A Petrobras informou hoje que as usinas Potiguar, Cabugi, Juriti e Mangue Seco, que compõem o Parque Eólico de Mangue Seco, com investimento de R$ 424 milhões, já estão operando comercialmente no Rio Grande do Norte.
Localizadas às margens da Rodovia RN 221, em Guamaré, as usinas são constituídas por 52 aerogeradores de 2 megawatts (MW) cada. O Parque Eólico de Mangue Seco possui a maior capacidade instalada no país com este tipo de aerogerador (104 MW), suficientes para suprir energia elétrica a uma população de 350.000 habitantes.
O blog Energia e Grandes Navegações discute temas relacionados a questões energéticas - especialmente petróleo - bem como assuntos ligados à história das grandes navegações.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
O português como semeador de novas plantas e árvores no Brasil
Por conta da incrível vocação ultramarina e do longo convívio com o Oriente e a África, os portugueses se tornaram grandes divulgadores e multiplicadores de plantas e de formas de comer em todos os lugares onde estiveram - que não foram poucos. Por onde passaram fincaram mudas e experimentaram comidas.
Temos o exemplo do coqueiro, que desembarcou no Brasil em 1553 para dar sombra, água fresca, leite, óleo, comida, palha e frescor à costa. As mudas vieram de Cabo Verde, uma das ilhas atlânticas transformadas, pelos lusos, em hortos experimentais de plantas asiáticas. Alastraram-se, principalmente, da Bahia ao Ceará, como obra do português, esse grande mercador de cheiros que trouxe também as palmeiras, que acabaram contribuindo para enriquecer as paisagens costeiras quase carecas, devido à extração do pau-brasil, dos jatobás e de todas as boas madeiras da terra.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Mais um pouco sobre shale gas...
Assisti nesta semana a uma palestra sobre shale gas, proferida aqui no INSEAD pelo meu colega Ron Bailey, vice presidente para shale gas, da Nexen, empresa canadense do setor de energia.
Alguns pontos de destaque:
- O shale gas é a mesma rocha onde o gás convencional é gerado, tendo
permeabilidade parecida com a do granito, sendo 100 vezes mais impermeável que o concreto.
- Aproximadamente 30% das reservas mundiais de gás (convencional e nao convencional) correspondem a shale gas.
- O Fraturamento da rocha é fundamental para permitir a produção e é feito em diversas zonas do poço, com uma mistura de água, areia e produtos químicos a alta pressão. A água utilizada nesta operação é coletada em reservatórios subterrâneos (a fim de diminuir o impacto ambiental da operação). A areia é necessária para manter aberta a fratura ao longo da rocha ao término da operacao de fracking. Tipicamente, trata se de uma mistura de 99,97% de água e areia, acrescida de ácidos e produtos químicos
Todavia, Ron reforcou que o desafio mais importante é enfrentar o comportamento do mercado consumidor que não quer ver por perto, estruturas com as quais nao está acostumado a conviver: "Não no meu quintal".
Alguns pontos de destaque:
- O shale gas é a mesma rocha onde o gás convencional é gerado, tendo
permeabilidade parecida com a do granito, sendo 100 vezes mais impermeável que o concreto.
- Aproximadamente 30% das reservas mundiais de gás (convencional e nao convencional) correspondem a shale gas.
- O Fraturamento da rocha é fundamental para permitir a produção e é feito em diversas zonas do poço, com uma mistura de água, areia e produtos químicos a alta pressão. A água utilizada nesta operação é coletada em reservatórios subterrâneos (a fim de diminuir o impacto ambiental da operação). A areia é necessária para manter aberta a fratura ao longo da rocha ao término da operacao de fracking. Tipicamente, trata se de uma mistura de 99,97% de água e areia, acrescida de ácidos e produtos químicos
- Desafio da produtividade : Como a depleção da jazida é muito veloz (perda de pressão do resevatório e consequente diminuição da produção) o grande desafio é o fato de ser necessário manter uma estrutura permanente e continua de intervenção nos poços.
Todavia, Ron reforcou que o desafio mais importante é enfrentar o comportamento do mercado consumidor que não quer ver por perto, estruturas com as quais nao está acostumado a conviver: "Não no meu quintal".
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
A inauguração da Era dos Descobrimentos com a conquista de Ceuta
A Era dos Descobrimentos, ou talvez mais apropriadamente a Era das Grandes Navegações, começou em 1415, quando uma força militar portuguesa, liderada pelo príncipe dom Henrique de Avis, filho do rei dom João I, atravessou o Estreito de Gibraltar e tomou a cidade marroquina de Ceuta. A vitória foi mais do que simplesmente um detalhe na saga de um povo que após ter por tanto tempo sucumbido a inúmeros conquistadores – romanos, suevos, visigodos e mouros - agora se lançava em várias conquistas próprias. A invasão de Ceuta, aparentemente sem um significado global, marcou uma mudança memorável na consciência européia. De repente, havia um mundo desconhecido a descobrir e terras fabulosas a reivindicar e conquistar. Foi Portugal, que estava na margem do mundo conhecido e até então tinha pouca importância no cenário europeu, que abriu o caminho para uma nova era.
O futuro da energia nuclear no Brasil – próximos passos
Enquanto países como Itália, Alemanha e Suíça, no calor das notícias pós-Fukushima resolveram banir o uso de energia nuclear em sua matriz energética, o Brasil resolveu adotar uma postura mais cautelosa e menos apressada neste tema. De forma similar ao que foi estabelecido pelos EUA, China e França, o governo brasileiro decidiu interromper os novos projetos a fim de realizar estudos complementares à luz das lições ainda sendo aprendidas no acidente na usina japonesa. O projeto brasileiro que aguarda tais definições – a cargo do Ministério das Minas e Energia – compreende a definição dos locais potencialmente capazes de receber as próximas 4 usinas brasileiras, de 1000MW cada, a serem implantadas entre 2020 e 2030. Sendo 2 delas no Nordeste e as outras duas na região Sudeste.
domingo, 11 de setembro de 2011
A Carreira da Índia
Aberto o caminho marítimo para o Oriente, por Vasco da Gama, nascia a famosa e lucrativa Carreira da Índia, que consistia na viagem anual de Lisboa até a cidade de Goa, representando a principal fonte de renda da Coroa. Em poucos anos, a chamada "pimenta-do-reino" tornou-se o produto mais exportado de Portugal para os demais países europeus, alterando significativamente o panorama da velha Europa. Indiretamente, o comércio português propiciou a Revolução Industrial na Inglaterra, graças ao acúmulo de capital que os ingleses obtiveram por meio de corsários que saqueavam os navios da Carreira da Índia ( os piratas causavam mais naufrágios do que todos os demais riscos da viagem).
Progresso e uso de energia elétrica
Uso de energia e produto interno bruto guardam uma estreita relação. Hoje mais do que nunca, o crescimento econômico chega junto com o interruptor. A energia elétrica libera conhecimento, estimula o potencial das regiões e como conseqüência, cria muito mais estabilidade política. A pobreza energética mantém as pessoas vulneráveis e mergulhadas no atraso.
sábado, 10 de setembro de 2011
"Deus deu aos portugueses um país pequeno como berço, mas o mundo todo como túmulo", Padre Antonio Vieira
A história das explorações portuguesas não é uma história de homens exóticos e originais em pitorescos barcos de madeira. É uma história de paixão, de sangue e de traição, de incomparável coragem, de arroubos de visão e da construção de impérios. Foi um drama encenado no palco do mundo, em um tempo que nunca se repetirá, pois foi a última época em que o mundo físico e seus povos eram desconhecidos. O custo foi enorme: “Deus deu aos portugueses um país pequeno como berço, mas o mundo todo como túmulo, observou o padre Antonio Vieira, jesuíta português do século XVII.
Venezuela supera a Arábia em reservas de óleo
Segundo o Boletim Estatístico Anual 2010-2011 da OPEP, as reservas provadas de óleo cru da Venezuela somaram 296,5 bilhões de barris em 2010, ultrapassando as da Arábia Saudita, de 264,5 bilhões de barris. O Irã continua ocupando o 3º lugar do ranking , com 151 bilhóes de barris.
domingo, 28 de agosto de 2011
Fernando Pessoa e a ode aos navegadores
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantas noivas ficaram por casar Para que fosse nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar alem da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nelle é que espelhou o céu.
