O blog Energia e Grandes Navegações discute temas relacionados a questões energéticas - especialmente petróleo - bem como assuntos ligados à história das grandes navegações.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
1 ano de existência do Blog !!!!!!!!
Embora eu tenha esquecido de celebrar, o blog - Energia e Grandes Navegações - completou, no Natal, um ano de existência, com uma media de quase 2 posts por semana !!!!
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Portugal e a preparação interna para a Expansão Marítima
Um dos maiores trunfos de Portugal no âmbito de seu projeto marítimo foi exatamente a perfeição de estruturas de comando/comandados, as quais sempre desenvolveram suas competentes ações com extrema agilidade, disciplina e determinação, deixando muito nítida a preocupação de Portugal com a permanente valorização de seus contingentes de recursos humanos para o front marítimo.
O navegante português, além de coragem e obstinação, possuía um raro rol de habilidades multifuncionais que qualificavam como um "operário polivalente do mar".
É possível que Portugal, por razoes climáticas favoráveis, tenha atraído um contingente muito expressivo de antigos integrantes das legiões romanas s durante quase cinco séculos. O arranjo de uma legião deve ter inspirado os modelos militares e estruturas assemelháveis, na Marinha portuguesa. Da mesma forma que as legiões se agrupavam, podiam-se fragmentar em duas ou mais células, operando conjuntamente, tal como a tripulação de uma caravela.
O navegante português, além de coragem e obstinação, possuía um raro rol de habilidades multifuncionais que qualificavam como um "operário polivalente do mar".
É possível que Portugal, por razoes climáticas favoráveis, tenha atraído um contingente muito expressivo de antigos integrantes das legiões romanas s durante quase cinco séculos. O arranjo de uma legião deve ter inspirado os modelos militares e estruturas assemelháveis, na Marinha portuguesa. Da mesma forma que as legiões se agrupavam, podiam-se fragmentar em duas ou mais células, operando conjuntamente, tal como a tripulação de uma caravela.
Novas regras para a exploração offshore nos EUA...
No início deste mês, o governo norte-americano divulgou sua nova estratégia de concessões para a exporação de petróleo na plataforma continental, baseada nas lições aprendidas no acidente com a plataforma Deepwater Horizon, da BP, no início do ano.
Nesta revisão ficou estabelecido que a área Leste do Golfo do México, bem como as porções Sul e Central do Atlântico ficam fora de exploração , pelo menos até 2017.
As áreas Oeste e Centro do Golfo do México permanecem abertas para potenciais concessões.
Nesta revisão ficou estabelecido que a área Leste do Golfo do México, bem como as porções Sul e Central do Atlântico ficam fora de exploração , pelo menos até 2017.
As áreas Oeste e Centro do Golfo do México permanecem abertas para potenciais concessões.
domingo, 26 de dezembro de 2010
As navegações chinesas, anteriores à expansão ibérica
Em 1498, Vasco da Gama e seus homens esbarram com evidências da presença chinesa no passado do leste da África: nativos usando bonés de seda com franjas. Os habitantes falavam de fantasmas brancos usando seda: mamória remota da Frota do Tesouro, que havia visitado esses litorais 80 anos antes. Em 1521, a Armada das Molucas de Magalhães chegou às Filipinas reclamando vastos territórios a que a China tinha renunciado. Magalhães, como outros eurupeus, não tinha conhecimento direto da Frota do Tesouro, mas ele e seus homens continuaram se deparando com artefatos do império chinês desaparecido: seda, porcelana, escrita, e unidades de pesos e medidas sofisticadas estavam visíveis em toda parte.
Ainda sobre a importância da energia elétrica...
Nas duas últimas décadas, o consumo global de eletricidade tem crescido mais rapidamente do que o consumo de qualquer outro tipo de energia.
Vale destacar que desde 1990 o uso de eletricidade tem crescido aproximadamente 3 vezes mais do que o consumo de petróleo. Na verdade, o crescimento econômico de qualquer nação - sem exceção - guarda relação direta com o correspondente incremento no consumo de energia elétrica.
Vale destacar que desde 1990 o uso de eletricidade tem crescido aproximadamente 3 vezes mais do que o consumo de petróleo. Na verdade, o crescimento econômico de qualquer nação - sem exceção - guarda relação direta com o correspondente incremento no consumo de energia elétrica.
domingo, 19 de dezembro de 2010
O poder de progresso da energia elétrica...
Hoje mais do que nunca, o crescimento econômico chega junto com o interruptor. A energia elétrica - esta forma refinada de energia - no mundo de hoje libera muito mais conhecimento, estimula muito mais potencial, proporciona muito mais proteção e como consequência, cria muito mais estabilidade do que antes. Portanto, a pobreza energética não apenas mantém as pessoas mais vulneráveis mergulhadas no atraso, como também nos priva a todos de suas contribuições em potencial.
Duas notícias nesta semana referentes a shale gas – na Russia e na Argentina…
O presidente russo em um chamado à nação para um fortalecimento de uma doutrina de segurança energética informou que a Rússia deve criar um programa de extração de gás de fontes não convencionais. Já aqui, na América do Sul, a Argentina anunciou a descoberta de uma reserva de gás não convencional – shale gas – contendo 4,5 trilhões de pés cúbicos de reservas provadas, na província de Neuquen, a aproximadamente 1150km a Sudoeste de Buenos Aires.
As Navegações após o "descobrimento" de Cabral
Depois de oficializado o "descobrimento" do Brasil pelos portugueses, em 1500, o movimento de embarcações verificad entre Lisboa e a Terra de Santa Cruz nos trinta anos seguintes foi extremamente baixo. Nesse período, a Carreira da Índia oferecia alta lucratividade, concentrando as atenções do reino, e o território brasileiro, apesar da célebre carta de Pedro Vaz de Caminha informando sobre a prodigiosa fertilidade do solo, tinha interesse apenas como ponto de escala para as naus com destino a Calicute.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Investimentos no Brasil na área de energia
A revista Valor Setorial publicou, na semana passada, reportagem estimando que R$ 1 trilhão será aplicado no setor de energia no Brasil nesta década. A maior parte dos recursos será destinada à área de óleo e gás – R$ 672 bilhões. “O mercado de energia do Brasil deve ser um dos que mais terão investimentos no mundo, com destaque para a Petrobras, que tem o maior programa de investimentos de uma grande companhia de petróleo no mundo”, diz o presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy. A matéria também informa que a estatal pretende encomendar 240 novas embarcações até 2020, devido ao horizonte promissor do petróleo no País.
domingo, 5 de dezembro de 2010
A influência da escrita na capacidade de navegação dos europeus
De todos os armamentos que os europeus levaram para o Pacífico, inclusive armas de fogo, nenhum foi mais poderoso e mais capaz de realizar trocas duradouras do que a linguagem escrita.
Não adianta somente ter reservas de petróleo...
A imprensa publciou na semana passada, notícias sobre a queda - que não é mais novidade - na produção de petróleo no México. A produção local caiu para uma média de 2.45 milhões de barris por dia (bpd). A produção nacional atingiu seu ponto mais baixo, desde 1981, quando houve uma produção anormalmente baixa, com média de 2.31 million bpd.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Os chineses e as grandes navegações
Os chineses também eram grandes navegadores e, por volta de 1400, possuíam rotas comerciais regulares com o sudeste asiático. Sob o comando do almirante Cheng Ho, alcançaram o Sri Lanka, na África , e acredita-se que tenham, inclusive, chegado ao norte da Ausrália e ao litoral da América do Norte, cruzando o oceano Pacífico, muito antes dos portugueses e espanhóis. Tradicionalmente, a China julgava-se superior aos demais povos, a quem conciderava bárbaros, além de desprezar a atividade comercial, tida como desonrosa. Quandoos portugueses começaram a abrir caminho para a Índia, cessaram as expedições iniciadas por Cheng Ho, e os chineses entraram num isolamento voluntário.
Os recorrentes problemas de abastecimento de gás no mercado chinês...
Neste ano, a China está enfrentando novamente - neste inverno que se aproxima – uma nova escassez de gás. Aparentemente, estas situações de falta de oferta de gás tendem a se tornar uma rotina para o consumidor chinês nos próximos 2 ou 3 anos, durante os quais o país deve continuar a perseguir metas desafiadoras de aumentar sua capacidade de armazenamento e melhorar sua rede de gasodutos. Cabe lembrar que a situação também demandará ajustes nos valores que os consumidores domésticos e industriais chineses hoje pagam pelo gás, brutalmente subsidiados.
domingo, 28 de novembro de 2010
Porquê a a expansão marítima global do século XV se iniciou no Oceano Atlântico e não, no Índico?
Uma questão recorrente, ao se estudar a expansão iniciada pelos portugueses e espanhóis no final dos anos 1400, refere-se ao motivo de tal iniciativa ter se iniciado na Europa e não, por exemplo, no Ocenao Ínidco, área próspera e com reconhecidada capacidade naval....Para se aventurar nesses mares hostis, os navegantes do oceano Índico precisariam de um forte incentivo. É nesse ponto que entra a economia. O Índico era uma área de tamanha atividade comercial e de tanta riqueza que não fazia sentido para seus povos buscar mercados ou fornecedores em outros lugares. Quando os mercadores do norte ou do centro da Ásia ou da Europa alcançavam o Índico, chegavam como pedintes, em geral desprezados por sua pobreza, e enfrentavam dificuldades para vender os produtos de suas terras de origem. De modo geral, só prosperavam tornando-se transportadores ou viajantes das empresas comerciais já existentes.
Paradoxalmente, a pobreza favorecia os europeus, obrigados pela escassez de oportunidades econômicas em seus países a procurá-las em outra parte. Na verdade, as explorações partiram da periferia de uma periferia - pois a Europa era a borda da Eurásia, e a borda da Europa, sua projeção no oceano, era a península Ibérica.
"Portugal não é um país pequeno" foi uma palavra de ordem no tempo de Salazar. Até mesmo o ditador, porém, dispunha-se a admitir que antes da expansão colonial Portugal era pequeno. O contraste entre a amplitude do imperialismo português e as modestas dimensões da metrópole é um dos mais enigmáticos contrastes da história universal. É provável que no começo do século XVI a população de Portugal fosse pouco superior à metade da inglesa, um quarto da castelhana, um décimo da francesa e muito menor até que a dos Países Baixos. Poucos eram os recursos capazes de compensar a exigüidade do território e da população. Pobreza e fome eram tribulações corriqueiras.
Paradoxalmente, a pobreza favorecia os europeus, obrigados pela escassez de oportunidades econômicas em seus países a procurá-las em outra parte. Na verdade, as explorações partiram da periferia de uma periferia - pois a Europa era a borda da Eurásia, e a borda da Europa, sua projeção no oceano, era a península Ibérica.
"Portugal não é um país pequeno" foi uma palavra de ordem no tempo de Salazar. Até mesmo o ditador, porém, dispunha-se a admitir que antes da expansão colonial Portugal era pequeno. O contraste entre a amplitude do imperialismo português e as modestas dimensões da metrópole é um dos mais enigmáticos contrastes da história universal. É provável que no começo do século XVI a população de Portugal fosse pouco superior à metade da inglesa, um quarto da castelhana, um décimo da francesa e muito menor até que a dos Países Baixos. Poucos eram os recursos capazes de compensar a exigüidade do território e da população. Pobreza e fome eram tribulações corriqueiras.
