e se reconciliam, faz com que tenhamos esperança de ainda vermos a baía de Guanabara e o rio Macaé como marcos orgulhosos e integradores de suas regiões.


sexta-feira, 3 de junho de 2011

A logística para apoio às operações de produção de petróleo offshore - o sábio aproveitamento dos recursos geográficos das regiões costeiras

Recentemente, tive a oportunidade de conhecer a região da Lousiania, nos Estados Unidos, onde está localizada a maior  parte das instalações de apoio às operações offshore no Golfo do México.  Região com o litoral recortado por pântanos e canais, que durante muitos anos prosperou  com a indústria pesqueira, mas que soube se adaptar à indústria do petróleo,  aproveitando o potencial de seus canais para abrigar portos, estaleiros e entrepostos logísticos.  As reflexões sobre esta capacidade de aproveitar os recursos naturais para encontrar soluções logísticas, me levaram a escrever  o próximo post....

A gestão do conhecimento nas Grandes Navegações

Apesar das fortes raízes empíricas da Expansão Portuguesa, do seu incrementalismo pragmático e do seu forte improviso, seus líderes concretizaram uma estratégia de gestão do conhecimento – como chamaríamos hoje – que permitiu a  criação de um "capital intelectual" do país : um primeiro "think tank" virado para a Expansão sistemática, uma onda de publicações científicas originais, uma revolução na cartografia e na ciência da construção naval.

O futuro da matriz energética do Japão

Como já era esperado, O Primeiro Ministro japonês, Naoto Kan, declarou, em meados de maio, que o país está na prática jogando no lixo seus planos recentes de aumentar a participação da energia nuclear de 30%, para 50%, até 2030. O informe veio acompanhado da notícia de que os futuros planos de longo prazo serão concebidos da "estaca zero", tendo como diretriz a criação de tecnologias que permitam a incorporação maciça de fontes renováveis.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

As grandess navegações em busca de especiarias e seus efeitos na culinária mundial

Por conta de sua navegação navegadora e do longo convívio com o Oriente e a África, os portugueses se tornaram grandes divulgadores e multiplicadores de plantas e de formas  de comer em todos os lugares onde estiveram. Por onde passaram plantaram mudas e  experimentaram comidas.
Trouxeram para o Brasil o coqueiro, que muita gente ainda julga ser uma planta natural do nosso litoral. O coqueiro desembarcou no Brasil em 1553. As  mudas vieram de Cabo Verde, uma das ilhas atlânticas transformadas, pelos lusos, em hortos experimentais de plantas asiáticas. Alastraram-se, principalmente, da Bahia ao Ceará. Vem de longe, a lenda de que os cocos vieram boiando da África à Bahia, empurrados pelas ondas. Todavia, foi obra do português, esse grande mercador, também  plantas.
A cozinha do reino traduzia, com riqueza de detalhes, a essa época, o espírito aventureiro, curioso e aberto dos portugueses. Ao contrário de árabes, judeus ou indianos, com restrições alimentares devido a preceitos religiosos, os portugueses não tinham fronteiras para paladar, eram seduzidos pelas variedades da mesa e assim ajudaram a formar o perfil diversificado da culinária brasileira.

Energia elétrica - aumento nos preços pagos pelo Brasil ao Paraguai, pelo excedente de energia em Itaipu

O governo brasileiro obteve, em meados de maio, aprovação do Senado para aumentar o preço pago pelo excesso de energia gerado em Itaipu, e não utilizado pelo Paraguai e exportado para o Brasil. Trata-se um aumento generoso no valor pago. Coisa de país rico.... Passamos o valor do pagamento de US$ 120 milhões, anuais, para US$ 360 milhões.