A energia que gastamos para "purificar" a energia...
Você já parou para pensar que a maior parte da energia que consumimos é para “purificar” energia, transformando formas menos controladas de energia em potência concentrada e controlada?? Extraímos energia química acumulada na forma de petróleo encontrado em reservatórios nas profundezas da crosta terrestre e então a transformamos em produtos mais nobres dentro das refinarias e depois utilizamos estes produtos em caldeiras, turbinas, motores, fios elétricos, filamentos e semi-condutores. Dissipando sempre copiosas quantidades de energia neste processo de concentração e aumento do controle da potência disponível
terça-feira, 16 de agosto de 2011
O consumo de energia e o PIB
Embora haja uma relação direta entre elevado consumo de energia e crescimento do PIB, é importante perceber uma relação curiosa na evolução histórica do consumo de energia por unidade de PIB criado.
De fato, uma avaliação desta relação ao longo do tempo demonstra com clareza uma diminuição do consumo de energia para gerar a mesma quantidade de PIB ao longo da história da humanidade.
Basta verificarmos que no passado distante, baseado em uma matriz energética baseada nos carbohidratos – leia-se força motriz humana - o PIB dos nossos ancestrais caçadores, ou mesmo agricultores primitivos era fundamentalmente energia na forma de comida.
Na era da Intenet, esta visão do declínio do consumo de energia/PIB também pode ser percebido no fato de que as economias mais ricas do planeta a cada dia incorporam a seu mix de produtos e serviços menos itens com alta relação consumo de energia/PIB. Vale o exemplo de que não precisamos de muitos “barris de petróleo” para escrever um software, ou criar um novo serviço de telecomunicações, diferente da enorme quantidade de energia que é gasta para gerar uma tonelada de aço.
De fato, uma avaliação desta relação ao longo do tempo demonstra com clareza uma diminuição do consumo de energia para gerar a mesma quantidade de PIB ao longo da história da humanidade.
Basta verificarmos que no passado distante, baseado em uma matriz energética baseada nos carbohidratos – leia-se força motriz humana - o PIB dos nossos ancestrais caçadores, ou mesmo agricultores primitivos era fundamentalmente energia na forma de comida.
Na era da Intenet, esta visão do declínio do consumo de energia/PIB também pode ser percebido no fato de que as economias mais ricas do planeta a cada dia incorporam a seu mix de produtos e serviços menos itens com alta relação consumo de energia/PIB. Vale o exemplo de que não precisamos de muitos “barris de petróleo” para escrever um software, ou criar um novo serviço de telecomunicações, diferente da enorme quantidade de energia que é gasta para gerar uma tonelada de aço.
domingo, 14 de agosto de 2011
O império marítimo português
O império português, que o Brasil integrou de 1500 a 1822, espalhou-se por todos os continentes ao longo de quase seis séculos. Começou com a conquista de Ceuta, no extremo norte da África, em 1415. O Império foi sobretudo marítimo e comerciale se formou rapidamente - em 1517 os portugueses já estavam em Cantão, do outro lado do mundo.
A expansão marítima portuguesa resultou principalmente das ações combinadas do Estado (com sua burocracia e seus exércitos), da Igreja e das entidades comerciais, com o objetivo principal de obter lucros.
A melhor expressão da força do comércio foi o próprio modelo luso de expansão, baseado nas feitorias, postos comerciais construídos ao longo dos litorais, protegidos por fortalezas, destinados a receber e entregar mercadorias
A expansão marítima portuguesa resultou principalmente das ações combinadas do Estado (com sua burocracia e seus exércitos), da Igreja e das entidades comerciais, com o objetivo principal de obter lucros.
A melhor expressão da força do comércio foi o próprio modelo luso de expansão, baseado nas feitorias, postos comerciais construídos ao longo dos litorais, protegidos por fortalezas, destinados a receber e entregar mercadorias
As dificuldades intrínsecas de uma matriz energética baseada na energia eólica
Embora eu tenha grande apreço pelas formas ditas alternativas para geração de energia, tenho sempre adotado uma postura muito crítica quanto à real capacidade de fontes não convencionais – diferentes de hidrocarbonetos ou nuclear – gerar quantidades maciças de energia a tempo e a hora da demanda estabelecida. No caso da energia eólica, apesar da praticamente nula geração de CO2 no processo, existem alguns fatores que prejudicam sua aplicação em grande escala, especialmente o fato da intermitência na geração, que obriga que sempre tenhamos uma fonte mais confiável – convencional – como backup. Fato que onera gravemente do ponto de vista econômico a solução. Este é o principal motivo para os projetos baseados em energia eólica serem tipicamente avaliados como tendo capacidade entre 10 e 20% da potência máxima instalada. Mesmo o famoso exemplo dinamarquês repetidamente evocado, como caso de sucesso, visto que a Dinamarca possui – proporcionalmente à quantidade de energia consumida - um dos maiores parques eólicos instalado no mundo, depende visceralmente da energia hidroelétrica da Suécia.
sábado, 30 de julho de 2011
Portugal o pioneiro na criação de um verdadeiro império global
Portugal foi a primeira nação européia a explorar o mar em busca de especiarias e o império global conseqüente. A busca começou já em 1419, quando o infante Dom Henrique, terceiro estabeleceu sua corte em Sagres, uma formação no extremo sul de Portugal.
Conhecido como infante Dom Henrique, o Navegador, raramente esteve no mar, mas inspirou outros a conquistar o oceano. Navios portugueses enfrentaram obstáculos tão surpreendentes, tão envolvidos pela ignorância e superstição, que apenas marinheiros extraordinariamente confiantes e hábeis ousavam se aventurar no mar Oceano, como o oceano Atlântico era conhecido.
Conhecido como infante Dom Henrique, o Navegador, raramente esteve no mar, mas inspirou outros a conquistar o oceano. Navios portugueses enfrentaram obstáculos tão surpreendentes, tão envolvidos pela ignorância e superstição, que apenas marinheiros extraordinariamente confiantes e hábeis ousavam se aventurar no mar Oceano, como o oceano Atlântico era conhecido.
A importância do gás russo para a Europa e a necessidade de desenvolver a produção russa na Península de Yamal, a Península do fim do mundo
A maior parte dos campos produtores de gás natural na Rússia já estão na fase de declínio severo da produção, obrigando as autoridades a buscar forma de colocar em produção, reservatórios já descobertos na zona do Ártico– mas ainda não desenvolvidos em termos de produção.
Na Península de Yamal, no extremo norte da Federação, encontra-se a maior reserva de gás do mundo – algumas estimativas indicam que tais reservas seriam suficientes para sozinhas suprirem toda a demanda de gás do mundo, por pelo menos uma década. Todavia, as reservas estão localizadas no que os próprios russos nominaram como o “fim do mundo” que é o significado na língua local para Yamal. A região é composta de áreas alagadiças congeladas praticamente todo o ano, na parte mais fria da Sibéria Ártica, a milhares de quilômetros de distância do mercado consumidor. A operadora francesa Total e a russa Novatek têm planos para desenvolver uma planta de LGN para liquefação e transporte do gás, em 2015.
Moscou tem como preocupação permanente a possibilidade de perder a influência geopolítica que exerce sobre a Europa, com a entrega de gás através da imensa rede de gasodutos que alimentam os lares e indústrias européias, com gás russo.
A demanda européia por gás tende a aumentar, especialmente pela decisão alemã de fechar suas usinas nucleares e Moscou não pretende perder esta imensa influência e poder de persuasão que um fornecedor maciço de energia é capaz de exercer. É neste cenário de declínio da produção das reservas russas – a maior parte ainda desenvolvida na era soviética, que entra a importância das reservas de Yamal. A península possui reservas estimadas entre 30 a 50 trilhões de pés cúbicos de gás, sendo capaz de abastecer a Europa por toda uma geração.
O problema na Península de Yamal, bem como qualquer outro reservatório na região do Ártico – é que o esforço exploratório encara enormes desafios ambientais e tecnológicos. A tundra da região ou está congelada ou é uma terreno pantanoso.
A distância da região até o centro de distribuição mais próximo demandaria a construção de um gasoduto de cerca de 3000 km, 500 dos quais por terreno alagadiço e instável. Estima-se que a construção custaria entre 250 e 400 bilhões de dólares.