As reservas brasileiras do Pré-sal e as recentes descobertas no Irâ
No mesmo mês em que a Petrobras - a fim de corrigir informações desencontratadas de seus sócios no Présal de Tupi - reitera as estimativas já divulgadas de 5 a 8 bilhões de barris de óleo equivalente recuperável em Tupi e Iracema (Bloco BM-S-11) e de 1,1 a 2 bilhões de barris de óleo equivalente recuperável em Guará (Bloco BM-S-9), foi publicada nota (esta semana) sobre uma nova descoberta no Irã sob um grande reservatório de gás (já conhecido) no Golfo Pérsico, ao Sul do país. De acordo com as autoridades locais, as reservas sob o campo de gás de Ferdowsi possuem um volume de óleo in-place de 34 bilhões de barris de óleo equivalente.
domingo, 24 de outubro de 2010
A expansão marítima portuguesa e a caravela...
A expansão marítima portuguesa resultou principalmente das ações combinadas do Estado, da Igreja e das entidades comerciais, com o objetivo principal de obter lucros.
O comércio e as conquistas, principalmente as da Ásia, foram garantidas pela superioridade náutica e bélica dos navios lusos. As pequenas, ágeis e relativamente estáveis "caravelas de descobrir", que transportaram seus inventores pela África ocidental, não foram apenas as primeiras embarcações capazes de avançar em ziguezague contra o vento. Foram também as primeiras a carregar artilharia pesada, facilitando os desembarques portugueses nos litorais africanos.
O comércio e as conquistas, principalmente as da Ásia, foram garantidas pela superioridade náutica e bélica dos navios lusos. As pequenas, ágeis e relativamente estáveis "caravelas de descobrir", que transportaram seus inventores pela África ocidental, não foram apenas as primeiras embarcações capazes de avançar em ziguezague contra o vento. Foram também as primeiras a carregar artilharia pesada, facilitando os desembarques portugueses nos litorais africanos.
Para aqueles que ainda duvidam que o petróleo ainda será - por muito tempo - a nossa princiapl fonte de energia...
A partir de dados do país que é o maior consumidor mundial de energia - os EUA - podemos identificar que o carvão foi, por cerca de 75 anos, a mais importante fonte primária de energia, naquele país. Por sua vez, o petróleo tem seu reinado como fonte principal de energia há cerca de 60 anos. Todavia, considerando que o petróleo, quando comparado ao carvão, tem maior densidade energética, é mais limpo, mais fácil de transportar e muito mais flexível quanto a forma de aplicação é razoável imaginar que o petróleo estará conosco por ainda muito tempo.
Longo período sem posts....
Devido a diversos motivos - a maior parte deles relacionados ao dia a dia do trabalho - o blog ficou sem atualização... Agora voltamos com pelo menos 2 posts semanais...
domingo, 29 de agosto de 2010
Portugal, Sagres e a busca do Brasil por petróleo – Projetos estratégicos para duas nações
Os oceanos têm representado ao longo da história da humanidade o caminho e a fonte para as nações materializarem suas vocações. Os primeiros registros da jornada marítima dos homens remontam há mais de 800.000 anos. Através dos oceanos, Portugal conduziu, ao longo dos séculos XV e XVI, a maior expansão geográfica da história da humanidade, com viagens muito mais ousadas que as atuais expedições espaciais. As viagens da Era dos Descobrimentos, como costuma ser descrito aquele período, estão entre os acontecimentos mais importantes da história do mundo. A viagem portuguesa uniu duas partes ricas e dinâmicas do mundo que, anteriormente eram inacessíveis por navio. Um acontecimento comparável a este nunca ocorrerá novamente, a não ser que uma forma de vida avançada seja descoberta em outro planeta.
Pela necessidade de sobrevivência e impulsionados pela visão estratégica do infante Dom Henrique fizeram-se ao mar, no que também ficou conhecido como seu “transbordamento” como nação. Esse projeto, que durou cerca de 130 anos, iniciou-se com a conquista de Ceuta, em 1415, passando pela chegada de Cabral ao Brasil em 1500 e estendendo-se até 1543, quando os portugueses atingiram o Japão.
Nestes dias em que o Brasil, com a descoberta do reservatório do Pré-Sal, no campo de Tupi parece iniciar uma nova era, vale a pena uma reflexão a respeito das similaridades entre os projetos de duas nações que encontraram no oceano o caminho para fazer frente aos seus principais desafios com vistas à sobrevivência e à prosperidade: Portugal, com o processo de expansão marítima, e o Brasil, na sua busca pelo petróleo no oceano.
O mundo que testemunhava a chegada do homem à Lua, no final da década de sessenta, experimentava também o primeiro choque de petróleo, em 1973. Na medida em que os países produtores diminuíam a produção e os preços do barril de petróleo aumentavam - em apenas três meses, de US$ 2,90 para US$ 11,65 - evidenciava-se a importância geopolítica do principal combustível da humanidade. Nessa época, a Petrobrás era uma empresa que contava com vinte anos de existência, tendo recém iniciado suas operações marítimas, mais especificamente no campo de Guaricema, no litoral de Sergipe. Delineava-se naquele momento que, para o Brasil a auto-suficiência em petróleo significava buscá-lo no oceano.
Ainda na década de 70, com a descoberta do campo de Garoupa, na Bacia de Campos, e com o subseqüente início da produção daquele campo, em 1977, iniciava-se um consistente avanço do Brasil rumo ao Oceano Atlântico na busca por petróleo. No final dos anos noventa a exploração petrolífera, no Brasil, já chegava à incrível marca dos poços a mais de 1850 metros de profundidade.
Não há claras semelhanças entre os desafios vencidos pelos portugueses no século XV e as conquistas do Brasil, na sua busca por auto-suficiência em petróleo ? As principais similaridades entre estes dois projetos estratégicos encontram-se no seguinte tripé comum: busca pelo conhecimento e capacitação ; foco contínuo em uma expansão que se sustentasse financeiramente ; o desenvolvimento de soluções tecnológicas incrementais.
Com efeito, a busca pelo conhecimento levou Portugal a constituir aquela que ficou conhecida como a Escola de Sagres que, muito mais que uma escola no sentido literal da palavra, significava a concentração de recursos e talentos para planejar as viagens e aprender o máximo possível com cada uma das expedições, através da acumulação ordenada de informações. A Petrobrás, por sua vez, materializou sua busca pela capacitação com a criação de seu centro de pesquisas, em 1966, e em sua preocupação pioneira na formação de seus técnicos e engenheiros, repetindo a experiência bem sucedida de Portugal na busca pela capacitação de seu pessoal. O modelo de desenvolvimento da produção em “sistemas de produção antecipada” e mais modernamente, com o uso dos FPSOs, garantiu à Petrobrás a viabilidade econômica de sua expansão da produção no mar. À medida que as descobertas eram confirmadas, iniciava-se quase que imediatamente a produção, evitando que a alocação dos preciosos e escassos recursos financeiros ficasse aguardando muito tempo por retorno. De forma similar, Portugal, com a implantação das colônias ao longo do trajeto de sua expansão, praticava o que parecia ser o lema do infante Dom Henrique – mentor principal daquele projeto - explorar sim, "deficitar nunca!”.
Os principais desafios “tecnológicos” enfrentados por Portugal consistiam no aprimoramento dos meios navais, com o desenvolvimento das caravelas e, principalmente, o “descobrimento” do caminho de volta para casa. Ambos desenvolvidos progressivamente ao longo da expansão. O Brasil, em sua busca por auto-suficiência em petróleo, baseou suas soluções tecnológicas em um modelo incremental, ao invés de apostar em inovações radicais, adotando o conceito de melhoramento e aperfeiçoamento dos sistemas de produção nos quais já possuía experiência. Hoje, o Brasil é reconhecido mundialmente por sua competência tecnológica na exploração de petróleo em águas profundas, o que será um fator decisivo de sucesso para a implantação dos campos gigantes do Pré-Sal.
Impulsionados pela necessidade de encontrar soluções para problemas, no fundo, similares, Portugal e Brasil entenderam, cada um a seu tempo, seus desafios, estruturando competentes elos estratégicos, através de projetos auto-sustentados e buscando o que parecia ser o principal objetivo estratégico destas duas nações: conquistar a auto-suficiência - sejam especiarias ou petróleo - garantindo um lugar de destaque para seus povos no cenário mundial.
Pela necessidade de sobrevivência e impulsionados pela visão estratégica do infante Dom Henrique fizeram-se ao mar, no que também ficou conhecido como seu “transbordamento” como nação. Esse projeto, que durou cerca de 130 anos, iniciou-se com a conquista de Ceuta, em 1415, passando pela chegada de Cabral ao Brasil em 1500 e estendendo-se até 1543, quando os portugueses atingiram o Japão.
Nestes dias em que o Brasil, com a descoberta do reservatório do Pré-Sal, no campo de Tupi parece iniciar uma nova era, vale a pena uma reflexão a respeito das similaridades entre os projetos de duas nações que encontraram no oceano o caminho para fazer frente aos seus principais desafios com vistas à sobrevivência e à prosperidade: Portugal, com o processo de expansão marítima, e o Brasil, na sua busca pelo petróleo no oceano.
O mundo que testemunhava a chegada do homem à Lua, no final da década de sessenta, experimentava também o primeiro choque de petróleo, em 1973. Na medida em que os países produtores diminuíam a produção e os preços do barril de petróleo aumentavam - em apenas três meses, de US$ 2,90 para US$ 11,65 - evidenciava-se a importância geopolítica do principal combustível da humanidade. Nessa época, a Petrobrás era uma empresa que contava com vinte anos de existência, tendo recém iniciado suas operações marítimas, mais especificamente no campo de Guaricema, no litoral de Sergipe. Delineava-se naquele momento que, para o Brasil a auto-suficiência em petróleo significava buscá-lo no oceano.
Ainda na década de 70, com a descoberta do campo de Garoupa, na Bacia de Campos, e com o subseqüente início da produção daquele campo, em 1977, iniciava-se um consistente avanço do Brasil rumo ao Oceano Atlântico na busca por petróleo. No final dos anos noventa a exploração petrolífera, no Brasil, já chegava à incrível marca dos poços a mais de 1850 metros de profundidade.
Não há claras semelhanças entre os desafios vencidos pelos portugueses no século XV e as conquistas do Brasil, na sua busca por auto-suficiência em petróleo ? As principais similaridades entre estes dois projetos estratégicos encontram-se no seguinte tripé comum: busca pelo conhecimento e capacitação ; foco contínuo em uma expansão que se sustentasse financeiramente ; o desenvolvimento de soluções tecnológicas incrementais.
Com efeito, a busca pelo conhecimento levou Portugal a constituir aquela que ficou conhecida como a Escola de Sagres que, muito mais que uma escola no sentido literal da palavra, significava a concentração de recursos e talentos para planejar as viagens e aprender o máximo possível com cada uma das expedições, através da acumulação ordenada de informações. A Petrobrás, por sua vez, materializou sua busca pela capacitação com a criação de seu centro de pesquisas, em 1966, e em sua preocupação pioneira na formação de seus técnicos e engenheiros, repetindo a experiência bem sucedida de Portugal na busca pela capacitação de seu pessoal. O modelo de desenvolvimento da produção em “sistemas de produção antecipada” e mais modernamente, com o uso dos FPSOs, garantiu à Petrobrás a viabilidade econômica de sua expansão da produção no mar. À medida que as descobertas eram confirmadas, iniciava-se quase que imediatamente a produção, evitando que a alocação dos preciosos e escassos recursos financeiros ficasse aguardando muito tempo por retorno. De forma similar, Portugal, com a implantação das colônias ao longo do trajeto de sua expansão, praticava o que parecia ser o lema do infante Dom Henrique – mentor principal daquele projeto - explorar sim, "deficitar nunca!”.
Os principais desafios “tecnológicos” enfrentados por Portugal consistiam no aprimoramento dos meios navais, com o desenvolvimento das caravelas e, principalmente, o “descobrimento” do caminho de volta para casa. Ambos desenvolvidos progressivamente ao longo da expansão. O Brasil, em sua busca por auto-suficiência em petróleo, baseou suas soluções tecnológicas em um modelo incremental, ao invés de apostar em inovações radicais, adotando o conceito de melhoramento e aperfeiçoamento dos sistemas de produção nos quais já possuía experiência. Hoje, o Brasil é reconhecido mundialmente por sua competência tecnológica na exploração de petróleo em águas profundas, o que será um fator decisivo de sucesso para a implantação dos campos gigantes do Pré-Sal.
Impulsionados pela necessidade de encontrar soluções para problemas, no fundo, similares, Portugal e Brasil entenderam, cada um a seu tempo, seus desafios, estruturando competentes elos estratégicos, através de projetos auto-sustentados e buscando o que parecia ser o principal objetivo estratégico destas duas nações: conquistar a auto-suficiência - sejam especiarias ou petróleo - garantindo um lugar de destaque para seus povos no cenário mundial.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
N2N... é bom se acostumar com o significado...
Para aqueles interessados em fontes de energia para o futuro, é bom ir se acostumando à sigla N2N – Natural gas to Nuclear.
Embora a matriz energética baseada no petróleo ainda vá existir por muitos anos e a despeito de todo o esforço em desenvolver fontes de energia “alternativas”, como solar, eólica, biomassa, etc. As fontes energéticas do futuro terão que continuar a atender aos quatro imperativos descritos por Robert Bryce, em seu livro “Power Hungry”: Alta densidade de potência, alta densidade energética , baixo custo e escala. Além destes impertativos teremos também a clara preferência por energias com baixa emissão de CO2. daí chegamos facilmente à constataçãodas vantagens do gás natural e da energia nuclear.
Gás natural e energia nuclear serão os combustíveis do futuro por disporem de alta densidade de potência associada, relativamente baratos e, principalmente, por serem capazes de suprir as enormes quantidades de energia que precisamos. Ambos produzem baixas taxas de emissão de CO2, quando comparados com o carvão e o óleo, resultando em praticamente poluição zero para o ar. N2N significa usar o gás natural no curto prazo, durante a transição para a energia nuclear a longo prazo. A propósito, se você apóia a redução das emissões da emissão de CO2 e é contra a energia nuclear, me desculpe, mas você está a favor do blackout.
A propósito, creio que o melhor destino que o Brasil pode dar ao dinheiro que manterá em fundo soberano, com o faturamento advindo da gestão de suas reservas de petróleo e gás pela Pré-sal Petróleo SA , é a retomada de um programa de capacitação tecnológica e de construção de usinas nucleares.
Embora a matriz energética baseada no petróleo ainda vá existir por muitos anos e a despeito de todo o esforço em desenvolver fontes de energia “alternativas”, como solar, eólica, biomassa, etc. As fontes energéticas do futuro terão que continuar a atender aos quatro imperativos descritos por Robert Bryce, em seu livro “Power Hungry”: Alta densidade de potência, alta densidade energética , baixo custo e escala. Além destes impertativos teremos também a clara preferência por energias com baixa emissão de CO2. daí chegamos facilmente à constataçãodas vantagens do gás natural e da energia nuclear.
Gás natural e energia nuclear serão os combustíveis do futuro por disporem de alta densidade de potência associada, relativamente baratos e, principalmente, por serem capazes de suprir as enormes quantidades de energia que precisamos. Ambos produzem baixas taxas de emissão de CO2, quando comparados com o carvão e o óleo, resultando em praticamente poluição zero para o ar. N2N significa usar o gás natural no curto prazo, durante a transição para a energia nuclear a longo prazo. A propósito, se você apóia a redução das emissões da emissão de CO2 e é contra a energia nuclear, me desculpe, mas você está a favor do blackout.
A propósito, creio que o melhor destino que o Brasil pode dar ao dinheiro que manterá em fundo soberano, com o faturamento advindo da gestão de suas reservas de petróleo e gás pela Pré-sal Petróleo SA , é a retomada de um programa de capacitação tecnológica e de construção de usinas nucleares.
"Energia e Grandes navegações" ou "Potência e Grandes Navegações"??
Embora o nome deste blog seja “Energia e Grandes navegações”, vale a pena uma pequena lembrança sobre a diferença entre energia e potência. Energia por si só, não produz riqueza. O uso da energia é que sim, produz progresso. A maior parte da energia que utilizamos é empregada para alimentar motores, turbinas e caldeiras para produzir potência. É através da conversão de energia – seja esta de qual tipo for – em movimento que é produzida a verdadeira riqueza. É exatamente isto que os motores fazem, transformar energia em potência. As pessoas em qualquer parte do mundo são sedentas por potência. Elas a precisam para seus carros, telefones celulares, motocicletas, viagens de avião, TVs de plasma, cozinhar, etc. Precisam de potência pois é esta que alimenta aqueles diversos equipamentos e o fazendo criam progresso e felicidade pessoal.
As viagens dos descobrimentos eram - para a sua época - mais arrojadas e arriscadas que as viagens à Lua
Viagens além da costa era um sonho tão antigo quanto a imaginação. Entretanto, até a Era dos Descobrimentos, permaneceu somente como um sonho. Àquela época, a Europa era extremamente ignorante a respeito do mundo em geral. Os exploradores portugueses e espanhóis empreenderam suas viagens em um mundo dominado pela superstição e reverberando uma ânsia de redenção religiosa. Ir para o mar era a maior aventura que alguém poderia experimentar, o equivalente renascenista do astronauta, mas a possibilidade de morte e desastre era muito maior. Hoje em dia, na era do GPS, não existem lugares na Terra não descobertos, mas na Era dos Descobrimentos, mais da metade do mundo continuava inexplorada, não representada em mapas e mal compreendida pelos europeus. Homens do mar acreditavam que monstros marinhos se escondiam nas profundezas salgadas, esperando para devorá-los. E que, quando cruzassem o equador, o oceano ferveria e eles morreriam escaldados.
domingo, 8 de agosto de 2010
carros elétricos...
Os carros totalmente elétricos há muito tempo têm sido sempre considerados como a “próxima grande novidade”.
Não há dúvidas que veículos elétricos possuem vários pontos positivos e vantajosos: Baixo custo para abastecimento, não polui o ar no ponto de utilização do veículo e operação silenciosa. Todavia, a despeito de todas estas vantagens, carros completamente elétricos continuam a ter como desafio resolver as desvantagens que são conhecidas há quase um século: alcance ( distância) limitado; baixa velocidade de reabastecimento; poucos pontos para recarga; altos custos do veículo. Os mesmos problemas desde a época de Thomas Edison, basicamente resumidos a uma questão: BATERIA.
Por mais de um século, vários inventores buscaram criar uma bateria que fosse adequada como fonte primária de energia para os automóveis. De uma maneira geral eles não tiveram sucesso. Desde Thomas Edison, os engenheiros e inventores obtiveram sucessos retumbantes, como por exemplo, ao colocar o homem na Lua, construir usinas nucleares e criar a Internet. Todavia, mesmo com o enorme progresso da tecnologia, as baterias continuam a sofrer basicamente as mesmas restrições que atormentavam Thomas Edison. Evidente que as baterias melhoraram muito, mas ainda não o suficiente para concorrer com outros combustíveis empregados nos meios de transportes.
O problema fundamental é referente ao princípio da densidade de energia. Uma boa forma de comparar esta dimensão é através da comparação entre watt x hour/ kg ( a quantidade de energia armazenada em uma bateria de um kilo). Os fabricantes de baterias têm obtido progressos notáveis em termos de densidade de energia. As modernas baterias de íon de Lítio apresentam densidades energéticas mais de 4 vezes superiores à suas antecessoras, com elementos de chumbo-ácido. Mas continuam sem sequer chegar perto da densidade energética existente em um kilo de gasolina, que é capaz de conter cerca de 80 vezes mais energia que uma bateria de íon de Lítio.
A título de exemplo do peso de bateria necessária para um veículo elétrico, temos o caso do Tesla Roadster, o carro elétrico mais famoso, que pesa cerca de 1300 kg, dos quais 500 kg são de bateria.
Em termos de carros com propulsão elétrica, hoje temos como casos de comprovado sucesso, os carros híbridos, como o Toyota Prius e o Honda Insight. Tais veículos, certamente vieram para ficar e ocuparão crescente fatia do mercado automobilístico – bem diferente do que se espera dos veículos puramente elétricos.
Embora o tema carros elétricos pareça um assunto moderno e até certo ponto “novidade”, chega a ser engraçado constatarmos que há cerca de um século, o The New York Times noticiava em 1911, que os carros elétricos seriam a solução ideal, em função de se tratar de um veículo limpo e silencioso e muito mais econômico.
A chegada do Prius no final da década de 90, marcou indubitavelmente o início da eletrificação da frota automobilística. Não se trata da eletrificação integral ( carro 100% elétrico) que parece ser o anseio de boa parte dos engenheiros, mas se trata de um marco importante em um processo que ainda levará muitas décadas para se firmar como uma tecnologia de uso pleno.
Uma das alternativas considerada seriamente nesta área é o uso de carros híbridos associados a guard-rails ou trilhos eletrificados para viagens de longa distância, que permitiriam o uso de automóveis elétricos, sem a necessidade de paradas para reabastecimento, associados a viagens em altas velocidades e pequenas distâncias entre carros.
Não há dúvidas que veículos elétricos possuem vários pontos positivos e vantajosos: Baixo custo para abastecimento, não polui o ar no ponto de utilização do veículo e operação silenciosa. Todavia, a despeito de todas estas vantagens, carros completamente elétricos continuam a ter como desafio resolver as desvantagens que são conhecidas há quase um século: alcance ( distância) limitado; baixa velocidade de reabastecimento; poucos pontos para recarga; altos custos do veículo. Os mesmos problemas desde a época de Thomas Edison, basicamente resumidos a uma questão: BATERIA.
Por mais de um século, vários inventores buscaram criar uma bateria que fosse adequada como fonte primária de energia para os automóveis. De uma maneira geral eles não tiveram sucesso. Desde Thomas Edison, os engenheiros e inventores obtiveram sucessos retumbantes, como por exemplo, ao colocar o homem na Lua, construir usinas nucleares e criar a Internet. Todavia, mesmo com o enorme progresso da tecnologia, as baterias continuam a sofrer basicamente as mesmas restrições que atormentavam Thomas Edison. Evidente que as baterias melhoraram muito, mas ainda não o suficiente para concorrer com outros combustíveis empregados nos meios de transportes.