Neste cenário, a opção pela liquefação do gás – LNG – embora cara, surge como a possibilidade de viabilizar a produção, bem como buscar mercados fora da Europa, tendo em vista que a região possui acesso oceânico. De fato, a viabilidade dos projetos de LGN ao redor do mundo baseia se na premissa de transporte marítimo. Aí temos mais um problema climático da região, pois o mar ao redor da Península congela durante o inverno, precisando de soluções para armazenagem, ou a garantia de disponibilidade de uma frota quebra-gelos.
De qualquer forma, Moscou seguramente desenvolverá os campos de gás de Yamal, visto que o futuro da Rússia está intrinsecamente ligado à habilidade de se manter como principal fornecedor de gás para a Eurásia, posição que certamente será ameaçada sem as reservas da Península do fim do mundo.
Na Península de Yamal, no extremo norte da Federação, encontra-se a maior reserva de gás do mundo – algumas estimativas indicam que tais reservas seriam suficientes para sozinhas suprirem toda a demanda de gás do mundo, por pelo menos uma década. Todavia, as reservas estão localizadas no que os próprios russos nominaram como o “fim do mundo” que é o significado na língua local para Yamal. A região é composta de áreas alagadiças congeladas praticamente todo o ano, na parte mais fria da Sibéria Ártica, a milhares de quilômetros de distância do mercado consumidor. A operadora francesa Total e a russa Novatek têm planos para desenvolver uma planta de LGN para liquefação e transporte do gás, em 2015.
Moscou tem como preocupação permanente a possibilidade de perder a influência geopolítica que exerce sobre a Europa, com a entrega de gás através da imensa rede de gasodutos que alimentam os lares e indústrias européias, com gás russo.
O problema na Península de Yamal, bem como qualquer outro reservatório na região do Ártico – é que o esforço exploratório encara enormes desafios ambientais e tecnológicos. A tundra da região ou está congelada ou é uma terreno pantanoso.

Neste cenário, a opção pela liquefação do gás – LNG – embora cara, surge como a possibilidade de viabilizar a produção, bem como buscar mercados fora da Europa, tendo em vista que a região possui acesso oceânico. De fato, a viabilidade dos projetos de LGN ao redor do mundo baseia se na premissa de transporte marítimo. Aí temos mais um problema climático da região, pois o mar ao redor da Península congela durante o inverno, precisando de soluções para armazenagem, ou a garantia de disponibilidade de uma frota quebra-gelos.
De qualquer forma, Moscou seguramente desenvolverá os campos de gás de Yamal, visto que o futuro da Rússia está intrinsecamente ligado à habilidade de se manter como principal fornecedor de gás para a Eurásia, posição que certamente será ameaçada sem as reservas da Península do fim do mundo.
domingo, 24 de julho de 2011
Aproximadamente 70% dos reatores nucleares japoneses permanecem fechados para inspeções
Aproximadamente 70% dos reatores nucleares japoneses permanecem fechados para inspeções. Este percentual corresponde a 37 plantas fechadas. Até o momento não existe previsão de quando estas inspeções estarão concluídas – na verdade, os critérios de inspeção têm sido rotineiramente modificados, com a incorporação de requisitos mais severos, o que se agrava a dificuldade de prever quando (se é que algum dia) esta situação estará normalizada. O impacto desta situação somente pode ser mais bem dimensionado quando lembramos que no início deste ano, os planos japoneses consideravam ter uma matriz energética com 53% da energia elétrica gerada por usinas nucleares.
A passagem pelo Cabo bojador em 1434
Quando as viagens ao longo da costa da África se iniciaram, por volta de 1419, o que era considerado o limite mais ao sul do oceano Atlântico e da costa África Ocidental situava-se na região do Cabo Bojador, exatamente abaixo dos 27° de latitude Norte. O Cabo projeta-se quarenta quilômetros do continente para o oeste. O baixios existentes ao seu redor, a freqüência do nevoeiro e da neblina ao largo, a dificuldade de voltar para o norte por causa dos ventos predominantes, tudo parecia confirmar a crença popular que a partir daquele ponto não havia possibilidade de retorno. Doze ou quinze tentativas infrutíferas foram feitas, antes que um dos navios do príncipe Henrique por fim contornasse o cabo em 1434, quebrando, assim, não só a barreira física, mas principalmente a barreira psicológica que até então impedira qualquer viagem ao longo da costa da África Ocidental rumo ao Sul. Essa foi, talvez, a maior realização do infante dom Henrique, e só foi executada devido à determinação paciente e à disposição de gastar enormes quantias de dinheiro em viagens de que não se poderia esperar compensação imediata
sábado, 2 de julho de 2011
Um revés na produção de shale gas na França
O Senado francês votou nesta semana um projeto – anteriormente aprovado no Congresso - que baniu o uso das atuais técnicas de fracking para produção de shale gas. A medida tem pouco efeito prático, tendo em vista as poucas ocorrências de shale gas em território francês e de certa forma reforça a opção predominante do mercado francês pelo emprego da energia nuclear.
As Grandes Navegações partiram de uma Europa pobre em direção a um Ásia mais rica
Um aspecto pouco divulgado das motivações das Grandes Navegações refere-se à diferença econômica entre a Europa e as nações asiáticas banhadas pelo Índico. Paradoxalmente, a pobreza favorecia os europeus, obrigados pela escassez de oportunidades econômicas em seus países a procurá-las em outra parte. A propósito, vale lembrar que as explorações partiram da periferia de uma periferia - pois a Europa era a borda da Eurásia e a borda da Europa era a península Ibérica.
Um fluxo no caminho inverso, da Ásia para a Europa era inimaginável para os navegantes do Índico, que para se aventurar por mares hostis, precisariam de um forte incentivo econômico - que não existia - pois o Índico era uma área de tamanha atividade comercial e de tanta riqueza que não fazia sentido para seus povos buscar mercados ou fornecedores em outros lugares.
Quando os primeiros mercadores europeus alcançaram o Índico, chegaram a ser desprezados por sua pobreza e de uma forma geral, enfrentavam dificuldades para vender os produtos de suas terras de origem
Um fluxo no caminho inverso, da Ásia para a Europa era inimaginável para os navegantes do Índico, que para se aventurar por mares hostis, precisariam de um forte incentivo econômico - que não existia - pois o Índico era uma área de tamanha atividade comercial e de tanta riqueza que não fazia sentido para seus povos buscar mercados ou fornecedores em outros lugares.
Quando os primeiros mercadores europeus alcançaram o Índico, chegaram a ser desprezados por sua pobreza e de uma forma geral, enfrentavam dificuldades para vender os produtos de suas terras de origem
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Enorme depósito de shale gas descoberto na Polônia.
A viagem de Vasco da Gama realmente merece a fama que alcançou...
Ela representou um avanço na globalização do comércio. Criou um cenário de encontros culturais sem precedentes. Abriu uma nova rota para o intercâmbio cultural entre os dois extremos do planeta.
Possibilitou que navios da Europa participassem do lucrativo comércio que florescia no oceano Índico.
Adam Smith a classificou como um dos mais importantes acontecimentos da história.
Ela pode não ter mudado muito as coisas para os povos e as potências do oceano Índico, que não se deram conta dos pobres bárbaros chegados de Portugal, mas transformou a Europa, ao pôr os europeus em contato mais estreito com o magnífico Oriente de civilizações mais antigas e ricas.
Possibilitou que navios da Europa participassem do lucrativo comércio que florescia no oceano Índico.
Adam Smith a classificou como um dos mais importantes acontecimentos da história.
Ela pode não ter mudado muito as coisas para os povos e as potências do oceano Índico, que não se deram conta dos pobres bárbaros chegados de Portugal, mas transformou a Europa, ao pôr os europeus em contato mais estreito com o magnífico Oriente de civilizações mais antigas e ricas.
Os planos para banir a energia nuclear na Alemanha – inacreditavelmente – continuam a progredir
O Congresso alemão aprovou ontem em um folgada votação - 513 votos a favor e 79 contra – o plano de fechar todas as usinas nucleares até 2022.
sábado, 25 de junho de 2011
O futuro da produção de gás e o shale gas
Shale gas é o nome usual do gás encontrado em folhelhos, que são rochas geradoras de hidrocarbonetos - pirobetuminosas. Na última década sua importância tem crescido de forma avassaladora nas discussões sobre a matriz energética norte-americana. Sua utilização tem alterado projetos de LNG, até então previstos para os EUA como alternativas para o fornecimento de gás, passando a ser considerada a fonte não convencional mais promissora para o futuro próximo. O interesse por sua utilização tem crescido, não somente nos Estados Unidos, mas também no Canadá, Europa, Ásia e Austrália. Analistas independentes – com os quais concordo – estimam que o shale gas será responsável antes, do fim desta década, por mais de metade do consumo norte americano de gás.