O problema fundamental é referente ao princípio da densidade de energia. Uma boa forma de comparar esta dimensão é através da comparação entre watt x hour/ kg ( a quantidade de energia armazenada em uma bateria de um kilo). Os fabricantes de baterias têm obtido progressos notáveis em termos de densidade de energia. As modernas baterias de íon de Lítio apresentam densidades energéticas mais de 4 vezes superiores à suas antecessoras, com elementos de chumbo-ácido. Mas continuam sem sequer chegar perto da densidade energética existente em um kilo de gasolina, que é capaz de conter cerca de 80 vezes mais energia que uma bateria de íon de Lítio.
A título de exemplo do peso de bateria necessária para um veículo elétrico, temos o caso do Tesla Roadster, o carro elétrico mais famoso, que pesa cerca de 1300 kg, dos quais 500 kg são de bateria.
Em termos de carros com propulsão elétrica, hoje temos como casos de comprovado sucesso, os carros híbridos, como o Toyota Prius e o Honda Insight. Tais veículos, certamente vieram para ficar e ocuparão crescente fatia do mercado automobilístico – bem diferente do que se espera dos veículos puramente elétricos.
Embora o tema carros elétricos pareça um assunto moderno e até certo ponto “novidade”, chega a ser engraçado constatarmos que há cerca de um século, o The New York Times noticiava em 1911, que os carros elétricos seriam a solução ideal, em função de se tratar de um veículo limpo e silencioso e muito mais econômico.
A chegada do Prius no final da década de 90, marcou indubitavelmente o início da eletrificação da frota automobilística. Não se trata da eletrificação integral ( carro 100% elétrico) que parece ser o anseio de boa parte dos engenheiros, mas se trata de um marco importante em um processo que ainda levará muitas décadas para se firmar como uma tecnologia de uso pleno.
Uma das alternativas considerada seriamente nesta área é o uso de carros híbridos associados a guard-rails ou trilhos eletrificados para viagens de longa distância, que permitiriam o uso de automóveis elétricos, sem a necessidade de paradas para reabastecimento, associados a viagens em altas velocidades e pequenas distâncias entre carros.
sábado, 7 de agosto de 2010
O re-design a serviço do projeto português de globalização
As inúmeras inovações portuguesas nos séculos XV e XVI sustentaram a criação do primeiro império global: Caravelas e naus; mobilidade e poder de fogo naval; novos conceitos de geoestratégia e novas ferramentas de marear juntaram-se para dar corpo a um sistema global - não enclausurado num só oceano.
Tais instrumentos não haviam sido desenvolvidos pelos portugueses, mas é sabido que artesãos, cartógrafos e navegadores lusitanos muito contribuíram para seu desenvolvimento e utilidade prática. Este tipo de desenvolvimento de artefatos constitui aquilo que, em termos modernos, é conhecido como inovação incremental ou re-design. As Descobertas poderiam ter sido possíveis cem anos mais cedo do que realmente principiaram, pois estavam disponíveis os principais inventos na arte de navegar. Todavia, faltava algo - o tal re-design a serviço de um intento estratégico.
Presidente Lula assina a criação da companhia que irá gerir as reservas do Pré-Sal
O presidente Lula aprovou , em 02 de agosto, a criação da Pré-Sal Petróleo SA , a estatal criada para gerenciar a exploração do Pré-Sal brasileiro. O projeto de lei havia sido aprovado no Senado Federal em 7 de julho último e com a aprovação do presidente, a empresa passa oficialmente a existir.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Retorno após breve interrupção para uma temporada chinesa....
Os posts rarearam nos últimos dias devido a uma temporada a serviço na China...
A propósito, algumas recentes informações interessantes sobre energia e China:
Dados recentes da Agência Internacional de Energia, indicam que em 2009 a China ultrapassou os EUA no consumo de energia, com cerca de 2,5 bilhões de BOE. Um resultado cerca de 4% superior ao consumo dos EUA...
Ainda a propósito, você sabia que a China tem operações no offshore brasileiro? Desde o 2o trimestre deste ano, com a aquisição da participação dos 40% da Statoil no Campo de Peregrino, na Bacia de Campos, a Sinochem passou a atuar no offshore brasileiro. A transação foi da ordem de US$ 3bi.
A propósito, algumas recentes informações interessantes sobre energia e China:
Dados recentes da Agência Internacional de Energia, indicam que em 2009 a China ultrapassou os EUA no consumo de energia, com cerca de 2,5 bilhões de BOE. Um resultado cerca de 4% superior ao consumo dos EUA...
Ainda a propósito, você sabia que a China tem operações no offshore brasileiro? Desde o 2o trimestre deste ano, com a aquisição da participação dos 40% da Statoil no Campo de Peregrino, na Bacia de Campos, a Sinochem passou a atuar no offshore brasileiro. A transação foi da ordem de US$ 3bi.
domingo, 27 de junho de 2010
A inauguração da era européia, com as grandes navegações...
Até o século XV, os seres humanos viviam em mundos isolados e auto-referenciados. A humanidade não se via como parte de um mesmo tecido. Os chineses não conheciam os astecas e os maias não conheciam os zulus. Os europeus provavelmente ouviram falar dos japoneses, mas não os conheciam realmente – e certamente não interagiam com eles.
Os europeus que moravam na costa leste do oceano Atlântico destruíram as barreiras entre as regiões isoladas e transformaram o mundo em uma unidade, no qual todas as partes interagiam entre si. O imperialismo da Europa ocidental criou um único mundo.
A Europa Ocidental transformou-se no centro de gravidade do sistema global. Do século XVI ao século XX, dificilmente algum lugar do mundo escapou do poder e da influência européia. Tudo de bom ou de ruim girava ao redor dela. E o cerne da Europa era o Atlântico Norte. Quem quer que dominasse aquele trecho do mar controlaria a auto-estrada para o mundo.
A Europa não era nem a região mais civilizada nem a mais avançada do mundo. Então porque se tornou o centro? A Europa era , na verdade, uma pobreza técnica e intelectual no século XV, ao contrario da China e do mundo islâmico. O poder europeu baseava-se em duas coisas : dinheiro e geografia. A Europa dependia das importações da Ásia, especialmente da Índia. A pimenta, por exemplo, não era só um tempero para a comida, mas também um conservante para a carne. Sua importação era uma parte crítica da economia européia. A Ásia estava repleta dos bens de luxo que a Europa precisava e pelos quais estava disposta a pagar. Historicamente, as importações da Ásia vinham por terra, através da famosa rota da seda e outros trajetos ate chegar ao Mediterrâneo. A primeira ascensão da Turquia fechou estas rotas e aumentou o custo das importações.
Os comerciantes europeus desesperaram-se para encontrar um jeito de evitar os turcos. Os espanhóis e portugueses escolheram uma opção não militar: buscaram uma outra rota para a Índia. Os ibéricos só conheciam uma rota para a Índia que evitava a Turquia, margeando a costa africana até o Sul em direção ao Oceano Índico. Havia a dor econômica que tornava aguda a necessidade de se alcançar uma solução. Entra em cena o fator tecnológico e de planejamento estratégico: Os ibéricos tinham um tipo de navio, a caravela, que permitia viajar pelos oceanos. Tinham uma serie de instrumentos de navegação, da bússola ao astrolábio. E, principalmente, tinham armas, incluindo canhões. Apesar de esses instrumentos provirem de outras culturas, os ibéricos integraram tudo num sistema econômico e militar efetivo. Agora eles podiam navegar para lugares distantes. Quando chegavam, tinham condições de lutar – e ganhar. Pessoas que viam o disparo de um canhão e a explosão de uma construção costumavam ser mais flexíveis na hora da negociação. Quando os ibéricos chegavam aos seus destinos, podiam simplesmente arrombar a porta e dominar. Pelos séculos seguintes, navios, armas e dinheiro europeus dominaram o mundo e criaram o primeiro sistema global da história: A era européia.
Os europeus que moravam na costa leste do oceano Atlântico destruíram as barreiras entre as regiões isoladas e transformaram o mundo em uma unidade, no qual todas as partes interagiam entre si. O imperialismo da Europa ocidental criou um único mundo.
A Europa Ocidental transformou-se no centro de gravidade do sistema global. Do século XVI ao século XX, dificilmente algum lugar do mundo escapou do poder e da influência européia. Tudo de bom ou de ruim girava ao redor dela. E o cerne da Europa era o Atlântico Norte. Quem quer que dominasse aquele trecho do mar controlaria a auto-estrada para o mundo.
A Europa não era nem a região mais civilizada nem a mais avançada do mundo. Então porque se tornou o centro? A Europa era , na verdade, uma pobreza técnica e intelectual no século XV, ao contrario da China e do mundo islâmico. O poder europeu baseava-se em duas coisas : dinheiro e geografia. A Europa dependia das importações da Ásia, especialmente da Índia. A pimenta, por exemplo, não era só um tempero para a comida, mas também um conservante para a carne. Sua importação era uma parte crítica da economia européia. A Ásia estava repleta dos bens de luxo que a Europa precisava e pelos quais estava disposta a pagar. Historicamente, as importações da Ásia vinham por terra, através da famosa rota da seda e outros trajetos ate chegar ao Mediterrâneo. A primeira ascensão da Turquia fechou estas rotas e aumentou o custo das importações.
Os comerciantes europeus desesperaram-se para encontrar um jeito de evitar os turcos. Os espanhóis e portugueses escolheram uma opção não militar: buscaram uma outra rota para a Índia. Os ibéricos só conheciam uma rota para a Índia que evitava a Turquia, margeando a costa africana até o Sul em direção ao Oceano Índico. Havia a dor econômica que tornava aguda a necessidade de se alcançar uma solução. Entra em cena o fator tecnológico e de planejamento estratégico: Os ibéricos tinham um tipo de navio, a caravela, que permitia viajar pelos oceanos. Tinham uma serie de instrumentos de navegação, da bússola ao astrolábio. E, principalmente, tinham armas, incluindo canhões. Apesar de esses instrumentos provirem de outras culturas, os ibéricos integraram tudo num sistema econômico e militar efetivo. Agora eles podiam navegar para lugares distantes. Quando chegavam, tinham condições de lutar – e ganhar. Pessoas que viam o disparo de um canhão e a explosão de uma construção costumavam ser mais flexíveis na hora da negociação. Quando os ibéricos chegavam aos seus destinos, podiam simplesmente arrombar a porta e dominar. Pelos séculos seguintes, navios, armas e dinheiro europeus dominaram o mundo e criaram o primeiro sistema global da história: A era européia.
Sugestão de leitura...
Um livro sobre previsão do futuro pode ser um exercício de chutologia ou uma tentativa de enxergar tendências a partir de coleta regular de informações. O livro, "Os próximos 100 anos", de George Friedman, fundador da Stratfor, a maior empresa mundial no setor de inteligência, opta pela 2a opção. Vale a pena a leitura, que aborda vários temas ligados à influência geopolítica das questões energéticas.
Novos requisitos para as operações de perfuração em curso nos EUA
A despeito da moratória imposta pelo governo Obama para a concessão de novas licenças de perfuração, percebe-se uma intervenção profunda do governo americano – que deve se tornar definitiva em outras áreas do mundo – nas operações de perfuração em curso em águas americanas. Exigências como certificação do pessoal envolvido nas operações - especialmente para os engenheiros responsáveis pelas operações de perfuração; novos requisitos para revestimento e cimentação ; legislação demandando ao menos 2 barreiras - testáveis independentemente - para os poços ; verificação por terceira parte do funcionamento dos BOPs, devem ser replicadas em breve por toda a indústria...