Uma característica interessante dos reservatórios de shale gas é a sua distribuição muito mais homogênea ao longo do planeta, do que seus congêneres de petróleo ou gás natural convencional. Sua produção em escala planetária seguramente modificará o equilíbrio de poder geopolítico dos grandes produtores de petróleo do Oriente Médio, mas muito mais dramaticamente a influência da Rússia como maior produtor da Europa.
Os recentes desenvolvimentos na área de fraturas de reservatórios de petróleo, permitiram extrapolar, com sucesso, algumas técnicas de fraturação hidráulica (fracking) para este tipo de rocha, conseguindo que se formassem largas áreas de fraturas artificiais. A propósito, as fraturas nas rochas de shale gas são muito mais estáveis do que aquelas produzidas nos reservatórios sedimentares para produção de petróleo. Outra técnica advinda da produção de petróleo, para a produção de shale gas, é a construção de poços horizontais com longa extensão (mais de 3000m) de zona de contato com as rochas, de forma a facilitar o fluxo em direção ao poço.
De certa forma, produzir gás a partir dos shales é como que pular algumas etapas geológicas para antecipar a produção do gás.
Infelizmente, nem tudo são flores...as técnicas atuais de fracking, ainda utilizam fortemente a acidificação como ferramenta primária, sendo muito importante ter certeza que seu emprego não ameaça aqüíferos da região, que poderiam carrear produtos tóxicos para lagos e rios.
Curiosamente, se confirma a antiga máxima de que quanto mais energia é demanda, mais tecnologia é criada – muitas delas advindas das formas de produção da energia aparentemente em substituição – para manter a capacidade de abastecer um planeta faminto por energia.
Os primeiros exploradores europeus e suas maravilhosas viagens...
Os primeiros exploradores europeus - portugueses e espanhóis - viajavam durante anos em suas caravelas, por mares desconhecidos e vastos oceanos, pela ambição de comercializar, colonizar, escravizar, converter e expulsar os mouros. Os navegadores nem sempre voltavam a ver sua pátria, mas os que regressaram conseguiram o feito de redesenhar o mapa do mundo e mudar o rumo da humanidade.
domingo, 19 de junho de 2011
Portugal como reexportador de commodities e produtos manufaturados
Uma característica marcante da Expansão portuguesa foi a condição portuguesa de reexportador de commodities e produtos manufaturados nos dois sentidos - Europa-Oriente - procurando garantir rendas, sem criação de valor ou acumulação de capital financeiro.
A eletrificação dos automóveis...
Não tenho dúvidas de que, mesmo ainda usando o motor a combustão interna, quanto mais sistemas elétricos incorporarmos aos futuros carros - inclusive nos sistemas de controle dos motores – atingiremos maiores níveis de eficiência energética.
Todavia, a “eletrificação” dos automóveis certamente - além do aumento da eficiência - também criará produtos que hoje nos são pouco familiares, como por exemplo, suspensões inteligentes - para substituir os atuais conjuntos molas-amortecedores, que são basicamente absorvedores passivos de choques - com o uso da combinação de suspensões ativas acionadas eletricamente, combinadas com sensores que “enxergariam” à frente. Desta forma, a suspensão se prepararia para o momento exato em que o pneu fosse passar por um buraco na pista, levantando e abaixando a roda no milésimo de segundo exato evitando solavancos.
Todavia, a “eletrificação” dos automóveis certamente - além do aumento da eficiência - também criará produtos que hoje nos são pouco familiares, como por exemplo, suspensões inteligentes - para substituir os atuais conjuntos molas-amortecedores, que são basicamente absorvedores passivos de choques - com o uso da combinação de suspensões ativas acionadas eletricamente, combinadas com sensores que “enxergariam” à frente. Desta forma, a suspensão se prepararia para o momento exato em que o pneu fosse passar por um buraco na pista, levantando e abaixando a roda no milésimo de segundo exato evitando solavancos.
domingo, 12 de junho de 2011
Fabricação modularizada de embarcações - mais uma das soluções logísticas da época dos Descobrimentos
Durante a Expansão marítima, os portugueses implantaram a tecnologia de pré-fabricação de navios. As embarcações eram montadas na forma de kits padronizados, na Ribeira das Naus, em Lisboa, que podiam ser posteriormente montados em apenas 2 semanas, em estaleiros menores, mesmo do outro lado do oceano. A mesma técnica de kits era aplicada a instalações prediais de terra, como por exemplo, ao complexo de fortes (fortificação, armazéns e capela), como aconteceu com o de São Jorge da Mina , no golfo da Guiné. Outra inovação foi a introdução do conceito de revisão geral das embarcações, que levava a desmantelar uma nau ao fim de 3 ou 4 viagens e substituir todos os componentes em mau estado. Ou seja, o desenvolvimento de soluções de logística originais foi fundamental para o sucesso das viagens.
Os planos da Alemanha de banir a energia nuclear e seus impactos na Europa
No final de maio, o governo alemão anunciou que os 7 reatores que haviam sido fechados logo após a divulgação do acidente na usina de Fukushima, no Japão, nunca mais serão religados. Na verdade a notícia ainda é mais dramática: Todo o parque nuclear alemão será desativado até 2022. O plano alemão é ter, a partir de 2022, toda a energia - que era gerada pelas usinas nucleares - sendo criada a partir de fontes renováveis. Considerando que hoje, cerca de um terço da energia elétrica consumida na Alemanha é gerado em usinas nucleares e que a eletricidade gerada nestas usinas custa cerca de 1/3 do preço daquela gerada em usinas eólicas e cerca da vinte vezes menos do que a eletricidade gerada a partir da energia solar, temos uma equação que beira a impossibilidade: Somente uma década para substituir 1/3 de toda a matriz de geração de energia elétrica em um país como a Alemanha.
Este quadro cria a necessidade de pensar na relação da Alemanha com alguns países vizinhos que seriam parceiros chaves neste processo.
Primeiramente, a França, que no pós-guerra tem empreendido esforços para manter a Alemanha sob pressão, de forma a criar um cenário no qual a França seja tão importante para a Alemanha - do ponto de vista de investimentos e suprimento de itens críticos – que impeça qualquer possibilidade alemã de enxergá-la como inimiga. A França tem uma inegável vantagem - neste momento de plebiscitos (Itália e Japão) para verificar o interesse das populações em manter a operação de usinas nucleares – pois sua população não demonstra – diferente da alemã – resistência ao uso de energia nuclear. Neste contexto, a França aproveitará para instalar tantas usinas quanto possível, para garantir sua capacidade de protagonista no fornecimento de energia elétrica para Alemanha.
O segundo país que surge como player importante a partir da decisão alemã é a Polônia. O país fica geoestrategicamente espremido entre a Alemanha e a Rússia e não pode competir em nenhum aspecto com ambos. Embora o carvão seja hoje em dia um combustível politicamente incorreto, que vem sendo banido da Europa nos últimos 20 anos, a Polônia o usa em escala maciça, sendo responsável por cerca de 90% da eletricidade do país. Como uma usina a carvão é muito mais barata e rápida de construir do que uma nuclear, ironicamente é a Polônia com este combustível fora de moda - o carvão é que tem as maiores condições de viabilizar os planos ecologicamente corretos da Alemanha.
O próximo país ligado a esta questão é a Rússia, que há décadas tenta estabelecer relações estratégicas de longo prazo com a Alemanha. Uma união entre as duas potências teria a capacidade de desestabilizar todo o jogo de forças na Europa. Do ponto de vista econômico, os russos vêem a Alemanha como seu mais importante parceiro comercial e sua maior fonte de investimentos externos. A capacidade da Rússia de influenciar a matriz energética alemã se chama “Nord Stream pipeline” – um gasoduto ligando diretamente a Rússia à Alemanha (by-passando boa parte dos vizinhos) – que deve já entrar em operação este ano, sendo capaz de transportar 55 bilhões de m3 por ano – quantidade de gás suficiente para substituir metade da energia gerada pelas usinas nucleares alemãs – bastando à Alemanha instalar as usinas termo-elétricas a gás, pois o combustível já estará lá.
Este quadro cria a necessidade de pensar na relação da Alemanha com alguns países vizinhos que seriam parceiros chaves neste processo.
Primeiramente, a França, que no pós-guerra tem empreendido esforços para manter a Alemanha sob pressão, de forma a criar um cenário no qual a França seja tão importante para a Alemanha - do ponto de vista de investimentos e suprimento de itens críticos – que impeça qualquer possibilidade alemã de enxergá-la como inimiga. A França tem uma inegável vantagem - neste momento de plebiscitos (Itália e Japão) para verificar o interesse das populações em manter a operação de usinas nucleares – pois sua população não demonstra – diferente da alemã – resistência ao uso de energia nuclear. Neste contexto, a França aproveitará para instalar tantas usinas quanto possível, para garantir sua capacidade de protagonista no fornecimento de energia elétrica para Alemanha.
O segundo país que surge como player importante a partir da decisão alemã é a Polônia. O país fica geoestrategicamente espremido entre a Alemanha e a Rússia e não pode competir em nenhum aspecto com ambos. Embora o carvão seja hoje em dia um combustível politicamente incorreto, que vem sendo banido da Europa nos últimos 20 anos, a Polônia o usa em escala maciça, sendo responsável por cerca de 90% da eletricidade do país. Como uma usina a carvão é muito mais barata e rápida de construir do que uma nuclear, ironicamente é a Polônia com este combustível fora de moda - o carvão é que tem as maiores condições de viabilizar os planos ecologicamente corretos da Alemanha.

Ou seja, a decisão alemã embora praticamente inexeqüível no prazo proposto, mudará o equilíbrio de forças entre os países europeus.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Inovações técnicas críticas na Expansão Marítima : as caravelas
Uma das inovações técnicas decisivas, para o arranque da expansão portuguesa na sua fase de exploração do Atlântico e da costa oeste africana, foi a introdução da nova caravela. Pensa-se que a nova caravela seja uma descendente de velhos barcos de pesca usados pelos árabes ao sul de Portugal, no Algarve. Muitos autores concordam que esse tipo de embarcação surgiu por volta de 1420 e que o seu uso em larga escala tenha sido iniciado em 1441. As suas características de construção neste período inicial eram : menos do que 80 toneladas de peso (em média pelas 50), cerca de 20 a 25 metros de comprimento (com uma relação comprimento/largura da ordem de 3,5:1), construída com o costado liso e com um único castelo de popa, muito leve e fina em suas linhas, deslocava muito pouca água e tinha o fundo achatado. Este conjunto de características tornavam-na adequada para o contexto da exploração offshore, situação para a qual são necessárias embarcações que não encalhem nos recifes e bancos de areia dos litorais em exploração.
Decisão da OPEP de não alterar os níveis de produção - nem para mais, nem para menos - nos países membros
A OPEP não consegui consenso em suas recentes reuniões para definir os níveis de produção dos países membros. Segundo seu secretário geral , Abdullah al-Badri, isso significa na prática que nenhuma alteração é prevista para os próximos 3 meses.
Gaudi, a Catedral da Sagrada Família e o gerenciamento de escopo nos projetos...
O que vocês vêem nestas 2 fotos ??

A Catedral da Sagrada Família, obra prima de Gaudi e orgulho da cidade de Barcelona, permite uma interpretação sobre a importância da gestão de escopo de projetos – mais especialmente sobre o gerenciamento das mudanças. A obra é considerada como a igreja mais original de toda a Europa, sendo repleta de símbolos inspirados na natureza. Em 1893, um ano após o início de sua construção, a tarefa de concluí-la foi entregue a Gaudi, que modificou tudo, improvisando à medida que progredia. Tornou-se a obra da sua vida. Quando o arquiteto morreu, somente uma das torres, a fachada da Natividade, estava pronta. Posteriormente, muitas outras foram concluídas segundo as últimas concepções de Gaudi. Depois da Guerra Civil Espanhola, o trabalho foi retomado e continua até hoje.
Mesmo com toda a genialidade de Gaudi, é curioso que, passado mais de um século, ainda se trate de uma obra inacabada.
Tome cuidado: Por mais tentadoras que algumas pequenas alterações em seus projetos possam parecer inofensivas; mesmo que incorporem soluções originais que não foram pensadas no início; e mesmo ainda que sejam capazes de proporcionar um resultado final mais valioso. Sempre fique atento para não se deixar levar pela síndrome de Gaudi e abraçar uma obra que, mesmo que futuramente possa ser reconhecida por sua ousadia e percalços, seja também lembrada por ainda estar inacabada.
É bom lembrarmos que temos os exemplos de duas obras excepcionais, que são as mais visitadas em todo o mundo e que foram entregues no prazo e dentro do que foi previsto inicialmente :
A Monalisa, obra prima de Da Vinci, que tanto como Gaudi - e também os nossos modernos gerentes de projetos – trabalhava por encomenda. O gênio renascentista pintou e entregou sua obra prima em um verão de 1489. O segundo exemplo é a Torre Eiffel que se tornou um ícone mundial da França e uma das estruturas mais reconhecidas no mundo, que tem o nome de seu projetista, o engenheiro Gustave Eiffel. A torre foi construída entre 1887 e 1889, como o arco de entrada da Exposição Universal de 1889. Sendo entregue no prazo e sem alterações no projeto.... Escopo bem definido é isso aí!
A Catedral da Sagrada Família, obra prima de Gaudi e orgulho da cidade de Barcelona, permite uma interpretação sobre a importância da gestão de escopo de projetos – mais especialmente sobre o gerenciamento das mudanças. A obra é considerada como a igreja mais original de toda a Europa, sendo repleta de símbolos inspirados na natureza. Em 1893, um ano após o início de sua construção, a tarefa de concluí-la foi entregue a Gaudi, que modificou tudo, improvisando à medida que progredia. Tornou-se a obra da sua vida. Quando o arquiteto morreu, somente uma das torres, a fachada da Natividade, estava pronta. Posteriormente, muitas outras foram concluídas segundo as últimas concepções de Gaudi. Depois da Guerra Civil Espanhola, o trabalho foi retomado e continua até hoje.
Mesmo com toda a genialidade de Gaudi, é curioso que, passado mais de um século, ainda se trate de uma obra inacabada.
Tome cuidado: Por mais tentadoras que algumas pequenas alterações em seus projetos possam parecer inofensivas; mesmo que incorporem soluções originais que não foram pensadas no início; e mesmo ainda que sejam capazes de proporcionar um resultado final mais valioso. Sempre fique atento para não se deixar levar pela síndrome de Gaudi e abraçar uma obra que, mesmo que futuramente possa ser reconhecida por sua ousadia e percalços, seja também lembrada por ainda estar inacabada.
É bom lembrarmos que temos os exemplos de duas obras excepcionais, que são as mais visitadas em todo o mundo e que foram entregues no prazo e dentro do que foi previsto inicialmente :
A Monalisa, obra prima de Da Vinci, que tanto como Gaudi - e também os nossos modernos gerentes de projetos – trabalhava por encomenda. O gênio renascentista pintou e entregou sua obra prima em um verão de 1489. O segundo exemplo é a Torre Eiffel que se tornou um ícone mundial da França e uma das estruturas mais reconhecidas no mundo, que tem o nome de seu projetista, o engenheiro Gustave Eiffel. A torre foi construída entre 1887 e 1889, como o arco de entrada da Exposição Universal de 1889. Sendo entregue no prazo e sem alterações no projeto.... Escopo bem definido é isso aí!
sábado, 4 de junho de 2011
As inovações que impulsionaram as navegações portuguesas
Mais de uma dezena de grandes inovações portuguesas nos séculos XV e XVI sustentaram a criação do primeiro império global. Caravelas e naus e poder de fogo naval; novos conceitos de geoestratégia e novas ferramentas de marear juntaram-se ao longo de quase século e meio para dar corpo a um sistema global.