Linha de crédito para obras de reconstrução em Angola e os interesses da Petrobras
Anunciada pelo Brasil, nesta semana, a criação de uma linha de crédito especial para obras de reconstrução em Angola. Desta forma, o Brasil se transforma no maior investidor estrangeiro na ex-colônia portuguesa. Esta linha de crédito para reconstrução de infra-estrutura (vale lembrar que Angola somente interrompeu há sete anos, um período de 27 anos de guerra civil, durante o qual, boa parte da infra-estrutura do país foi arruinada) embora muito interessante para as grandes empreiteiras brasileiras é muito mais importante ainda para os interesses da Petrobras em Angola. Atuar naquele país é muito importante para a Petrobras consolidar sua visão geológica do pré-sal do Brasil. A empresa já tem bastante experiência no offshore angolano, possuindo hoje concessões em 6 blocos, atuando como operadora em 3 deles, sendo todos as áreas em fase exploratória. Segundo o site Stratfor, existe forte possibilidade de uma nova rodada de leilões de concessões pelo governo angloano, até o final do ano...
Um tempinho sem posts...
Após uma ausência de quase um mês, retorno aos posts habituais...Compromissos do trabalho e algumas viagens agravaram a costumeira falta de tempo para a agradável tarefa de manter este blog atualizado com minhas opiniões sobre energia e grandes navegações... Nestas últimas semanas, tive a oportunidade de visitar a Dinamarca, um país cuja população tem um senso muito aguçado de importância de busca de energias alternativas e de eficiência no seu uso. Bicicletas em profusão e uma paisagem pontilhada de vários cata-ventos high tech... Pretendo voltar em breve ao assunto...
domingo, 23 de maio de 2010
Ainda mais aspectos sobre a importância da caravela nos descobrimentos...
A caravela representou a confluência de diversas técnicas, uma síntese de práticas navais acumuladas em séculos de convivência com os diversos povos que passaram pela Penísula Ibérica. A seu favor contava a habilidade para navegar em zigue-zagues sucessivos, com manobras rápidas que dispensava o uso de remos, estando apta tanto para o percurso em alto mar quanto em águas rasas, além de requerer um número de tripulantes inferior ao de qualquer outro tipo de embarcação. Em contrapartida, não era a melhor opção para viagens de longo curso, como a Carreira da Índia, além de apresentar pouca capacidade para o transporte de cargas e fraca artilharia, em um período em que esses fatores eram decisivos. Todavia, mostraram-se muito apropriadas para viagens curtas e médias, como a rota do Brasil .
Muito utilizada nas viagens de exploração da costa brasileira, a caravela redonda surgiu no final dos quatrocentos, caracterizada pelos três mastros latinos, capacidade entre sessenta e oitenta tonéis e dezessete metros de comprimento. Entretanto, após estabelecida a regularidade das viagens para o Brasil, o lugar de destaque nas expedições, ao longo do século XVI, foi ocupado pela caravela de armada. Apresentando entre três e dos Mastros latinos, além de outro, de aparelho redondo, a armada portava cerca de cento e oitenta tonéis e a quilha tinha dezenove metros de comprimento.
Muito utilizada nas viagens de exploração da costa brasileira, a caravela redonda surgiu no final dos quatrocentos, caracterizada pelos três mastros latinos, capacidade entre sessenta e oitenta tonéis e dezessete metros de comprimento. Entretanto, após estabelecida a regularidade das viagens para o Brasil, o lugar de destaque nas expedições, ao longo do século XVI, foi ocupado pela caravela de armada. Apresentando entre três e dos Mastros latinos, além de outro, de aparelho redondo, a armada portava cerca de cento e oitenta tonéis e a quilha tinha dezenove metros de comprimento.
As primeiras - das diversas - consequências regulatórias decorrentes do acidente com a plataforma Horizon no Golfo do México
Dentre as diversas consequências regulatórias do recente acidente no Golfo do México, já tivemos a suspensão de emissão de novas licenças de perfunração offshore nos EUA e nesta semana, o governo Obama anunciou a divisão da outrora poderosíssima MMS ( Minerals Management Serrvice) em 3 diferentes órgãos com funções específicas, por considerar que no formato até então vigente, o MMS tinha objetivos conflitantes. Foram criadas as áreas de Licenciamento offshore (Bureau of Ocean Energy Management) ; Segurança de operações de perfuração ( Bureau of Safety and Environmental Enforcement ) e a Agência para cobrança pelas concessões (Office of Natural Resources Revenue). Vale lembrar que a estrutura regulatória brasileria, após a quebra do monopólio da Petrobras, já possuía uma organização razoavelmente parecida com a atualmente proposta pelos EUA, na medida que os projetos offhore brasileiros nunca foram regulados (ANP ) e tiveram seu licenciamento ambiental (IBAMA) feitos pelo mesmo órgão.
sábado, 15 de maio de 2010
Até a Gazprom já declara preocupação com a crescente perspectiva de produção de gás de xisto....
Recentemente o Ministro russo dos Recursos Naturais, Yuri Trutnev, declarou a preocupação da Gazprom com as perspectivas de mudanças no mercado de gás, com a entrada em operação, em boa parte do mundo, da produção de gás de xisto.
O caminho inverso, o Brasil descobrindo o mar português...
A Petrobras, assinou no final de abril um acordo com o Portugal para a exploração de petróleo em águas profundas na Bacia do Alentejo, em Portugal. A Petrobras terá uma participação de 50%, atuando como operadora, nos Blocos de Gamba, Lavagante e Santola, em profundidade de 200 até 3.000 metros.
Estes novos projetos somam-se a outros quatro blocos offshore já operados pela Petrobras em Portugal, em parceria com a Galp e Partex , localizados na Bacia de Peniche.
Estes novos projetos somam-se a outros quatro blocos offshore já operados pela Petrobras em Portugal, em parceria com a Galp e Partex , localizados na Bacia de Peniche.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Sugestão de leitura
Recentemente foram publicados alguns livros que considero muito bons, tratando das grandes navegações e de temas relacionados a energia:
QUENTE, PLANO E LOTADO by Thomas L. Friedman
1492: The Year the World Began by Felipe Fernandez-armesto
Power Hungry: The Myths of "Green" Energy and the Real Fuels of the Future by Robert Bryce
QUENTE, PLANO E LOTADO by Thomas L. Friedman
1492: The Year the World Began by Felipe Fernandez-armesto
Power Hungry: The Myths of "Green" Energy and the Real Fuels of the Future by Robert Bryce
O afundamento da plataforma Deepwater Horizon com vazamento de óleo no Golfo do México e seus reflexos na indústria offshore
A explosão e naufrágio da plataforma, trabalhando para a BP nas águas americanas do Golfo do México, já seria uma desgraça de enormes proporções, mas o que podia acontecer de pior aconteceu. Além do incêndio, mortes e naufrágio, há um poço descontrolado produzindo cerca de 5000 barris de óleo cru e gás para o fundo do mar. Os esforços da indústria do óleo e gás de todo o mundo estão alinhados na busca de uma solução. A OTC (Offshore Technology Conference) deste ano, ocorrida em Houston na última semana, teve um tom meio fúnebre, mas demonstrava com clareza que a indústria estava unida e $olidária à BP.
As causas da falha na capacidade do BOP ( blow out preventer) em fechar todos os acessos do poço ainda permanecem sob investigação, mas já se percebe uma grande tendência em todo o mundo para a criação de restrições às atividades offshore. No Brasil, já tivemos até ministra dando declarações infelizes sobre o assunto... Todavia, toda a indústria do petróleo no mar já se prepara para chumbo grosso pela frente... Agora será que fica mais claro porque os estados produtores precisam de tratamento diferenciado no recebimento dos royalties?
As causas da falha na capacidade do BOP ( blow out preventer) em fechar todos os acessos do poço ainda permanecem sob investigação, mas já se percebe uma grande tendência em todo o mundo para a criação de restrições às atividades offshore. No Brasil, já tivemos até ministra dando declarações infelizes sobre o assunto... Todavia, toda a indústria do petróleo no mar já se prepara para chumbo grosso pela frente... Agora será que fica mais claro porque os estados produtores precisam de tratamento diferenciado no recebimento dos royalties?
A viagem de Cabral. O Brasil e uma grande tempestade no caminho...
Seis meses após o regresso de Vasco da Gama a Lisboa, Pedro Álvares Cabral largou da capital portuguesa no comando de uma frota de 13 navios, com 1200 homens e mantimentos suficientes para 18 meses. A tripulação era composta por marinheiros, soldados, artesões e criminosos em liberdade condicional, além de barbeiros-cirurgiões, médicos, nove sacerdotes e um mestre em cosmografia. A caminho da Índia, Cabral fez uma paragem na costa do Brasil e o reclamou para Portugal. Já na segunda etapa da viagem , rumo a Calicute, foi atingido por uma violenta tempestade, ao largo do cabo da Boa Esperença, perdeu quase metade da frota, tanto em navios como em homens, incluindo o grande comandante Bartolomeu Dias.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
As grandes navegações na visão de Adam Smith
O grande economista escocês Adam Smith, no seu "Um Inquérito sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações "(1776), fez uma declaração que passou a ser de citação obrigatória em todos os tratados de geopolítica. A passagem do Cabo da Boa Esperança por Bartolomeu Dias - em 1488 - e a chegada às Antilhas por Cristóvão Colombo - em 1492 - foram, segundo ele, "os maiores e mais importantes acontecimentos da História".
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! - Camões
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantas noivas ficaram por casar Para que fosse nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar alem da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nelle é que espelhou o céu.
A hidroelétrica de Belo Monte, a segurança energética e obras eleitoreiras
Embora não seja a especialidade do blog, é inevitável que comentemos os últimos acontecimentos referentes ao leilão promovido pelo governo para determinar o “vencedor” para a construção da hidroelétrica de Belo Monte. Para um país que precisa continuar a crescer é de espantar que haja tantos opositores à continuidade da matriz de geração de energia elétrica no Brasil, a partir do potencial hídrico de seus rios. Há algum tempo, o movimento ambientalista internacional deixou de implicar com a construção de usinas nucleares - notadamente a partir da crescente evidência do efeito do CO2 no aquecimento do planeta ( vale lembrar que semana passada, na Finlândia, foi autorizada a construção de 2 novas usinas nucleares, sem que um piquete sequer fosse colocado na rua para protestar...). Sobraram desta forma, poucos alvos fáceis para os panfletos ecológicos. Os combustíveis fósseis são alvos grandes, mas com um enorme poder de reação e lobby. Já as hidroelétricas....
Belo Monte é fundamental para a segurança energética do Norte brasileiro e deve ser mantido como um projeto que – dentro das práticas modernas de controle e manejo das áreas a serem inundadas e respeito associado a um tratamento digno aos moradores das áreas atingidas (índios e não-índios) – nos poupará de “apagões” no futuro. Porém, concordar com a forma açodada como foi conduzido o leilão, com a criação de 2 consórcios pára - governamental, que viabilizassem a assinatura de contrato$ a tempo de servir de vitrine para a campanha de eleição da candidata do governo, é bem diferente.
Ter o governo como empreiteiro e licenciador é uma história que normalmente degrada o meio ambiente, empobrece as soluções técnicas, enriquece empreiteiros e alimenta campanha$ eleitorai$. Uma história sem final feliz para o país.