As cidades que deram as costas para seus rios e baías - seus principais recursos naturais
Barcelona soube aproveitar, no início da Era dos Descobrimentos, o potencial marítimo para ali fazer florescer suas instalações de construção naval, onde se localizavam os estaleiros de Drassanes, fundados em meados do século XII e onde foram construídos os galeões que fizeram de Barcelona uma potência marítima.
Todavia, ao longo de boa parte de sua história recente – anterior aos Jogos Olímpicos, de 1992 – preferiu virar-se em direção ao continente, como que tentando escapar da atração inevitável do mar. Felizmente, no início dos anos 90, suas praias foram revitalizadas e o porto , hoje um dos principais centros logísticos do Mediterrâneo, aumentou sua capacidade extraordinariamente. Hoje das colinas de Montjuic, o olhar é muito mais seduzido pelo cais de navios de passageiros, para as construções à beira mar e mesmo para o porto comercial do que é atraído para as obras arquitetônicas terra à dentro. Caso típico de vocação restabelecida.
A história do Brasil está indissociavelmente ligada a vários fatos na Baía de Guanabara, símbolo maior da cidade do Rio de Janeiro. Aqui tivemos, por exemplo, a chegada de Dom João VI, em 1808, para na visão de muitos estudiosos, de fato, iniciar a história do Brasil, como país. Mesmo nos seus melhores momentos, o porto do Rio de Janeiro, nunca foi uma referência positiva para a cidade. As cidades da Baixada Fluminense situadas nas margens da baía, nunca puderam “enxergar” na baía - que se debruçava sobre suas portas, nenhuma das vantagens de tê-la como recurso, exceto talvez para o despejo de esgoto. Integração com os rios da região, nem pensar. As cidades nunca resolveram utilizar a baía como fonte de soluções conjuntas. Em um ato mais concreto, isolou-se a cidade do Rio de Janeiro da baía, primeiramente com os armazéns do cais do porto e mais recentemente, com o elevado da Perimetral. A cidade volta-se para o oceano, na Zona Sul, mas cresce rastejando em direção contrária à da baía.
Do ponto de vista logístico falta associação entre o potencial de transferência de cargas por balsas, a partir, por exemplo, de Duque de Caxias, São Gonçalo para o porto. Pela perspectiva urbanística, falta permitir que a cidade, desde o seu Centro até o Caju, tenha a Baía de Guanabara integrada à sua paisagem.
E então porque falar de Macaé, quando se fazem comparações com Barcelona e o Rio de Janeiro? Porque a cidade, a menos de 180 km do Rio de Janeiro, é – e ainda será por um bom tempo – o maior pólo de apoio à produção de petróleo offshore no Brasil. Sua história começa como uma cidade pesqueira, que pela visão estratégica de José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho - bispo de Olinda, nascido em Campos dos Goytacazes - trazida a público na obra "Ensaio Econômico sobre o Comércio de Portugal e suas Colônias", em 1794, e encampada pelo Visconde de Araruama, em 1836, constrói a maior obra de engenharia do século XIX no Brasil, o canal Macaé-Campos.
Empreitada singular, cavada por escravos, entre 1844 e 1861, aproveitando as lagoas da região, para permitir o escoamento da produção de açúcar do Norte Fluminense, através do Porto de Imbetiba, no coração de Macaé. O exemplo perfeito de região que sabia aproveitar sua geografia – unindo, baía, rios e lagos – para criar sua identidade. Com a criação da “Estrada de Ferro Macaé e Campos”, em 1874 o canal, bem como o porto, perdeu sua função principal de escoar a produção de açúcar da região, incicando a partir daquela época seu lento e gradual abandono.
Com o advento do petróleo na região, no início dos anos 70, já no século, XX, o porto passa a ser utilizado para apoio às operações na Bacia de Campos A partir daquele momento a história de virar as costas para a geografia, no caso o rio Macaé, se repete. Nem sombra de se integrar o rio Macaé e seus canais à solução de transporte para as plataformas. Mais uma cidade olhando para o oceano e crescendo de forma a se afastar de seu rio, de sua baía, cheios de oportunidades para seu progresso.O exemplo de Barcelona, que começa sua história olhando para sua baía; a perde de vista e novamente a encontra e se reconciliam, faz com que tenhamos esperança de ainda vermos a baía de Guanabara e o rio Macaé como marcos orgulhosos e integradores de suas regiões.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
A logística para apoio às operações de produção de petróleo offshore - o sábio aproveitamento dos recursos geográficos das regiões costeiras
Recentemente, tive a oportunidade de conhecer a região da Lousiania, nos Estados Unidos, onde está localizada a maior parte das instalações de apoio às operações offshore no Golfo do México. Região com o litoral recortado por pântanos e canais, que durante muitos anos prosperou com a indústria pesqueira, mas que soube se adaptar à indústria do petróleo, aproveitando o potencial de seus canais para abrigar portos, estaleiros e entrepostos logísticos. As reflexões sobre esta capacidade de aproveitar os recursos naturais para encontrar soluções logísticas, me levaram a escrever o próximo post....
A gestão do conhecimento nas Grandes Navegações
Apesar das fortes raízes empíricas da Expansão Portuguesa, do seu incrementalismo pragmático e do seu forte improviso, seus líderes concretizaram uma estratégia de gestão do conhecimento – como chamaríamos hoje – que permitiu a criação de um "capital intelectual" do país : um primeiro "think tank" virado para a Expansão sistemática, uma onda de publicações científicas originais, uma revolução na cartografia e na ciência da construção naval.
O futuro da matriz energética do Japão
Como já era esperado, O Primeiro Ministro japonês, Naoto Kan, declarou, em meados de maio, que o país está na prática jogando no lixo seus planos recentes de aumentar a participação da energia nuclear de 30%, para 50%, até 2030. O informe veio acompanhado da notícia de que os futuros planos de longo prazo serão concebidos da "estaca zero", tendo como diretriz a criação de tecnologias que permitam a incorporação maciça de fontes renováveis.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
As grandess navegações em busca de especiarias e seus efeitos na culinária mundial
Por conta de sua navegação navegadora e do longo convívio com o Oriente e a África, os portugueses se tornaram grandes divulgadores e multiplicadores de plantas e de formas de comer em todos os lugares onde estiveram. Por onde passaram plantaram mudas e experimentaram comidas.
Trouxeram para o Brasil o coqueiro, que muita gente ainda julga ser uma planta natural do nosso litoral. O coqueiro desembarcou no Brasil em 1553. As mudas vieram de Cabo Verde, uma das ilhas atlânticas transformadas, pelos lusos, em hortos experimentais de plantas asiáticas. Alastraram-se, principalmente, da Bahia ao Ceará. Vem de longe, a lenda de que os cocos vieram boiando da África à Bahia, empurrados pelas ondas. Todavia, foi obra do português, esse grande mercador, também plantas.
A cozinha do reino traduzia, com riqueza de detalhes, a essa época, o espírito aventureiro, curioso e aberto dos portugueses. Ao contrário de árabes, judeus ou indianos, com restrições alimentares devido a preceitos religiosos, os portugueses não tinham fronteiras para paladar, eram seduzidos pelas variedades da mesa e assim ajudaram a formar o perfil diversificado da culinária brasileira.
Trouxeram para o Brasil o coqueiro, que muita gente ainda julga ser uma planta natural do nosso litoral. O coqueiro desembarcou no Brasil em 1553. As mudas vieram de Cabo Verde, uma das ilhas atlânticas transformadas, pelos lusos, em hortos experimentais de plantas asiáticas. Alastraram-se, principalmente, da Bahia ao Ceará. Vem de longe, a lenda de que os cocos vieram boiando da África à Bahia, empurrados pelas ondas. Todavia, foi obra do português, esse grande mercador, também plantas.
A cozinha do reino traduzia, com riqueza de detalhes, a essa época, o espírito aventureiro, curioso e aberto dos portugueses. Ao contrário de árabes, judeus ou indianos, com restrições alimentares devido a preceitos religiosos, os portugueses não tinham fronteiras para paladar, eram seduzidos pelas variedades da mesa e assim ajudaram a formar o perfil diversificado da culinária brasileira.
Energia elétrica - aumento nos preços pagos pelo Brasil ao Paraguai, pelo excedente de energia em Itaipu
O governo brasileiro obteve, em meados de maio, aprovação do Senado para aumentar o preço pago pelo excesso de energia gerado em Itaipu, e não utilizado pelo Paraguai e exportado para o Brasil. Trata-se um aumento generoso no valor pago. Coisa de país rico.... Passamos o valor do pagamento de US$ 120 milhões, anuais, para US$ 360 milhões.
domingo, 29 de maio de 2011
Londres, a futura capital do carro elétrico - reprodução do blog Ecoverde, de Agostinho Vieira, de 28.5.2011
O prefeito de Londres, Boris Johnson, anunciou na última quinta-feira o projeto Source London, uma parceria público-privada que abriu 150 novos pontos de carga para carros elétricos na capital britânica - que agora conta com cerca de 400.
O sistema, cuja anuidade custa o equivalente a R$ 265 - almeja chegar a 1,3 mil "tomadas" automotivas até 2013. Tudo isso faz parte do plano, anunciado ainda na época de sua posse, em 2008, de transformar Londres na capital do carro elétrico na Europa.
Além dos pontos de carga, ele também liberou motoristas elétricos do pagamento do pedágio urbano (que atualmente custa no mínimo cerca de R$ 24) no centro da cidade e o governo britânico atualmente oferece um incentivo equivalente a mais de R$ 13,2 mil para quem compra um carro elétrico novo, além de dispensar os motoristas do pagamento de impostos.
Poucos sabem, mas o Brasil teve alguns modelos elétricos pioneiros, fabricados pela Gurgel nas décadas de 70 e 80. Hoje, existem protótipos e planos isolados, mas ainda não parece haver uma decisão estratégica de investir neste setor.
Mundo afora, Londres não é a única a sonhar com o título de capital do carro elétrico. Paris está preparando o Autolib', um sistema de aluguel de 3 mil carros elétricos com preços camaradas e emissões zero.
Na Alemanha, o governo da chanceler Angela Merkel tem planos de pôr 1 milhão de carros elétricos nas ruas até 2020. Para isso, estaria estudando medidas como liberar os carros de impostos durante os seus primeiros dez anos, por exemplo, além de subsidiar a indústria com até 1 bilhão de euros. Parece que já foi dada a largada para a corrida dos carros elétricos. (Fonte/ Eric Camara, BBC Brasil)
O sistema, cuja anuidade custa o equivalente a R$ 265 - almeja chegar a 1,3 mil "tomadas" automotivas até 2013. Tudo isso faz parte do plano, anunciado ainda na época de sua posse, em 2008, de transformar Londres na capital do carro elétrico na Europa.
Além dos pontos de carga, ele também liberou motoristas elétricos do pagamento do pedágio urbano (que atualmente custa no mínimo cerca de R$ 24) no centro da cidade e o governo britânico atualmente oferece um incentivo equivalente a mais de R$ 13,2 mil para quem compra um carro elétrico novo, além de dispensar os motoristas do pagamento de impostos.
Poucos sabem, mas o Brasil teve alguns modelos elétricos pioneiros, fabricados pela Gurgel nas décadas de 70 e 80. Hoje, existem protótipos e planos isolados, mas ainda não parece haver uma decisão estratégica de investir neste setor.
Mundo afora, Londres não é a única a sonhar com o título de capital do carro elétrico. Paris está preparando o Autolib', um sistema de aluguel de 3 mil carros elétricos com preços camaradas e emissões zero.
Na Alemanha, o governo da chanceler Angela Merkel tem planos de pôr 1 milhão de carros elétricos nas ruas até 2020. Para isso, estaria estudando medidas como liberar os carros de impostos durante os seus primeiros dez anos, por exemplo, além de subsidiar a indústria com até 1 bilhão de euros. Parece que já foi dada a largada para a corrida dos carros elétricos. (Fonte/ Eric Camara, BBC Brasil)
sábado, 28 de maio de 2011
Barcelona e as Navegações Espanholas - Tributo a Cristóvão Colombo
Entre os navios que saíram de seus salões abobados, às margens do Mediterrâneo, está o Real, navio de dom João da Áustria, que levou a esquadra cristã à vitória contra os turcos em Lepanto, em 1571.
Bem próximo ao museu, situa-se o Monument a Colom, uma estátua de Colombo, apontando para o mar, sobre uma coluna de ferro fundido, com 60 metros de altura, no local onde o navegador desembarcou, em 1493, depois de alcançar a América, trazendo com ele seis índios caribenhos.O tema dominante da OTC 2011 (Offshore Technology Conference)...
Realizou-se, no início do mês de maio, mais uma edição da OTC. Este ano, como já era de se esperar, o tema dominante foi a regulamentação da exploração de petróleo nos EUA, mais especificamente, no Golfo do México, pós acidente de Macondo. Boa parte dos painéis de discussão foi dedicada a este assunto. De uma forma geral, ficou evidente a necessidade de interação da indústria petrolífera com outros setores industriais que, igualmente, operam com requisitos de segurança muito elevados, como é o caso da geração de energia nuclear e da aviação comercial, compartilhando as boas práticas e culturas que cada área aprimorou ao longo dos anos, com benefícios recíprocos. Dentre estas práticas consagradas que podem melhorar o desempenho das empresas que atuam no setor petróleo, destacam-se a intolerância consagrada na área nuclear com descumprimento de padrões, bem como a prática rotineira de check lists e simulações, para fins de treinamento, da aviação comercial.
domingo, 24 de abril de 2011
O início da era dos Descobrimentos, com a conquista de Ceuta
A Era dos Descobrimentos, ou talvez mais apropriadamente a Era da Exploração, começou em 1415, quando uma força militar portuguesa, liderada pelo príncipe dom Henrique de Avis, filho do rei dom João I, atravessou o estrito de Gibraltar e tomou a cidade marroquina de Ceuta. A vitória marcou uma mudança memorável na consciência europeia, na qual a introspecção e a indiferença que caracterizam grande parte da Europa medieval - não obstante as Cruzadas - chegaram ao fim. De repente, havia um mundo desconhecido a descobrir, inúmeros tesouros a adquirir e terras fabulosas a reivindicar e conquistar, e foi Portugal, que estava na margem do mundo conhecido e até então tinha pouca importância no cenário europeu, que abriu o caminho para este novo mundo
O alerta dos acidentes com a plataforma de petróleo no Golfo do México e a falha na usina nuclear no Japão : Nunca podemos assumir que acidentes não ocorrerão com as tecnologias modernas, pelo contrário, temos que admitir que eles acontecerão!
Neste mês completou se um ano do acidente com a plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México (22 de abril), bem como se passou um mês do acidente nuclear na usina de Fukushima, no Japão (11 de abril)
O conhecimento tecnológico em áreas de vanguarda - como ainda podemos considerar a exploração de petróleo em águas profundas, bem como a produção de energia nuclear – não se expande como um balão homogêneo, seu padrão de crescimento é muito mais parecido com árvores que se desenvolvem mais nas direções onde encontram mais luz, ou fontes de sustentação.
Os acidentes com processos tecnologicamente avançados nos ensinam que algumas regras são determinantes para garantir a capacidade de lidar com as falhas.
A primeira delas é que as empresas precisam, de fato, aceitar que por mais que suas operações possam parecer seguras e correr dentro da normalidade na maior parte dos dias, os desastres podem ocorrer. Há um ano, as vozes da indústria do petróleo soariam alinhadas na defesa da virtual invulnerabilidade de BOPs, bem como há pouco tempo, nenhum dirigente de usina nuclear aceitaria com entusiasmo um debate sobre a remota possibilidade de uma fusão parcial do conteúdo de um reator nuclear em um país desenvolvido.
Uma segunda regra permanente é sempre desenvolver um conjunto de técnicas amplas para reparar e remediar danos, antes que elas sejam, de fato, necessárias. Novamente remontando aos dois recentes acidentes : As operadoras de petróleo do golfo do México estão patrocinando um projeto, orçado em US$ 1 bilhão, para tamponar e recuperar o óleo eventualmente aflorado de um poço descontrolado. Tal projeto poderia ter sido tranquilamente desenvolvido nos 2 anos que antecederam o acidente de Macondo. No caso da usina japonesa, ficou evidente a possibilidade de terem sido desenvolvidos robôs para atingir locais inacessíveis aos trabalhadores, em um cenário de superaquecimento no compartimento do combustível.
A regra três é sempre desconfiar de sistemas complexos com acompanhamento de sua performance através de parâmetros mais complexos ainda, capazes de paralisar a capacidade de julgamento do ser humano, que é sempre a última barreira capaz de impedir uma sequência de eventos desastrosos.