Belo Monte é fundamental para a segurança energética do Norte brasileiro e deve ser mantido como um projeto que – dentro das práticas modernas de controle e manejo das áreas a serem inundadas e respeito associado a um tratamento digno aos moradores das áreas atingidas (índios e não-índios) – nos poupará de “apagões” no futuro. Porém, concordar com a forma açodada como foi conduzido o leilão, com a criação de 2 consórcios pára - governamental, que viabilizassem a assinatura de contrato$ a tempo de servir de vitrine para a campanha de eleição da candidata do governo, é bem diferente.
Ter o governo como empreiteiro e licenciador é uma história que normalmente degrada o meio ambiente, empobrece as soluções técnicas, enriquece empreiteiros e alimenta campanha$ eleitorai$. Uma história sem final feliz para o país.
domingo, 18 de abril de 2010
A excelência dos trabalhos de base...
Portugal não teria logrado êxito em suas incursões marítimas se não houvesse implementado um magnífico trabalho de apoio em terra, preparando artesãos e desenvolvendo técnicas ( e ambiente) de construção, disponibilizando fontes de insumos fundamentais, inclusive madeira para a construção das embarcações.
Novos rumos nas sanções contra o Irã e o Brasil continua do lado errado da calçada ( o lado com a casca de banana...)
Temendo sanções do governo americano ( leia-se restrição a créditos de bancos americanos, restrições de contratar companhias americanas, etc.), a Rússia – através da Lukoil – bem como a Malasia – com a Petronas - suspenderam a venda de gasolina para o Irã ( é isso mesmo... O Irã importa gasolina...). Enquanto isso, foi estampada em boa parte do mundo a foto do Ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge entregando uma camisa da seleção brasileira para o premier do apocalipse Mahmoud Ahmadinejad... Não é para ficarmos surpresos se tivermos dificuldades daqui a pouco...
Os EUA anunciaram, no final de março, plano para abrir novas áreas para a exploração de petróleo e gás natural
O presidente Barack Obama anunciou no final de março, a abertura de novas áreas do Golfo do México e – após uma proibição de mais de 20 anos – liberou a costa da Virgina para a produção de gás. Tratam-se dos novos planos da administração Obama para aumentar a independência do petróleo árabe, bem como uma busca por fontes de energia mais limpas para a matriz energética americana
domingo, 11 de abril de 2010
A nova “guerra” – pelo petróleo – do Atlântico Sul próximo às Malvinas...
Várias petrolíferas, que hoje já operam na Argentina passarão a trabalhar juntas na busca por petróleo nas águas do Atlântico próximas das Malvinas ( não são consideradas como águas territoriais das Malvinas, pois aí já seria guerra mesmo...) – veja post de 14/03/10. As companhias – YPF, Petrobras, Bridas e pasmem, British Petroleum – contrataram o navio sonda Stena Drimax, para perfurar dois poços exploratórios a cerca de 200 milhas de Rio Grande.
A "cópia criativa" e o surgimento das caravelas
Os Portugueses do século XV distinguiram-se dos navegadores e estrangeiros por adotar na Expansão no Mar Oceano (o Atlântico) um conjunto de inovações mundiais a partir do re-design de tecnologias existentes. Essa arte da “cópia criativa” ainda hoje é considerada uma capacidade portuguesa, muito bem empregada pela indústria brasileira de petróleo. A caravela é o caso mais emblemático. Este tipo de embarcação foi o meio através do qual se quebrou, pela primeira vez, o isolamento existente entre a Europa e o resto do mundo. Suas enormes potencialidades comerciais fizeram com que, desde o início, a Ordem de Cristo tenha protegido esta nova tecnologia da espionagem estrangeira. Um enorme sigilo rodeou a sua construção. E foi assim que se criou a lenda de que Sagres era o centro desta atividade, quando na verdade, o mais provável é que o verdadeiro centro tenha sido em Castro Marim, no rio Guadiana.
Nova foma de atuação internacional das seis grandes estatais chinesas para o setor de petróleo
As autoridades chinesas do setor de energia (National Energy Administration e National Development and Reform Comission) determinaram que as seis grandes estatais chinesas para o setor de petróleo (China National Petroleum Corp (CNPC); Sinopec Group; China National Offshore Oil Corp; Sinochem Corp; CITIC Group e Zhenhua Oil.) somente atuem ( e como atuam…) em disputas por novos negócios ( blocos para exploração, aquisições de fornecimento de gás ou óleo, etc) que interessem a mais de uma das seis, através de consórcios entre si. A medida visa reforçar as crescentes ações chinesas – que não têm a menor preocupação com alinhamentos ideológicos – de garantia de fornecimento de óleo e gás.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Quem eram os ricos e os pobres dentre os povos colocados em contato na época das grandes navegações?
A imagem que os europeus têm hoje da África e da Índia é bastante diferente daquela que seus antepassados possuíam nos séculos XV e XVI. Embora, mesmo que sem razão, boa parte dos europeus atuais associe aquelas regiões à pobreza, fome e subdesenvolvimento, há quatro ou cinco séculos, os europeus é que se viam, quando comparados a africanos e indianos, como povos pobres. Esta impressão era consolidada principalmente pelos produtos luxuosos que chegavam quando do retorno das missões européias àqueles locais. Jóias, ouro, sedas, tapetes, pimentas e porcelanas indicavam aos europeus que os pobres eram eles. Este sentimento seria um poderoso fomentador da era das grandes navegações.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Deixando a modéstia de lado... Notícia publicada no O Globo, da semana passada (31/03) foi publicada aqui no Blog em 07/03/10
O post intitulado "As ameaças aos investimentos no Pré-Sal e o apoio do Brasil à política nuclear iraniana", transcrito abaixo, foi publicado aqui no blog em 07/03 e antecipou a notícia que foi capa de O Globo no dia 31/03:
"No momento em que mesmo países como Rússia e China - que travam muito mais negócios com o Irã, do que os cerca de US$1.3 bilhões anuais que o Brasil comercializa ( a maior parte referente a exportações brasileiras de carne e açúcar) - tratam com a devida distância e cautela diplomática os desdobramentos das ações iranianas de enriquecimento de Urânio, claramente com fins belicistas, o governo brasileiro faz esforços diuturnos para se manter do lado errado da calçada em procura de uma casca de banana para escorregar...
Devido às poucas chances de convencimento, por parte do governo americano para uma mudança de rumo na política externa do PT (travestida de política externa brasileira...) - mesmo após a breve visita da Secretaria de Estado, Hillary Clinton ao Brasil - devemos estar preparados para, em um cenário (bem provável...) de agravamento da situação iraniana, sofrermos graves represálias norte-americanas quanto à acesso a financiamentos internacionais para a exploração do pré-sal, bem como em um caso extremo, restrições às empresas americanas de operarem no Brasil, com conseqüências devastadoras para o projeto brasileiro de desenvolvimento de seu potencial petrolífero.
Vale lembrar que – mesmo a contra gosto de Washington - o Brasil iniciou em 2003 operações no Irã, através da Petrobras, para desenvolver um bloco comprado no Mar Cáspio através de um acordo de cerca de US$ 34 milhões. Contudo em novembro do ano passado, a Petrobras anunciou estar encerrando suas operações no Irã, devido a ter chegado à conclusão de inviabilidade técnico-econômica do projeto. Embora a Petrobras insista que a decisão foi puramente econômica e que não houve ingerência política na decisão, podemos perceber que a o encerramento das operações no Irã coincidiu com o aperto das sanções americanas ao regime teocrático iraniano. Ou seja: ainda há esperança de pragmatismo e sanidade na condução dos negócios internacionais do setor energético brasileiro.
Outro ponto importante de atenção, são os recentes movimentos iranianos de associação com bancos de investimentos de países do terceiro mundo alinhados com aquele regime. Quando da visita de Ahmadinejad ao Brasil em maio de 2009, oficiais do governo iraniano tentaram emplacar uma associação entre o Banco Internacional de Desarrollo CA - uma subsidiária do Export Development Bank of Iran (EDBI)- e bancos brasileiros, através de um memorando entendimentos que representava aparentemente medidas para facilitar os negócios entre os dois países. Como tal tipo de acordo pode significar um amplo espectro de atividades, inclusive o estabelecimento de bancos iranianos no Brasil – para escapar das sanções ora em curso (que não passariam despercebidos pela governo americano) - com as conseqüentes sanções internacionais ao governo brasileiro."
"No momento em que mesmo países como Rússia e China - que travam muito mais negócios com o Irã, do que os cerca de US$1.3 bilhões anuais que o Brasil comercializa ( a maior parte referente a exportações brasileiras de carne e açúcar) - tratam com a devida distância e cautela diplomática os desdobramentos das ações iranianas de enriquecimento de Urânio, claramente com fins belicistas, o governo brasileiro faz esforços diuturnos para se manter do lado errado da calçada em procura de uma casca de banana para escorregar...
Devido às poucas chances de convencimento, por parte do governo americano para uma mudança de rumo na política externa do PT (travestida de política externa brasileira...) - mesmo após a breve visita da Secretaria de Estado, Hillary Clinton ao Brasil - devemos estar preparados para, em um cenário (bem provável...) de agravamento da situação iraniana, sofrermos graves represálias norte-americanas quanto à acesso a financiamentos internacionais para a exploração do pré-sal, bem como em um caso extremo, restrições às empresas americanas de operarem no Brasil, com conseqüências devastadoras para o projeto brasileiro de desenvolvimento de seu potencial petrolífero.
Vale lembrar que – mesmo a contra gosto de Washington - o Brasil iniciou em 2003 operações no Irã, através da Petrobras, para desenvolver um bloco comprado no Mar Cáspio através de um acordo de cerca de US$ 34 milhões. Contudo em novembro do ano passado, a Petrobras anunciou estar encerrando suas operações no Irã, devido a ter chegado à conclusão de inviabilidade técnico-econômica do projeto. Embora a Petrobras insista que a decisão foi puramente econômica e que não houve ingerência política na decisão, podemos perceber que a o encerramento das operações no Irã coincidiu com o aperto das sanções americanas ao regime teocrático iraniano. Ou seja: ainda há esperança de pragmatismo e sanidade na condução dos negócios internacionais do setor energético brasileiro.
Outro ponto importante de atenção, são os recentes movimentos iranianos de associação com bancos de investimentos de países do terceiro mundo alinhados com aquele regime. Quando da visita de Ahmadinejad ao Brasil em maio de 2009, oficiais do governo iraniano tentaram emplacar uma associação entre o Banco Internacional de Desarrollo CA - uma subsidiária do Export Development Bank of Iran (EDBI)- e bancos brasileiros, através de um memorando entendimentos que representava aparentemente medidas para facilitar os negócios entre os dois países. Como tal tipo de acordo pode significar um amplo espectro de atividades, inclusive o estabelecimento de bancos iranianos no Brasil – para escapar das sanções ora em curso (que não passariam despercebidos pela governo americano) - com as conseqüentes sanções internacionais ao governo brasileiro."
terça-feira, 6 de abril de 2010
Etanol brasileiro troca de status – para melhor – no mercado norte-americano
Para espanto até dos lobistas do etanol brasileiro, a Agência para a Proteção do Meio Ambiente dos Estados Unidos (EPA) mudou a classificação do nosso etanol, passando a considerá-lo como biocombustível avançado. Ao passar a ser enquadrado nesta categoria, o álcool brasileiro fica livre das pesadas sobre-taxas às quais estava sujeito. Enquadram-se nesta categoria, produtos como o álcool produzido a partir de algas marinhas, que embora promissor, durante um bom tempo terá dificuldade em concorrer com o nosso etanol. O governo americano age alinhado com interesses de longo prazo de modificar sua matriz energética para combustíveis mais limpos e menos dependentes dos países exportadores de petróleo; bem como busca garantir – de forma similar ao que hoje é praticado vigorosamente pela China – em bases de longo prazo, combustíveis oriundos de países mais estáveis politicamente
A importância do comércio de especiarias no século XVI era proporcional ao comércio internacional de petróleo nos dias de hoje
Hoje, para a maioria de nós, especiarias podem parecer algo insignificante e bizarro quando imaginado como um sistema de comércio relevante. Pimenta é um item de consumo esporádico e relativamente barato e a menos que você trabalhe com cozinha, certamente considerará cravos e canelas como produtos de pouca utilidade. Muito diferente era a importância desses produtos nos séculos XV e XVI, quando a demanda por especiarias na Europa era enorme e tinha peso em termos de comércio mundial, comparável àquele que atualmente atribuímos ao comércio internacional de petróleo, determinando alianças geopolíticas de alcance global.
domingo, 28 de março de 2010
A crise de energia elétrica na Venezuela parece somente piorar…
A seca introduzida na região pelo El Nino, o aumento na demanda, associados a anos de negligência na manutenção de um parque de geração de energia adequado e razoavelmente imune a temporadas de seca levaram à iminente situação de colapso do sistema venezuelano. O nível da água na represa da usina de Guri, responsável por cerca de 70 % da energia elétrica venezuelana, está se aproximando rapidamente do que se chama de nível de colapso, no qual cerca de 80% da energia da usina deverá ser interrompido sob risco de comprometer irremediavelmente o funcionamento das turbinas. Atingida esta situação aconteceria um efeito dominó avassalador sobre o país. Ofertas de ajuda colombianas e equatorianas até o momento foram recusadas, por trazerem requisitos políticos, que até o momento, Chávez prefere não ter que engolir ( alguns deles referentes ao combate às FARCs..). Para a semana que se inicia, aproveitando as comemorações da Semana Santa, foi decretado feriado nacional, em um esforço desesperado por economia, que certamente será cobrado no futudo na forma de graves prejuízos no desempenho econômico nacional. Mas aí, já é outra história...
Foram os portugueses navegadores pioneiros?
As viagens ultramarinas portuguesas da época dos descobrimentos não foram em si eventos pioneiros. Outros navegantes – dentre árabes, indianos, chineses, vikings e polinésios – chegaram a empreender longas viagens oceânicas antes dos portugueses e espanhóis dos séculos XV e XVI. Todavia estes feitos não tiveram caráter sistemático e repetitivo, restringindo-se basicamente a uma significância local, motivo pelo qual não chegaram a deixar marcas profundas na geopolítica da época. A inovação da era dos descobrimentos foi a combinação entre a exploração dos oceanos associada a um sistema de navegação, no qual a destreza na arte naval tornou-se a alavanca para a expansão da influência européia por todo o planeta. O novo conhecimento geográfico foi rapidamente incorporado a uma estratégia maior que permitiu a expansão comercial e a dominação territorial em vários continentes.
domingo, 21 de março de 2010
Mudanças à vista na matriz energética mundial com a chegada do gás de xisto
Este certamente será um tema recorrente do blog nas próximas edições... As recentes descobertas de grandes jazidas de gás de reservatórios de xisto - possíveis de serem colocadas comercialmente em produção em várias partes do mundo - prometem uma revolução no mercado do gás no futuro breve, bem como mudanças na matriz energética mundial...
A primeira descoberta portuguesa...
Oficialmente, a primeira ilha descoberta pelos portugueses foi Porto Santo, visitada em 1418 por Bartolomeu Perestrello, Cavalheiro da Casa do infante d. João. Perestrel era mais um dos navegadores na busca de uma forma de dobrar o Bojador, que assaltado por uma tempestade foi parar, no dia de Todos os Santos, em uma ilha desconhecida, que recebeu este nome como forma de gratidão dos marujos.
domingo, 14 de março de 2010
Apoiar o programa nuclear iraniano ou se juntar à defesa dos interesses argentinos nas Malvinas, qual o melhor caminho para a política externa brasileira se impor no cenário internacional?
Nos últimos anos o Brasil tem buscado um espaço de liderança no cenário mundial, claramente impulsionado pela política externa petista de enfrentamento com os interesses norte-americanos, muitas vezes se alinhando com causas que não representam os reais interesses estratégicos nacionais contemporâneos.
Em fevereiro deste ano, chegou à região offshore ao Norte das Malvinas a plataforma de perfuração Ocean Guardian, contratada pela empresa britânica Desire Petroleum, uma pequena empresa de petróleo. As operações ocorrerão a cerca de 60 milhas ao norte das ilhas e a cerca de 300 milhas do litoral argentino, com a perfuração de 10 poços para a Desire Petroleum e vários outros para outras empresas. Especula-se que haja nas Malvinas reservas da ordem de 60 bilhões de barris e que especificamente na área a ser explorada, tais reservas sejam de 3 bilhões de barris. Vale lembrar que Tupi, que é uma parte importante do Pré-Sal brasileiro, tem reservas aproximadas entre 5 e 8 bilhões de barris.
Neste momento, um apoio aos recorrentes pleitos argentinos no Comitê Especial de Descolonização da ONU, representa sim, uma causa de real importância para o Brasil, de forma a preservar seus interesses na soberania da exploração comercial dos recursos offshore na Zona Econômica Exclusiva, em função das recentes descobertas do Pré-Sal da Bacia de Santos.
Em fevereiro deste ano, chegou à região offshore ao Norte das Malvinas a plataforma de perfuração Ocean Guardian, contratada pela empresa britânica Desire Petroleum, uma pequena empresa de petróleo. As operações ocorrerão a cerca de 60 milhas ao norte das ilhas e a cerca de 300 milhas do litoral argentino, com a perfuração de 10 poços para a Desire Petroleum e vários outros para outras empresas. Especula-se que haja nas Malvinas reservas da ordem de 60 bilhões de barris e que especificamente na área a ser explorada, tais reservas sejam de 3 bilhões de barris. Vale lembrar que Tupi, que é uma parte importante do Pré-Sal brasileiro, tem reservas aproximadas entre 5 e 8 bilhões de barris.
Neste momento, um apoio aos recorrentes pleitos argentinos no Comitê Especial de Descolonização da ONU, representa sim, uma causa de real importância para o Brasil, de forma a preservar seus interesses na soberania da exploração comercial dos recursos offshore na Zona Econômica Exclusiva, em função das recentes descobertas do Pré-Sal da Bacia de Santos.
sábado, 13 de março de 2010
Referente ao post do dia 08/03, "Petrobras anuncia investimentos para 2010 "
A informação que foi divulgada, refletia um acontecimento que se passou durante visita às obras do Comperj, no Rio de Janeiro, quando a Ministra Dilma declarou que a Petrobras investiria R$ 85 bilhões em 2010. Várias agências econômicas, atentíssimas a este tipo de anúncio, partiram para avaliar e reorientar suas previsões com esta informação. Imediatamente a Petrobras se viu na necessidade de desmentir a Ministra -que é presidente do conselho de administração da empresa - informando que os investimentos serão da ordem de R$ 79,5 bilhões (US$44,4 bilhões).
terça-feira, 9 de março de 2010
Egito se junta à “OPEP” do gás, a GECF ( The Gas Exporting Countries Forum).
O parlamento egípcio ratificou a entrada do Egito na GEFC, o cartel dos países exportadores de gás, que passa a ser constituída pela Argélia, Bolívia, Guiné Equatorial, Irã, Líbia, Nigéria, Rússia, Trinidad e Tobago, Quatar e agora, o Egito.
segunda-feira, 8 de março de 2010
A superioridade náutica e bélica dos navios lusos.
O comércio e as conquistas, principalmente as da Ásia, foram garantidas pela superioridade náutica e bélica dos navios lusos. As pequenas, ágeis e relativamente estáveis "caravelas de descobrir", que transportaram seus inventores pela África ocidental, não foram apenas as primeiras embarcações capazes de avançar em ziguezague contra o vento. Foram também as primeiras a carregar artilharia pesada, facilitando os desembarques portugueses nos litorais africanos..
Petrobras anuncia investimentos para 2010
A Petrobras anunciou hoje seu plano de investimentos para 2010, totalizando US$ 47,5 bilhões.
domingo, 7 de março de 2010
As grandes navegações oceânicas e o entrelaçamento mundial atualmente chamado de "globalização"
No século XV as grandes navegações oceânicas iniciaram o processo histórico de entrelaçamento mundial atualmente chamado de "globalização". Hoje a globalização é um processo amadurecido, caracterizado pela existência de empresas multinacionais e tecnologias sofisticadas, como a eletrônica e a espacial, capazes de suplantar distâncias e encurtar o tempo. Mas o cerne desse processo - os contatos entre vários continentes - foi construído à época das grandes navegações e dos primeiros impérios coloniais modernos.
As ameaças aos investimentos no Pré-Sal e o apoio do Brasil à política nuclear iraniana
No momento em que mesmo países como Rússia e China - que travam muito mais negócios com o Irã, do que os cerca de US$1.3 bilhões anuais que o Brasil comercializa ( a maior parte referente a exportações brasileiras de carne e açúcar) - tratam com a devida distância e cautela diplomática os desdobramentos das ações iranianas de enriquecimento de Urânio, claramente com fins belicistas, o governo brasileiro faz esforços diuturnos para se manter do lado errado da calçada em procura de uma casca de banana para escorregar...
Devido às poucas chances de convencimento, por parte do governo americano para uma mudança de rumo na política externa do PT (travestida de política externa brasileira...) - mesmo após a breve visita da Secretaria de Estado, Hillary Clinton ao Brasil - devemos estar preparados para, em um cenário (bem provável...) de agravamento da situação iraniana, sofrermos graves represálias norte-americanas quanto à acesso a financiamentos internacionais para a exploração do pré-sal, bem como em um caso extremo, restrições às empresas americanas de operarem no Brasil, com conseqüências devastadoras para o projeto brasileiro de desenvolvimento de seu potencial petrolífero.
Vale lembrar que – mesmo a contra gosto de Washington - o Brasil iniciou em 2003 operações no Irã, através da Petrobras, para desenvolver um bloco comprado no Mar Cáspio através de um acordo de cerca de US$ 34 milhões. Contudo em novembro do ano passado, a Petrobras anunciou estar encerrando suas operações no Irã, devido a ter chegado à conclusão de inviabilidade técnico-econômica do projeto. Embora a Petrobras insista que a decisão foi puramente econômica e que não houve ingerência política na decisão, podemos perceber que a o encerramento das operações no Irã coincidiu com o aperto das sanções americanas ao regime teocrático iraniano. Ou seja: ainda há esperança de pragmatismo e sanidade na condução dos negócios internacionais do setor energético brasileiro.