Fazer com que as empresas sigam estas regras, sem inviabilizar os serviços prestados é a função dos órgãos reguladores. Uma solução para o sempre presente problema da super-regulamentação inviabilizar o negócio, é a adoção da chamada regulação através da adoção de “cenários de segurança”. Nesta abordagem, ao invés de se exigir que as companhias atendam somente a um pesado conjunto de padrões de segurança, adotam-se “casos” para os quais as tarefas são seguras em qualquer cenário plausível e coloca-se o caso sob severos testes. Vale lembrar que esta forma de condução depende de um relacionamento de longo prazo e de mútua confinaça entre empresas e reguladores, bem como conhecimentos especializados por parte dos órgãos de controle.
Realmente vale a pena pensar sempre sobre o impensável!
O conhecimento tecnológico em áreas de vanguarda - como ainda podemos considerar a exploração de petróleo em águas profundas, bem como a produção de energia nuclear – não se expande como um balão homogêneo, seu padrão de crescimento é muito mais parecido com árvores que se desenvolvem mais nas direções onde encontram mais luz, ou fontes de sustentação.
Os acidentes com processos tecnologicamente avançados nos ensinam que algumas regras são determinantes para garantir a capacidade de lidar com as falhas.
A primeira delas é que as empresas precisam, de fato, aceitar que por mais que suas operações possam parecer seguras e correr dentro da normalidade na maior parte dos dias, os desastres podem ocorrer. Há um ano, as vozes da indústria do petróleo soariam alinhadas na defesa da virtual invulnerabilidade de BOPs, bem como há pouco tempo, nenhum dirigente de usina nuclear aceitaria com entusiasmo um debate sobre a remota possibilidade de uma fusão parcial do conteúdo de um reator nuclear em um país desenvolvido.
Uma segunda regra permanente é sempre desenvolver um conjunto de técnicas amplas para reparar e remediar danos, antes que elas sejam, de fato, necessárias. Novamente remontando aos dois recentes acidentes : As operadoras de petróleo do golfo do México estão patrocinando um projeto, orçado em US$ 1 bilhão, para tamponar e recuperar o óleo eventualmente aflorado de um poço descontrolado. Tal projeto poderia ter sido tranquilamente desenvolvido nos 2 anos que antecederam o acidente de Macondo. No caso da usina japonesa, ficou evidente a possibilidade de terem sido desenvolvidos robôs para atingir locais inacessíveis aos trabalhadores, em um cenário de superaquecimento no compartimento do combustível.
A regra três é sempre desconfiar de sistemas complexos com acompanhamento de sua performance através de parâmetros mais complexos ainda, capazes de paralisar a capacidade de julgamento do ser humano, que é sempre a última barreira capaz de impedir uma sequência de eventos desastrosos.
Fazer com que as empresas sigam estas regras, sem inviabilizar os serviços prestados é a função dos órgãos reguladores. Uma solução para o sempre presente problema da super-regulamentação inviabilizar o negócio, é a adoção da chamada regulação através da adoção de “cenários de segurança”. Nesta abordagem, ao invés de se exigir que as companhias atendam somente a um pesado conjunto de padrões de segurança, adotam-se “casos” para os quais as tarefas são seguras em qualquer cenário plausível e coloca-se o caso sob severos testes. Vale lembrar que esta forma de condução depende de um relacionamento de longo prazo e de mútua confinaça entre empresas e reguladores, bem como conhecimentos especializados por parte dos órgãos de controle.
Realmente vale a pena pensar sempre sobre o impensável!
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Os impulsos fundamentais por trás da Era dos Descobrimentos
Os motivadores fundamentais por trás da Era dos Descobrimentos, sem dúvida surgiram de uma mistura de fatores religiosos, econômicos, estratégicos e políticos, é claro que nem sempre dosados nas mesmas proporções. Podemos considerar que os quatro motivos principais que inspiraram os dirigentes portugueses foram, em ordem cronológica, mas sobrepostos e em diversos graus:
- o fervor empenhado na cruzada contra os mulçumanos;
- o desejo de se apoderar do ouro da Guiné;
- a procura de Preste João;
- a busca de especiarias orientais.
- o fervor empenhado na cruzada contra os mulçumanos;
- o desejo de se apoderar do ouro da Guiné;
- a procura de Preste João;
- a busca de especiarias orientais.
Um novo horizonte para a aplicação de motores e turbinas a álcool, bem como de veículos híbridos no mercado norte-americano
No final do mês passado, o presidente Obama, orientou os Departamentos de Energia e de Agricultura, bem como a Marinha americana, a buscar atuar em conjunto com a iniciativa privada, na criação de biocombustíveis avançados, que seja capazes de alimentar as turbinas de caças militares e aviões comerciais. Prevê-se a construção nos próximos 2 anos, de uma nova geração de 4 bio-refinarias, com capacidade média de 20 milhões de galões anuais, cada.
Obama, ainda destacou que está orientando a administração federal a priorizar a compra de veículos com biocombustíveis, bem como veículos elétricos, ou híbridos, a partir de 2015
Obama, ainda destacou que está orientando a administração federal a priorizar a compra de veículos com biocombustíveis, bem como veículos elétricos, ou híbridos, a partir de 2015
terça-feira, 12 de abril de 2011
A capacidade de armazenar água durante as viagens
Um dos grandes problemas que a exploração do Atlântico impunha à inventividade dos técnicos era o suprimento de água. Os navios tinham de permanecer no mar durante períodos sem precedentes e, à medida que avançavam cada vez mais pelo litoral africano, muitas vezes se viam diante de costas áridas. A viagem de volta pelos Açores podia exigir três ou quatro semanas, sem possibilidade de repor as reservas de água. Embora não saibamos exatamente como resolviam esse problema, os barris para água decerto foram aperfeiçoados. Para aumentar a durabilidade dos suprimentos de água de bordo, o recurso habitual consistia em acrescentar vinagre, que agia como supressor de microrganismos nocivos.
As reservas da Petrobras
Recentemente, o Valor Online, informou que a Petrobras pode dobrar as reservas provadas de petróleo dentro de quatro ou cinco anos, com a declaração de comercialidade do pré-sal. Excetuando-se companhias 100% estatais, a empresa passará a ter a maior reserva do mundo.
Atualmente, a Petrobras possui 15 bilhões de barris de reservas. Além disso, segundo a reportagem, a Petrobras conta com um total de 10 bilhões a 16 bilhões de barris de óleo recuperáveis já identificados em Guará, Lula e Cernambi, na Bacia de Santos, além dos reservatórios no Espírito Santo e na Bacia de Campos. "Esses barris de óleo recuperável podem se transformar em reserva no momento em que nós declararmos a comercialidade desses campos e começarmos a implantar os sistemas de produção", disse o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli. O jornal ressalta que a companhia pode, então, passar de uma reserva de 15 bilhões para 25 bilhões ou 31 bilhões de barris de petróleo.
Atualmente, a Petrobras possui 15 bilhões de barris de reservas. Além disso, segundo a reportagem, a Petrobras conta com um total de 10 bilhões a 16 bilhões de barris de óleo recuperáveis já identificados em Guará, Lula e Cernambi, na Bacia de Santos, além dos reservatórios no Espírito Santo e na Bacia de Campos. "Esses barris de óleo recuperável podem se transformar em reserva no momento em que nós declararmos a comercialidade desses campos e começarmos a implantar os sistemas de produção", disse o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli. O jornal ressalta que a companhia pode, então, passar de uma reserva de 15 bilhões para 25 bilhões ou 31 bilhões de barris de petróleo.
As navegações chinesas
Os chineses também eram grandes navegadores e, por volta de 1400, possuíam rotas comerciais regulares com o sudeste asiático. Sob o comando do almirante Cheng Ho, alcançaram o Sri Lanka e a Austrália, cruzando o oceano Pacífico, muito antes dos portugueses e espanhóis. Tradicionalmente, a China julgava-se superior aos demais povos, a quem considerava bárbaros, além de desprezar a atividade comercial, tida como desonrosa. Assim, quando os portugueses começaram a abrir caminho para a Índia, cessaram as expedições iniciadas por Cheng Ho, e os chineses entraram num isolamento voluntário.
Assinar:
Postagens (Atom)