Outro ponto importante de atenção, são os recentes movimentos iranianos de associação com bancos de investimentos de países do terceiro mundo alinhados com aquele regime. Quando da visita de Ahmadinejad ao Brasil em maio de 2009, oficiais do governo iraniano tentaram emplacar uma associação entre o Banco Internacional de Desarrollo CA - uma subsidiária do Export Development Bank of Iran (EDBI)- e bancos brasileiros, através de um memorando entendimentos que representava aparentemente medidas para facilitar os negócios entre os dois países. Como tal tipo de acordo pode significar um amplo espectro de atividades, inclusive o estabelecimento de bancos iranianos no Brasil – para escapar das sanções ora em curso (que não passariam despercebidos pela governo americano) - com as conseqüentes sanções internacionais ao governo brasileiro.
Devido às poucas chances de convencimento, por parte do governo americano para uma mudança de rumo na política externa do PT (travestida de política externa brasileira...) - mesmo após a breve visita da Secretaria de Estado, Hillary Clinton ao Brasil - devemos estar preparados para, em um cenário (bem provável...) de agravamento da situação iraniana, sofrermos graves represálias norte-americanas quanto à acesso a financiamentos internacionais para a exploração do pré-sal, bem como em um caso extremo, restrições às empresas americanas de operarem no Brasil, com conseqüências devastadoras para o projeto brasileiro de desenvolvimento de seu potencial petrolífero.
Vale lembrar que – mesmo a contra gosto de Washington - o Brasil iniciou em 2003 operações no Irã, através da Petrobras, para desenvolver um bloco comprado no Mar Cáspio através de um acordo de cerca de US$ 34 milhões. Contudo em novembro do ano passado, a Petrobras anunciou estar encerrando suas operações no Irã, devido a ter chegado à conclusão de inviabilidade técnico-econômica do projeto. Embora a Petrobras insista que a decisão foi puramente econômica e que não houve ingerência política na decisão, podemos perceber que a o encerramento das operações no Irã coincidiu com o aperto das sanções americanas ao regime teocrático iraniano. Ou seja: ainda há esperança de pragmatismo e sanidade na condução dos negócios internacionais do setor energético brasileiro.
Outro ponto importante de atenção, são os recentes movimentos iranianos de associação com bancos de investimentos de países do terceiro mundo alinhados com aquele regime. Quando da visita de Ahmadinejad ao Brasil em maio de 2009, oficiais do governo iraniano tentaram emplacar uma associação entre o Banco Internacional de Desarrollo CA - uma subsidiária do Export Development Bank of Iran (EDBI)- e bancos brasileiros, através de um memorando entendimentos que representava aparentemente medidas para facilitar os negócios entre os dois países. Como tal tipo de acordo pode significar um amplo espectro de atividades, inclusive o estabelecimento de bancos iranianos no Brasil – para escapar das sanções ora em curso (que não passariam despercebidos pela governo americano) - com as conseqüentes sanções internacionais ao governo brasileiro.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
A importância da caravela nos descobrimentos

Anúncio de descoberta de reserva de 1,1 bilhões de barris na Sibéria
A Rússia anunciou, no final de janeiro, a descoberta pela estatal Rosneft de um campo gigante na Sibéria Oriental, em Irtusk. Em janeiro de 2009, as reservas provadas da Russia eram de 79 bilhões de barris, situando-se como o 8o maior em termos de reservas ( e o Brasil possuía 12,6 bilhões de barris... [15o] )
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
As Grandes Navegações inserem-se entre os principais eventos da história da humanidade e determinaram as bases econômicas e políticas do mundo moderno.

Tendência de preços do minério de ferro para 2010.
Conforme citado aqui recentemente, o preço do minério de ferro – por sua decisiva influência no preço do aço - tem um impacto importante no preço da infra-estrutura para a produção de petróleo. As tratativas anuais para definição do preço do minério a ser praticado para o próximo ano, começam a ter um desfecho. A gigante BHP Billiton e os cinco maiores produtores de aço na China chegaram a um acordo para um aumento de 40% nos preços do minério de ferro, levando o preço para cerca de US$84/t.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Portugal e o aspecto de autosuficiência das navegações

Duas grandes linhas de atuanção foram estabelecidas:
- o projeto evoluiria sempre através de cuidadosos avanços sucessivos.
- seria necessário conviver com configurações econômico-financeiras auto-sustentadas, o que levou os infantes a estabelecer condicionamentos para operações exploratórias e a buscar permanentemente situações economicamente equilibradas.
Aposentadoria do navio Apache… responsável por boa parte do lançamento de dutos de aço na Bacia de Campos na década de 80
Nigéria – opções bizarras para abastecer suas refinarias...
A Nigéria – 12º maior produtor de petróleo e membro da OPEP - com seu quadro de conflitos constantes na área do Delta do Niger, cogita fortemente de modificar seu sistema de abastecimento para as suas duas principais refinarias – paralisadas desde maio do ano passado devido a ataques de militantes que atuam na região – passando a utilizar petroleiros de pequeno porte, ao invés de malha de dutos já instaladas, mas constantemente sabotada, ou objeto de roubos e incêndios.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Venezuela declara estado de emergência no setor elétrico
No início desta semana – como já era esperado – Chávez declarou estado de emergência no sistema elétrico venezuelano. O decreto que anunciou o estado de emergência criou também uma comissão interministerial para conduzir as questões do setor
O diferencial das Grandes Navegações quando comparadas com outras viagens realizadas anteriormente
As grandes navegações não foram propriamente novas do ponto de vista das viagens de longa distância. Outros navegantes, que não os portugueses - dentre eles árabes, indianos, chineses, vikings e polinésios - também empreenderam magníficas viagens transoceânicas antes daquelas realizadas pelos europeus da península Ibérica, nos séculos XV e XVI. Todavia, tais conquistas foram esporádicas ou mesmo esquecidas, desprovidas de uma característica histórica relevante. O que decididamente foi uma inovação do que ficou conhecido como era das grandes navegações foi o caráter de ligação entre os aspectos de "viagens de descobrimentos" com a criação de um sistema global de rotas, que por sua vez forjou as bases para a expansão da influência européia em todos os continentes habitados. O crescimento do conhecimento geográfico pelos europeus ficou - na sequência - associado à rápida ascensão comercial e controle de novos territórios.
E a China continua atuando fortemente para garantir - neste momento de créditos escassos - acesso seguro a fontes de energia em troca de financiamentos...
Atuando em diversos continentes, em parcerias sem grandes preconceitos ideológicos, o governo chinês - que agora tem uma agência específica para assuntos energéticos - vem costurando acordos para garantir acesso a petróleo e álcool. Dentre estes acordos vale destacar o fornecimento de petróleo brasileiro em troca de financiamentos para a Petrobras e mais recentemente o memorando de entendimento firmado entre a Petrobras Biocombustível S.A. (PBio) e a estatal chinesa Petrochina International Company Limited, para a realização de estudos conjuntos para avaliar a viabilidade técnica e econômica do desenvolvimento de projetos de produção de etanol no Brasil, numa parceria entre a Petrochina e a PBio, e de projetos de exportação de etanol para a China, numa parceria entre a Petrochina e a Petrobras.
Devido à necessidade de adoção da mistura de etanol à gasolina em uma maior parte do território chinês e à falta de condições para abastecer aquele mercado exclusivamente com produção local, a China pretende não só buscar suprimento mas também investir em produção própria do produto no Brasil.
Devido à necessidade de adoção da mistura de etanol à gasolina em uma maior parte do território chinês e à falta de condições para abastecer aquele mercado exclusivamente com produção local, a China pretende não só buscar suprimento mas também investir em produção própria do produto no Brasil.
domingo, 31 de janeiro de 2010
Presidente Obama declara que os EUA buscarão a liderança na busca de fontes limpas de energia
O presidente dos EUA declarou que o país precisa construir uma nova geração de fontes de energia que sejam seguras e limpas.
Centrais nucleares e térmicas a carvão mais seguras e limpas, bem como o investimento em biocombustíveis devem ser o foco das atenções, segundo discurso de Obama nesta semana. Ele afirmou que a nação que liderar a geração de energia limpa e renovável liderará a economia global e segundo sua afirmação a nação que deve ficar à frente deste novo ciclo deverá ser os EUA.
Centrais nucleares e térmicas a carvão mais seguras e limpas, bem como o investimento em biocombustíveis devem ser o foco das atenções, segundo discurso de Obama nesta semana. Ele afirmou que a nação que liderar a geração de energia limpa e renovável liderará a economia global e segundo sua afirmação a nação que deve ficar à frente deste novo ciclo deverá ser os EUA.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
A passagem pelo Cabo Bojador
Ao passar pelo Cabo Bojador, em 1434 e descobrir um caminho de volta para Portugal - através da navegação mais aberta para dar uma "grande volta" para Oeste do Atlântico, Gil Eanes quebrou as barreiras físicas e psicológicas que aprisionavam o homem medieval e abriu aos navegadores portugueses as portas para a exploração comercial intensa dos oceanos. O Cabo Bojador, que se projeta da costa da África Ocidental, a 1500km ao Sul de Tânger era um cemitério de marinheiros que tinham suas embarcações atiradas contra seus rochedos. Como diria o infante Dom Henrique: "não há perigo tão grande capaz de superar a esperança de lucros".
A crise de eletricidade na Venezuela
A Venezuela confirma a máxima sobre "maldição do petróleo" que aflige a maioria dos países exportadores de petróleo cru. Com sua economia fortemente atrelada ao preço do barril do óleo e tendo uma matriz de geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis - leia-se, hidroeléticas - o país descuidou de forma quase que aventureira da manutenção de seu parque de geração de energia, durante a bonança dos preços do petróleo dos últimos anos. Com a debaclé do preço do barril e enfrentando uma seca nos reservatórios das hidroelétricas a situação se transformou rapidamente em uma crise de proporções nacionais, com racionamento de energia e desaceleração econômica. É aquela estória, quando a maré baixa é que a gente vê quem estava nadando pelado...
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Navegar e explorar sempre, “deficitar” nunca!
Não havia facilidade para operações a fundo perdido, buscando-se sistematicamente desenhos econômico-financeiros auto-sustentados, sendo praticamente inaceitácel estruturas deficitárias. Portugal ousou, sim, mas jamais se descuidou dos aspectos econômico-financeiros envolvidos nas explorações marítimas.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
EUA passam a ser o maior produtor mundial de gás natural
Um vestibulando no ano passado, estudando no material de 2008, certamente teria respondido que o maior produtor mundial de gás natural era a Russia. Nas últimas semanas ficou claro que este quadro mudou. Os EUA se tornaram o maior produtor de gás natural em 2009, com um aumento de produção de cerca de 4%, enquanto a Russia declinou sua produção em cerca de 17%.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Sucesso nas descobertas devido - também - ao "jeitinho português"
Improviso organizacional: As Descobertas portuguesas conseguiram fazer um mix entre, por um lado, a arte bem portuguesa do improviso - bem presente na cultura brasileira - fundamental no dia-a-dia da expansão e, por outro lado, um propósito estratégico claro: o maior rigor científico possível na época (todas as ferramentas de marear que oa navegadores levavam e iam melhorando) e um planejamento logístico notável, tanto das viagens e depois na gestão da "aldeia global" criada pela rede de colônias.
Argentina anuncia seu programa de incremento na produção de gás natural
Argentina anuncia seu programa de incremento na produção de gás natural – Gás Plus III. Um programa de 15 projetos - nas províncias de Salta, Neuquem, Rio Negro e Santa Cruz - totalizando investimentos da ordem de US$400 milhões. Possibilitando um aumento na produção, em 2010, de 3 milhões de metros cúbicos e um incremento de 9 milhões de metros cúbicos em 2011.
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